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domingo, 27 de junho de 2010

Umbanda e a Torre de Babel - Parte X - Mais Torres de Babel

Interessante como acontecem coisas que acabam, de certa forma, desviando os caminhos que tentamos dar aos comentários e, podemos dizer, até estudos que aqui tentamos deixar.

Havia eu resolvido terminar com a série "Umbanda e a Torre de Babel" ali mesmo, pelo tema ORIXÁS CÓSMICOS e, ouvindo e lendo uma série de outros comentários sobre temas diversos dentro do que hoje chamam de Umbanda, até indiscriminadamente a meu ver, por conta de uma aclamação quase que geral (apelando-se ao "politicamente correto") a favor de uma tal de "DIVERSIDADE" que, aos olhares de uma boa parte dos ditos "umbandistas" tem que ser respeitada e permitida por fatos que envolvem: a Umbanda não ter sido Codificada; de cada Terreiro ser uma Unidade Independente e assumir ritos e crenças de acordo com as "Entidades Espirituais" que os dirigem; de cada Terreiro ou Centro provir de outros cujas raízes abrangeriam mais isto ou aquilo, fatos estes até consideráveis, é claro, desde que dentro de determinados parâmetros que não ultrapassem as raias do inimaginável e, principalmente, não nos deixem esquecer que, para ser de UM-BAN-DA, o Terreiro tem que ter em mente que deverá estar TRABALHANDO COM ESPÍRITOS (seres desencarnados que já tiveram vida terrena, bem diferente do que se tem como Orixás em quaisquer de seus conceitos) e PELA CARIDADE, que só é um dos instrumentos que promovem a evolução quando consegue fazer entender àqueles que dizem praticá-la (médiuns encarnados e Espíritos), que deve ser realizada SEM O MENOR INTERESSE DE RETORNO, seja ele monetário, seja ele psicológico, como elogios, reconhecimentos ou premiações por exemplo, pois somente realizando o ato verdadeiramente caritativo tendo isto em mente, é que o praticante deixa, to-tal-men-te, de se permitir ser centro, tanto para atenções exteriores, quanto de seus problemas particulares, dedicando-se desta forma, "de corpo e alma", ao bem-estar de às vezes (quase sempre) pessoas que nunca conheceu e que, como ele enquanto ser vivente normal e fora deste momento, costumam colocar seus problemas à frente de tudo o que de positivo possam ter auferido no decorrer de suas exstências.

Praticar a CA-RI-DA-DE então, funciona, na verdade, como uma forma, tanto de fuga de nosso próprios problemas e até mesmo egos, a partir do momento em que para a boa prática necessitamos desfocar totalmente a atenção sobre nós mesmos, fixando-a na possibilidade de auxiliar a outros ao mesmo tempo em que nos disponibilizamos, dentro de nossas potencialidades, para dar de nós o melhor. Exige portanto do praticante, DESPRENDIMENTO (egóico, principalmente) e DOAÇÃO (de atenção e potencialidades de quaisquer espécies) de si próprio, ainda que temporários. Como sabemos que quanto mais nos fixamos mentalmente e nos preocupamos com nossos próprios problemas (ao invés de em suas prováveis soluções) mais nos vemos neles enredados, praticar a caridade acaba nos favorecendo de forma reflexiva, pelo fato de que, buscando soluções para outros e encontrando-as, seja por nossos esforços, seja pela interferência de Entidades Espirituais, percebemos que também nossos próprios problemas poderão ter suas soluções encontradas em algum momento à frente, o que acaba nos transmitindo mais segurança e até mesmo fé (convicção no propósito). Em outras palavras ainda, pela prática da VERDADEIRA CARIDADE acabamos fortalecendo nossa fé.

Resumindo então, para um Terrreiro ser de Umbanda há, fundamentalmente, a necessidade de que nele:

1- Hajam Espíritos interagindo com encarnados, sendo então a Umbanda, uma forma de ESPIRITISMO e não de ANIMISMO PRÁTICO, como já explicamos em outras postagens;

2- Que esses Espíritos (e seus médiuns idem) tenham a compreensão de que ali estão, não para exibirem suas potencialidades (ou seus "feitos heróicos", ufanistas) mas sim para delas se utilizarem de forma humanitária e caritativa;

3- Que esses Espíritos (e seus médiuns) entendam que, pelo uso de suas potencialidades direcionadas à caridade, se estiverem atentos, estarão buscando e alcançando eles mesmos, maiores e melhores compreensões, tanto sobre o comportamento natural e humano de outros quanto, por conclusões, os deles mesmos, já que não deixaram de ser humanos e sim apenas desencarnados, e que na medida em que cada vez mais essa compreensão se estender, se ampliar, melhores serão também suas compreensões sobre o próprio universo material e espiritual em que transitam - evolução de conhecimento que conduz, por decorrência e se bem aplicado aos seus próprios comportamentos e reflexões, à evolução do próprio Espírito estando ele encarnado ou não.

4- Haja o ensinamento contínuo de que o que se faz dentro de uma Casa de Umbanda deve sempre estar visando ao aprimoramento mediúnico e espiritual dos médiuns envolvidos, principalmente no que se refira a alguns clichês que nos aparecem sob a forma de frases ou expressões de cunho espiritualista que são muito repetidos oralmente mas que na prática ...

Há que se entender que Umbanda, enquanto RELIGIÃO, como muitos a querem, deve estimular em seus seguidores, sentimentos e posicionamentos cada vez mais equilibrados, raciocínios mais profundos e limpos sobre o que se possa vir a aprender, reflexões mais profundas sobre os "ensinamentos clichês" mas, principalmente, a colocação NA PRÁTICA deste tipo de aprendizado estimulado, o que por si só já diminuiria em muito (a idéia seria a de exterminar) os impulsos atávicos, meio animalescos que nos acompanham desde o nascimento na matéria e muitas vezes até após a liberação desta, como podemos observar em certos Espíritos que se apresentam em forma de obsessores.

Nem sempre se pode ver UMBANDA em locais que dizem haver. Não é somente porque no local se tocam tambores, defumam, cantam cantigas de umbanda, baixam Pretos Velhos, Caboclos, Crianças e Exus que se pode dizer que ALI FAZ-SE UMBANDA.

Se houver então neste local, cortes de animais para quaisquer fins, o nome Umbanda pode até estar sendo usado, mas UMBANDA mesmo não é o que se faz ou se está fazendo naquele momento.

Primeiro porque este tipo de trabalho é da alçada dos que praticam Quimbanda e Candomblé. Os primeiros, especialistas que são no trato com os Exus em sua essência mais natural (sem as estilizações hodiernas) e os segundos especialistas que são no trato com os ditos Orixás, Espíritos (Elementais/Encantados) da Natureza, ambos estando corretos em função dos objetivos (distintos dos de Umbanda) que têm em mente e a classe de ENTIDADES com que lidam.

Segundo porque para os fins a que se destina a Umbanda, este tipo de ritualização, foi substituído há muito tempo por outros que podem até ser de efeitos mais lentos em alguns casos, mas são tão efetivos quanto os citados.

Não é objetivo e nem prática de UMBANDA tratar obsessores através de escambos (trocas de "gentilezas" com obsessores por sangue animal ou outro qualquer tipo de "presente"). Este procedimento faz sim, parte dos trabalhos de Quimbanda por alguns motivos que um dia, ainda vou expor por aqui.

Na VERDADEIRA UMBANDA, Espíritos desnorteados, obsessores, encostos, etc., são, ou afastados por algumas práticas rituais a nós ensinadas (que costumam envolver a necessidade de um certo recolhimento para orações, banhos, reflexóes, mentalizações... por parte do assistido, o que tem por objetivo fazê-los SAIR DA SINTONIA DO ACOMPANHANTE ESPIRITUAL NEGATIVO) em casos menos graves ou trazidos (puxados) e encaminhados diretamente pelas falanges de Pretos e Caboclos, muitas vezes auxiliados pelas falanges de Exus já afinados a este tipo de trabalho e que componham por isto, a Egrégora Espiritual da Casa, para Campos Vibratórios nos quais receberão auxílio e orientação para que possam, um dia, ao entenderem melhor a realidade em que "vivem", voltarem para trabalhar, agora junto a algumas das falanges DE UMBANDA, como AUXILIARES quase sempre "INVISÍVEIS", ou seja, sem qualquer incorporação, mas com extrema importância no encaminhamento de novos "futuros membros", servindo eles mesmos como exemplos do que eram e são agora para os novos encaminhados.

Espíritos assim tratados (encaminhados, orientados e voltando como trabalhadores) normalmente passam a fazer parte da Egrégora Espiritual da Casa, como já disse e, com o tempo e de acordo, tanto com as possibilidades, quanto as necessidades, ganham seus médiuns, servindo-lhes como PROTETORES (não GUIAS, mas PROTETORES).

Hi! Danou-se!! Como é isto de "ganham seus médiuns"?

Lembra-se de que já escrevi aqui mesmo, neste Blog, que médiuns em desenvolvimento, principalmente, que mudam de Terreiro algumas vezes (seja lá por que motivos forem) costumam verificar que em alguns chegam a incorporar entidades que os deixam logo que mudam e se alinham à Egrégora Espiritual de um outro, vindo a incorporar outras novas entidades nesses outros locais? Eis aí acima, se você acompanhou o raciocínio, o motivo disto.

O que acontece é que, independentemente da GUARDA ESPIRITUAL FIXA que acompanha o médium, seja por Carma, seja por Missão, muitas vezes, ao se alinharem à nova Egrégora, recebem da Chefia Espiritual da Casa, não sem a permissão de sua própria guarda, diga-se de passagem, novos "amigos espirituais" que, enquanto permanecerem ali, filiados àquela "Corrente", os acompanharão, virão à terra por incorporações sempre que necessário, tanto para aprimoramento do médium em si com a Egrégora, quanto da própria Entidade que estará trabalhando em seu próprio benefício, ainda como AUXILIAR e o do Centro ou Terreiro atual. Estas Entidades a nós emprestadas - podemos dizer assim - não nos acompanham em caso de nova mudança pelo fato de pertencerem àquela Egrégora Espiritual, ali daquela Casa de Umbanda específica, tendo sido elas mesmas, muitas vezes aquelas que foram, um dia, retiradas do acompanhamento de alguém, encaminhadas e orientadas, fazendo hoje seus trabalhos em prol dos objetivos da Casa e da egrégora em que se encontram.

Você nunca ouviu de alguém ou passou pela experiência de receber um Espírito numa determinada Linha em que nunca havia sequer "balanceado" quando no outro Terreiro em que estava? Pois é! Saiba que esse Espírito pode estar sendo "emprestado" pela Egrégora da Casa, podendo acompanhá-lo(a), ou não, até que ... Isto acontece em mudanças entre Centros de UMBANDA!

Não é objetivo também de UMBANDA, "fazer nascer santo", ou "acordar orixá". Este é o objetivo dos Cultos de Nação e, como já escrevi antes, quem estiver convencido de precisar passar por esta ritualização, deve, desde que seja honesto(a), procurar uma Casa de Nação também honesta para cumprir com suas obrigações e não ficar no meio do caminho, achando que com flores e frutas vão "fazer Orixás de Nação" ou "acordá-los" e depois ainda sairem por aí alardeando esse tipo de proezas como se verdades fossem. Pior ainda aqueles que só deram um Bori ou até mesmo a primeira obrigação de feitura (vão de abians para yawôs) e saem de lá para "tocarem umbandas", se achando no direito até de "fazerem o santo" dos ingênuos que lhes seguem os rumos tal qual cegos guiados por cegos.

Mas se você, independentemente de saber que o principal da UMBANDA é aprender-se a lidar com ESPÍRITOS para através deles se fazer CARIDADE, quiser também cultuar Orixás, não se engane. Saiba, tenha em mente, que essas Energias que você vai cultuar com flores e frutos ou esses Espíritos, ainda que sejam Espíritos da Natureza (Elemental/Encantado), jamais serão da mesma espécie ou da mesma essência dos que são acordados ou feitos nos rituais de Nação, NÃO SENDO, PORTANTO, OS MESMOS ORIXÁS DE NAÇÃO, porque estes só se criam ou se acordam, através dos rituais para este destino criados e realizados. Mas perceba também que, durante o seu Culto a esse Orixá que você pretende ter ao seu lado (se for um Espírito da Natureza), você não estará fazendo Umbanda - um Culto a um tipo de essência a que você deu o nome de Orixá sim, mas não Umbanda pelo fato de que não haverá aí, nem Espíritos Humanos envolvidos e muito menos CARIDADE, mas sim um Culto pessoal, totalmente particular a você, e ainda que em grupo, particular a cada um dos envolvidos.

Mas o que é isto, Claudio? Umbanda sem Orixá não é Umbanda ....!

Pura convenção trazida e enraizada no inconsciente coletivo pelas inserções africanistas que uma grande parte resolveu adotar como "imprescindível", pelo simples fato de terem se fixado em a apenas UM certo ponto de vista e sequer procurarem pesquisar ou estudar, tanto as raízes, o nascedouro, quanto mais algumas formas de se fazer Umbanda.

Os cultos ou pseudo-cultos a orixás (Elementais/Encantados da Natureza) dentro de alguns Terreiros e em sua imensa variedade de formas e entendimentos foram absorvidos e ADAPTADOS em alguns desses Terreiros que reconhecem no africanismo, intensas influências sobre a Umbanda que praticam, o que, inclusive, fica meio complicado de se entender racionalmente, na medida em que escolheram a Nação Yorubá como referência para seus cultos, contrariando, inclusive, a muito mais forte influência dos Bantos, esta sim, presente na Umbanda através das entidades que se apresentam como PRETOS VELHOS.

Mas não é verdade? Você ainda não percebeu que, não se dizendo como "DE ARUANDA", todos os demais se apresentam como provenientes ou de ANGOLA, ou de CONGO, ou de LUANDA, ou de MINA, ou de GUINÉ ....

Alguém aí já viu algum Preto Velho se apresentar, por exemplo, como Pai Joaquim de OYÓ, ou de IFÉ, ou de EGBÁ ....? Onde está, então, a tão propalada influência Yorubá destes Pretos Velhos e na Umbanda que eles frequentam? Não é no mínimo muito estranho? Não seria muito mais lógico, já que pretendem determinar que Umbanda TEM QUE CULTUAR (venerar, idolatrar, segundo o Houaiss) algumas "divindades" africanas, que estas "divindades" fossem os Inkices Bantus e não os Orixás Nagôs?

Mas por que então esta "preferência" pelos Orixás Nagôs?

Isto eu vou deixar pra você, que presta muita atenção nos caminhos em que pisa, que não é ingênuo(a), chegar à conclusão que, diga-se de passagem, não é tão difícil assim de chegar.

Pelo já exposto, vá percebendo agora, você mesmo(a), em que lugares ou momentos se está praticando UM-BAN-DA e em que outros existe apenas o rótulo.

A gente continua este tema mais adiante.
 
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