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ESSE É UM BLOG PARA QUEM PRETENDE LER E APRENDER RACIOCINANDO, SOBRE TEMAS COMO UMBANDA, MEDIUNIDADE EM GERAL E AUTO-AJUDA. SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, ACREDITE, NÃO FOI POR ACASO. TALVEZ AS RESPOSTAS PARA ALGUMAS DE SUAS DÚVIDAS ESTEJAM EM ALGUNS DOS TEXTOS POSTADOS.

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domingo, 25 de novembro de 2007

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Ao iniciar este Blog, em maio deste ano (2007) tinha como objetivo criar algumas páginas inovadoras, mas não a ponto de desfigurar a Umbanda ou qualquer outro culto com possíveis delírios oníricos, fantasias e crenças absurdas, como já tive a oportunidade de expor, ainda que nas entrelinhas.

Inovadoras no sentido de expor, tanto para iniciantes quanto para pessoas com mais "tempo de santo", parte das experiências que tive (e ainda venho tendo) na convivência (poderíamos dizer assim) com entidades espirituais bem assim como com encarnados necessitados ou não.


Por conta disso tudo criei esse Blog no qual tento desenvolver textos com palavras fáceis e reflexões o mais explicadas possível. No entanto, UMBANDA e a MEDIUNIDADE não são coisas muito fáceis de se entender e, por mais que tentemos, sempre ficam algumas dúvidas pelo caminho.

As perguntas e respostas que estão abaixo foram escolhidas de uma série feitas aqui mesmo (e não publicadas por conterem e-mails) e em outros lugares virtuais e não virtuais. Espero que sejam respostas que sirvam, senão para todos, pelo menos para uma boa parte dos que já fizeram deste Blog um de seus favoritos.

Em outra oportunidade, se houver mais perguntas aqui não colocadas mas que sejam de interesse geral, possivelmente outra página como esta será aberta.
Espero que as respostas aqui colocadas possam sanar algumas dúvidas de quem as tiver.

Sobre PONTOS RISCADOS.

1- Como posso obter o Ponto riscado do Caboclo Cobra Coral, por exemplo?R: Você não pode. Se trabalha com o caboclo, aguarde até o momento em que ele vai poder riscar, através de você mesmo, o seu próprio ponto que será a princípio sua assinatura - uma forma de você e outros saberem que quem está ali, incorporado, é ele mesmo. No entanto, é muito importante que, se você for médium muito consciente, não risque jamais esse ponto por você mesmo. O Ponto Riscado de uma entidade é tão importante que ela NÃO O RISCA COMPLETAMENTE na frente de todos e a razão está em que, se assim o fizer, num futuro próximo alguém vai poder estar imitando e dizendo estar "tomado(a)" pela mesma entidade. Já pensou isso numa Gira da IURD? Seria a PIRATARIA dos Pontos Riscados.

2- "Meu" Caboclo riscava um ponto antes a agora, que mudei de terreiro, ele modificou o ponto dele. Por que?R: Modificou muito? Ou apenas acrescentou ou retirou algum detalhe?
Essas perguntas, em resposta, cabem porque não é comum uma situação destas e parece até estranha. No entanto, pode ser (apenas pode ser) que no caso de inserção ou retirada de algum símbolo, se deva à sua nova forma de trabalhar junto às entidades do novo local bem assim como à egrégora. Se trocou o ponto todo, aí isso tem que ser estudado mais a fundo porque o que parece é que a entidade espiritual não é mais a mesma, ainda que dê o mesmo nome de falange.

3- "Meu" Preto Velho já risca ponto há muito tempo. No entanto, tem vezes que ele risca uns símbolos a mais e quase sempre diferentes uns dos outros. O que isso significa?
R: Significa que ele está usando seu próprio Ponto de Força para, com algumas modificações, movimentar energias e elementais para trabalhos diversos. Isso não é raro quando tratamos com entidades de fato e que detém o conhecimento de como atuar no mundo astral através de seus Pontos Riscados.

4- Minha criança nunca riscou ponto. Isto está certo?R: Se está ou não está, é uma decisão dela, levando-se em conta que você seja médium preparado e outras entidades até já tenham riscado seus pontos através de você. Em verdade mesmo, eu nunca vi criança riscando ponto de fundamento mesmo. Já vi até ensaiarem alguns riscos no meio daquelas brincadeiras que sabem muito bem fazer, mas riscar mesmo, como Caboclo e Preto Velho, eu ainda não vi, ainda que alguns autores insistam em dizer que riscam.

PERGUNTAS GENERALIZADAS
1- Exu Mirim é criança de Umbanda?

R: Exu Mirim, o nome de falange já diz: é um Exu (uma entidade nessa categoria) que se apresenta como criança mas faz parte, evolutivamente, das falanges de Exus. São conhecidos também como Erês da Poeira e nessas falanges se apresentam ELEMENTAIS e ESPÍRITOS HUMANOS que habitam Planos Vibratórios bem próximos ao nosso. Costumam ser "da pá virada" e se não doutrinados, criam situações não muito agradáveis, tanto para seus médiuns como para quem os assiste. Podem, no entanto, vir a ser trabalhadores muito positivos, desde que tenham aprendido a trabalhar dentro das regras da Umbanda, junto às demais crianças e sob a tutela de um Preto Velho, Caboclo ou Exu de Lei. Uma característica geral bem marcante dos Exus Mirins é a de que fazem de tudo para aparecerem - são carentes de afeto, principalmente.
Crianças que sofreram maus tratos quando em vida, que se "perderam na vida" ou tiveram sérios traumas sentindo-se revoltados com isso; que não tiveram acesso à Educação no sentido de dominação de instintos e reações, costumam fazer parte dessas falanges.
Pelo lado dos Elementais Naturais (Encantados) que também povoam esse nível, costumamos encontrar aqueles que, ainda em fase de formação inicial de suas existências extra físicas, não separam bem de mal ou não reconhecem situações como bem ou mal (como quaisquer uma de nossas crianças nas fases mais elementares de suas vidas encarnadas). Eles apenas reagem de acordo com o que sentem ou agem de acordo com o que necessitam, por puro instinto. Esses elementais (ou encantados) assumem formas diversas e, numa vidência, podem nos aparecer como figuras, se não estranhas, pelo menos interessantíssimas, até mesmo de diabinhos, se esperam que assim sejam mais apreciados.

2- Por que Preto Velho e Caboclo fumam nos Terreiros?
R: Eu não diria que fumam porque eu nunca vi ENTIDADE DE LEI tragar, seja cachimbo ou charuto. O que acontece, na verdade é que eles se valem desses "artifícios" para defumarem, espargindo no ambiente e nos consulentes, a energia que sai do médium, modificada pelo aroma dos fumos específicos. Existe uma modalidade de "passe" que é chamado de "passe de sopro". Nessa modalidade, tanto o doador encarnado quanto o desencarnado incorporado, sopram para o paciente, a energia ectoplásmica da qual ele necessita. Você já deve ter visto isso nas baforadas dos Pretos Velhos e Caboclos, não?

3- Por que entidades de Umbanda bebem?
R: A bebida tem uma aplicação especial quando comedida e não exagerada. Essa aplicação está baseada no fato de que a bebida alcoólica principalmente, atua no médium de diversas formas que acabam facilitando a incorporação mais firme de certas entidades. Vamos tentar compreender: Em primeiro lugar o álcool modifica o estado psíquico de qualquer pessoa provocando, inicialmente, mais relaxamento - um dos comportamentos pedidos a médiuns para que as entidades possam melhor chegar e se assentar. Dando-se continuidade ao ato de beber, esse estado psíquico vai se alterando mais ainda até chegar num ponto em que até mesmo a atenção e certas "travas" que temos de âmbito psicológico, vão se relaxando e, com isso, permitindo que a personalidade espiritual, que não está sentindo os mesmos efeitos, possa se expressar melhor e mais nitidamente, com cada vez menos interferência do médium. Em maior quantidade e se for por conta da entidade mesmo e não pela vontade do próprio médium, este chega até mesmo ao ponto de se anular e permitir uma incorporação quase que total, com inconsciência e tudo.
É fácil de entendermos se observarmos os "bebuns" de plantão na vida normal, não mediúnica. Perceba como eles vão passando por vários estágios desde que começam a beber e, se abusarem, começam a falar demais (nesse estágio seus "freios" já estão soltos) e na continuidade acabam até "apagando". Nesse caso específico, quando não há entidade incorporada, o sujeito pode até mesmo, em certa fase, exteriorizar seu estado psicológico e anímico a ponto de sair falando sobre coisas de que nunca falou antes.
Algumas entidades aproveitam-se dessa vulnerabilidade da matéria e, "bebendo", abrem caminho para incorporações quase que sem barreira alguma.
Pelo lado espiritual, percebemos que, ao beber, acontece um relaxamento de AURA, permitindo dessa forma, que a entidade incorporante tenha mais facilidade de se conectar aos centros mediúnicos do médium já que naquele estado ele perde os medos e pode chegar até a "apagar".
É claro que todo esse processo tem que ser muito bem controlado pela entidade que assim age porque, conseqüentemente, ela se torna responsável pela condição em que vai deixar o médium após. E é claro também, que não só entidades de Lei conhecem essas formas de fragilizar as defesas do médium. A diferença é que os obsessores forçam o humano a esses comportamentos INDUZINDO-LHES A VONTADE E O USO CONTÍNUO, enquanto entidades de Lei só o fazem enquanto incorporadas, sem deixar "vontades posteriores" no médium.

4- E essas entidades que já chegam bêbadas. O que você teria a dizer sobre elas?
R: Essa é uma resposta que eu pensei muito se daria ou não, porque certamente envolve a crença de muitos que vêem em entidades desse tipo, verdadeiros mitos, quando não são. E porque digo que não são? Vamos a um raciocínio lógico partindo do princípio de que estejam realmente bêbadas e isso não seja teatro delas?
Vamos lá: Quem deu de beber a esses espíritos antes deles chegarem? Se a resposta foi ninguém, então é sinal de que eles, para poderem absorver álcool, ou tiveram que se encostar em alguém ou absorver esse álcool até mesmo de algum armazém ou encruzilhada. E que tipo de entidade se encosta, aqui ou ali pra absorver a essência do álcool no intuito de manter "em morte" o que provavelmente mantinha em vida? É só uma questão de raciocínio e eu nem vou me alongar mais nessa análise. Só vou dizer que entidades deste tipo ALÉM DE NÃO SEREM DE UMBANDA, têm que ser muito bem encaminhadas ou doutrinadas no caso de seu médium ter realmente que com elas trabalhar, caso contrário ...

5- Mas e quando chegam, nem bebem e deixam o médium bêbado?

R: Mais uma razão para que o responsável pela Gira as chame de volta (se "tiver na unha", como se diz) e as obrigue a deixar o médium em perfeito estado, fazendo-as aprender desde cedo, que ali naquele Terreiro de Umbanda ELES SÃO APRENDIZES E NÃO PROFESSORES.

6- Abri meu Terreiro de Umbanda e, quando por ocasião da visita de um babalorixá, fiquei sabendo que tinha que mexer nos fundamentos da casa para enterrar uma coisas e firmar o orixá regente. Tenho que fazer isso mesmo?

R: Meu caro. Se o seu Terreiro é de UMBANDA e não de CANDOMBLÉ, você não tem que fundamentar a casa da mesma maneira que fazem por lá. Os fundamentos de uma casa de UMBANDA estão nas firmezas que os GUIAS CHEFES (quando GUIAS DE FATO) determinam e em seus PONTOS RISCADOS (que não existem por lá) específicos para isso que devem estar nos locais também por eles indicados.

7- Mas ele me disse também que para preparar médiuns eu teria que "raspar pro santo". O que faço?

R: Continuo dizendo: Se o seu Terreiro é de UMBANDA, você não tem nada a fazer em termos de raspagem. Se você recebeu ordens para abrir Terreiro, lembre-se de que isso é uma enorme responsabilidade, principalmente quando se tratar de preparar novos médiuns, mas não quer dizer que você tenha que cumprir rituais de Candomblé para praticar Umbanda. Seria o mesmo que os pastores terem que se sagrar padres para poderem ser pastores evangélicos, já que a ICAR é muito mais antiga que a IURD e ambas se fundamentam nos mesmos livros, com interpretações diferentes, é óbvio!

8- Fui num Terreiro e fiquei sabendo que vou trabalhar com o Caboclo Pena Verde. Queria saber do que ele gosta e como ele se veste porque estou com um dinheiro em sobra e pretendo aproveitá-lo pra ir logo comprando o que for preciso.

R: Eu chamo isso de "botar a carroça na frente dos burros". Pegue o seu dinheiro e bote numa caderneta de poupança ou outra aplicação qualquer, já que não tem uso pra ele no momento. Quem disse que o seu Caboclo Pena Verde vai ter que ser igual a qualquer outro? Quem lhe disse que ele vai querer usar isso ou aquilo? Ou será que já temos uniformização de entidades na Umbanda também?
O caso é o seguinte: Você nem sabe, com toda a certeza se vai trabalhar com essa entidade porque nem começou a desenvolver. Daqui a algum tempo, depois que a entidade se manifestar mesmo e puder falar através de você, pergunte a ela. Acho que se for ela mesma a falar, você vai ter uma surpresa enorme.

9- Tenho uma entidade que se diz Cigana das Almas mas que nas giras de Cigana se apresenta como Sulamita. Afinal de contas, quem é ela? Sulamita ou Cigana das Almas?

R: Pois é! Está aí uma encruzilhada legal! Ela deve se apresentar como Pomba Gira Cigana das Almas em Giras de Umbanda, certo? Se for é porque ela é realmente uma Pomba Gira da linhagem dos ciganos que, no entanto, quando se trata de Sessão de Ciganos, especificamente, pode se apresentar com o outro nome porque nessas giras "não baixam Pombas Giras", ou pelo menos assim acreditam.

10- Meu pai de santo disse que eu tenho um oriental que pode trabalhar com curas e que eu deveria procurar outro lugar já que ele não trabalha com a linha do oriente. O que você tem a dizer?

R: Em primeiro lugar que o termo correto é PAI NO SANTO e não DE SANTO porque ele é "seu pai" (orientador) na linha de santo e não pai de qualquer santo
Desculpe-me, aproveitei pra dar uma explicação sobre uma terminologia errada mas que, mesmo errada continua a ser difundida.
Em segundo lugar, achei seu Pai NO Santo muito honesto, não pretendendo prendê-la em seu Terreiro e abrindo-lhe a porta para que você procurasse um lugar que pudesse lhe dar melhores informações sobre o seu "carrêgo espiritual" que, como ele mesmo diz, não está dentro de sua alçada.

Perfeito! Você pode continuar amiga de seu Pai NO Santo (porque ele é honesto) e continuar seu caminho com outro(s) orientador(es).

11- Já estou num terreiro há dois anos e nunca recebi nada. O que faço?

R: Você é médium de incorporação? Tem certeza? Se for, então é porque o Terreiro em que você está não agrada seu carrêgo espiritual e, provavelmente, se você lhe der chance, vai encaminhá-lo futuramente para outro lugar. Simples assim.

12- Com quanto Exus eu posso trabalhar?

R: Êta perguntinha danada, sô! Para explicar tenho que fazer uma introdução de alguns conceitos.
Vejamos: Você recebe, desde o nascimento a influência maior de uma ou duas Vibrações Originais, ou de Raiz ou de Orixás. Tudo bem até aí?

Pois bem. Essas Vibrações Originais que são na verdade as ENERGIAS que mais lhe afetam e estão mais em sintonia com suas glândulas pineal, pituitária e outras, permitem que, através de você, se apresentem diversos tipos de entidades espirituais de diversas classes e padrões evolutivos, desde os mais altos até os mais baixos. Numa determinada faixa vibratória encontramos os nossos amigos EXUS e POMBA GIRAS que também podem atuar em você através dessas canalizações energéticas.
Pois muito bem. Digamos que você esteja sob influência maior da Vibração Original a qual damos o nome de OGUM que, por conseqüência do que já foi dito, lhe permitiria, por exemplo, a atuação de Tranca Ruas, Rompe Fogo, Pimenta e outros. Nesse caso você poderá, de acordo com a gerência de sua coroa, trabalhar incorporando um deles e ter até outro, da mesma vibração (orixá), como dirigente ou chefe. Como não recebemos apenas a influência de uma Vibração Original, então temos o que chamamos o segundo santo, o terceiro, o quarto ... e cada um deles permite a canalização de outros tipos de Exus de acordo com seus padrões vibratórios, de forma que, talvez, você venha a trabalhar com um Exu do "primeiro santo" (primeira VIBRAÇÃO ORIGINAL) e mais um do segundo ou terceiro ou até mesmo que venha a trabalhar com um do terceiro e resguardo dos outros. O que vai decidir mesmo é a regência de sua Coroa. De uma forma geral e teoricamente, você poderia trabalhar com um Exu ou Pomba Gira de cada Vibração Orixá que lhe atua mais fortemente, até o terceiro santo ou quarto na hierarquia de sua Coroa, no entanto, o que acontece mesmo é que se venha a trabalhar incorporando, um ou dois deles e os outros fiquem como que de guarda, só por fora. Trabalhar (incorporar) com meia dúzia de Exus, não é nada certo!

13- Exu é diabo, afinal de contas?

R: Diabo, maninho, é o que ALIMENTAMOS dentro de cada um de nós quando nos desviamos dos caminhos do bem e partimos para engambelar outros, tirar dinheiro dos pobres, dar golpes nos amigos e nos não tão amigos, etc, etc.
O Diabo é o lado negro de nossas próprias personalidades.
Exu pode sim, ser o diabo, como qualquer um de nós também pode, mas originalmente, para a UMBANDA, os Exus são entidades que, tendo vindo da Quimbanda, ainda não atingiram um grau evolutivo que os envie para Planos Dimensionais Superiores, provavelmente por seus comportamentos nada indicados quando ainda em terra. São irmãos espirituais em evolução como qualquer um de nós e se aceitam os princípios de UMBANDA e passam a trabalhar dentro deles, já é sinal de que evoluíram o suficiente para entenderem que precisam se esforçar para melhorarem seus caminhos. Isso quando se tratam de espíritos. Quando se tratam de Elementais, não deixam de ser entidades em evolução, só que essa evolução ocorre paralelamente à nossa e eles nunca chegarão a encarnar, ou seja, todo o trabalho evolutivo deles é pelo lado de lá mesmo.

14- O que são elementais e qual a diferença deles para os espíritos?
R: Não complicando muito. Espíritos humanos são aquelas entidades que já tiveram alguma vez encarnados em terra ou que ainda estarão e Espíritos elementais (os naturais e não os falsos) são entidades que também habitam os Planos imateriais mas que têm um Plano de Evolução paralelo ao nosso - nunca encarnaram e nunca vão encarnar, como os orixás de Candomblé, por exemplo.

15- Os elementais então são esse que chamamos gnomos, salamandras, silfos e ondinas?

R: Esses são os que fazem parte da cultura popular de alguns países e foram "importados" aqui pro nosso "Brasilzão". No entanto, podemos dizer que há um sem número de tipos de elementais de várias espécies e também com os mais diversos graus de elevação. Os mais "terra a terra" são os que se alimentam de sangue de animais abatidos ou mortos naturalmente, enquanto que os mais elevados que se conhece, alimentam-se de energias muito menos densas do que possamos imaginar.

16- O que é isso de elementais falsos?

R: Falsos Elementais são aqueles que acabamos criando através de nossa própria mente, desejos e medos, figurando entre eles muitos desses que nos aparecem como diabos, de chifre e tudo, que nada mais são do que exteriorizações e condensações energéticas de formas ou figuras simbólicas que tememos e por isso mesmo estamos sempre a imaginá-las.
No livro Umbanda Sem Medo Volume II tem um capítulo que explica melhor isso.

17- Minha mediunidade está aflorando e eu tenho vidência. O caso é que só me aparecem espíritos pedindo orações, chorando, sofrendo ... Como posso lidar com isso?

R: Esse é quase um caso clássico. A vidência vem aparecendo e só aparecem "coisas ruins" pra se ver.
Normal quanto à vidência e anormal quanto ao que você está vendo pois, se assim está ocorrendo, é porque a sua sintonia ( a sua antena - pineal e pituitária) está voltada para esse nível espiritual onde só há esse tipo de entidades. O que você tem a fazer é procurar um bom orientador que faça com que sua vidência saia desse nível (ou até permaneça também) e alcance outros níveis vibracionais e com isso você possa ver que nem tudo o que existe do outro lado é só miséria e gente sofrendo. Resumindo: É uma questão de sintonizar sua antena mediúnica abrindo-a para uma gama maior de freqüências.

18- Meu pai de santo diz que meu caboclo tem que bater cabeça pro dele e ele não faz. Aí ele diz que eu sou teimosa. Ele está certo?
R: Minha cara, essa é uma situação difícil de ser analisada assim, por correspondência. Existe um sem número de fatores que podem levar a essa situação e eu não teria condições de, de longe, analisá-las perfeitamente. Experimente "bater um papo" com seu Pai NO Santo e entender, dele, o porquê de seu Caboclo ter que bater cabeça para o dele, ok?

19- Fui num Terreiro de Umbanda em que o Chefe era Seu Zé Pelintra e gostei muito. Ele me chamou pra desenvolver lá e disse que a gente tinha um longo caminho pela frente. O que acha disso?

R: Em primeiro lugar, se o Chefe era Seu Zé Pelintra esse Terreiro não era de Umbanda, ainda que assim se rotulasse. Se ele a chamou para desenvolver, será decisão sua ir ou não e será decisão de seus amigos espirituais, continuar ou não lá, desde que tenha começado. Enfim, essa é uma pergunta sobre uma particularidade que para ser respondida seria preciso sabermos umas tantas outras também particularidades. O melhor é você buscar dentro de si mesma ou junto a alguém que realmente tenha "santo" e esteja mais perto de você, as respostas para isso.

20- Seu Zé Pelintra é Exu, Mestre ou Caboclo?

R: Na Umbanda é EXU, no Catimbó, onde se originou, é MESTRE e na Quimbanda eu não sei, mas me parece ser mestre também. Como Caboclo eu nunca vi!

21- Quando montei meu grupo pedi a um sacerdote de Umbanda pra ir lá e me dar umas orientações. Ele foi e firmou minha tronqueira da forma que disse ser a correta. Estou passando a chefia do Terreiro para um dos médiuns e não sei o que fazer com a tronqueira, já que o sacerdote foi morar longe e eu perdi contato com ele.

R: Minha amiga. Essa é uma situação básica: Se outro médium vai assumir a direção de seu grupo, naturalmente o(s) Exu(s) dele deverá(ão) estar firmado(s) na tronqueira. Se é assim, converse diretamente com o(s) Exu(s) desse médium e peça a ele(s) e não a qualquer sacerdote de fora, a forma correta dele(s) ser(em) firmado(s) na tronqueira. Se o médium está preparado para assumir tão grande responsabilidade, tem que estar preparado também para dar passagem positiva a seu(s) Exu(s), de forma a que ele(s) possa(m) dizer exatamente o que deve ser feito. Se isso não acontecer é porque o médium não está tão preparado assim.

22- Você acredita em Jogo de Búzios?

R: Se você quer saber, eu nem sei se posso acreditar em Jogo de Búzios como verdadeiro jogo de tradição mesmo porque, ao longo do tempo, tudo o que era fundamento vem deixando de ser e, portanto ...
Vejamos: O Opelê Ifá era um jogo que só poderia ser feito através de autênticos babalawôs (homens) preparados especificamente para essa missão. Os Irindinloguns (agora chamados mirindinloguns) o jogo com 16 + 1 búzios era originalmente realizados apenas por sacerdotes (homens). Hoje tudo mudou e às mulheres também foi dado o direito de fazerem seus jogos. O que mudou? Foi o fundamento ou a tradição?
Tirando esses fatos de lado, mesmo que sejam constatação de fatos verídicos, acredito que algumas pessoas - homens ou mulheres - dotadas de sensibilidade mediúnica possam alcançar informações vindas do outro lado e que a "caída dos búzios" já não signifique tanto assim, valendo mesmo o melhor contato psíquico com o(s) mentor(es) que respondem, considerando-se aqui contatos realmente positivos e não certas engambelações que existem por aí.

23- Mas não é esse o único modo de sabermos nossos orixás?
R: Essa é uma crença difundida por alguns de nossos irmãos africanistas, com uma certa intenção de dizerem, nas entrelinhas, que sem sacerdote de Candomblé (que jogue búzios) não se pode conhecer as Raízes Espirituais de alguém. Em outras palavras: que sem africanismo a Umbanda não vai. Pensando melhor sobre isso, dei de cara com a seguinte situação:
Em cultos afro de raíz (e só os de raiz mesmo) isso pode ter mesmo fundamento, já que orixá nenhum fala, se exprime e tem até que aprender a dançar, se expressar razoavelmente depois de ter sido "feito" na coroa dos yawôs, precisando, talvez sim, de uma forma diferenciada para transmitir seus desejos e fundamentos. Mas quem responde na Umbanda são espíritos totalmente conhecedores da palavra, sabem se expressar (se o médium assim lhes permite) e, se de Umbanda mesmo, conhecedores, tanto das Energias/Vibrações Originais (Orixás), quanto de suas formas de serem tratadas, atraídas, fixadas. Portanto, no caso de Umbanda com mediunidade de fato, os jogos de búzios são totalmente dispensáveis, o que se prova, na prática, quando vemos que a maioria dos Terreiros ditos de Umbanda não têm ninguém que jogue búzios - são as próprias entidades que alcançam a coroa de seus protegidos.

24- Comecei há pouco num Terreiro e quando sinto o espírito se aproximar acho que fico tenso e não sei se sou eu ou é o espírito que está ali presente.

R: Essa é a dúvida de todos os que se iniciam no desenvolvimento da mediunidade de incorporação, principalmente se essa mediunidade não é karmica (ou cármica) - quando por isso mesmo, as entidades tendem a vir "abrindo espaço" desde o outro lado, ao mesmo tempo em que a "vida rola", de uma forma que, quando o médium chega a ir a um Terreiro, acaba "recebendo" logo na primeira ida e com toda a força.
Acontece que, em grande parte das vezes e até mesmo por este "temor" que existe naturalmente, os médiuns vão sendo "tomados aos poucos" e de acordo com a perda desse medo e sua entrega psíquica à entidade incorporante. Dessa forma, somente aos poucos e com bom e muito treino, a mente vai se embotando na presença da entidade ao mesmo tempo em que ela vai assumindo mais e mais controle, inclusive sobre o corpo físico.
Quanto de controle a entidade vai precisar ou vai se utilizar é que depende muito de inúmeros fatores, sendo que, até para existir a possibilidade destes maiores ou menores controles, será preciso que o médium tenha tido preparação adequada em seus treinamentos e isso demanda tempo.

25- Como se faz pra ficar inconsciente?

R: Não se faz! 
Melhor dizendo: Não existe uma fórmula especial para se alcançar a inconsciência imediatamente. O que existe é tempo e dedicação aos treinamentos mediúnicos com as entidades e suas energias. Para a inconsciência temporária ou total será necessário um perfeito entrosamento energético e psíquico entre entidade e médium.

26- Afinal de contas, tem ou não tem atabaques na Umbanda?
R: Sabe que eu já não sei? 

Tem tanta gente que diz que os atabaques são peças importantíssimas, indispensáveis, enquanto outros os acham totalmente dispensáveis e até mesmo sinal de selvageria ...
O que posso lhe explicar, e mesmo assim "por cima", é que SONS de qualquer natureza podem influenciar a mente consciente e até mesmo a inconsciente de muitos de nós, provocando estados de "transe"(alteração da consciência e estados mentais). Se partirmos dessa premissa, podemos concluir que o barulho dos atabaques pode fazer o mesmo, principalmente por se tratarem de sons repetitivos e orquestrados dentro de certas cadências. Nesse caso, se bem utilizados, os atabaques cumprem a tarefa de colocar as mentes dos médiuns em estado de transe passivo, receptivas a influências externas. Agora se é obrigatório a utilização de atabaques ... sei não!
Eu, pelo menos, iniciei em um Centro que nem de longe queria saber de atabaques e nem por isso os médiuns deixavam de se desenvolver ou trabalharem.

Na UMBANDA ORIGINAL a nós trazida pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, os tambores nunca foram usados.

27- Nossos guias são sempre mais evoluídos que nós?
R: Se forem GUIAS DE FATO mesmo, são sim. O que vemos muito na atualidade é uma imensa maioria aceitar que porque chega no Terreiro e incorpora então já é GUIA, o que está muito longe da verdade.
Somente podem ser considerados GUIAS DE FATO, espíritos que, além de se preocuparem em fazer caridade para outros, cuidam de seus médiuns, principalmente no que concerne a princípios de crescimento espiritual, comportamental e éticos. Os VERDADEIROS GUIAS são nossos MENTORES ESPIRITUAIS e não todos os que, através de nós, descem à terra para praticarem a caridade e com isso aprontarem a própria evolução - a estes damos a classificação de ESPÍRITOS PROTETORES, quando o são realmente.
O VERDADEIRO GUIA preocupa-se com seu "cavalo", "aparelho", médium e traz ensinamentos, não só sobre a vida carnal, mas também sobre a espiritual, com um detalhe que muitas vezes passa despercebido mas que deveria ser levado em alta consideração: NÃO TENTAM INTERFERIR NO LIVRE ARBÍTRIO.

Eles ensinam e esperam a resposta de compreensão de seus "filhos". Se não a vêem, depois de algum tempo nessa tentativa, acabam por "irem ao ló" em busca de quem os compreenda, sendo substituídos até mesmo por outras entidades da mesma falange mas em grau de PROTETORES.
Espíritos protetores têm ações diferentes em relação à mesma situação - incompreensão, "ouvidos de mercador" por parte dos médiuns.
Eles costumam avisar, avisar e, depois, se for importante para eles, criam algumas situações às vezes até "meio doidas", através das quais o médium entenda que está indo contra a correnteza, podendo até, no caso da compreensão de alguns deles, "domarem o cavalinho" com algumas "surras".
E por que essas atitudes tão diferentes de um e de outro?

Simples. ESPÍRITOS GUIAS, MENTORES, são mais evoluídos que os médiuns que ELES escolhem para orientar - por isso mesmo podem GUIÁ-LOS pelos caminhos da espiritualidade - e não dependem só deste ou daquele médium.
Não está na caridade que possam fazer a todos as suas missões e sim, principalmente, no que podem ensinar a este ou aquele ser vivo, já que suas missões são de ORIENTADORES e não mais de trabalhadores braçais (embora não fujam quando têm que encarar as batalhas), enquanto que os PROTETORES precisam desses médiuns para poderem fazer caridades através deles, razão pela qual, tentam "domá-los" quando estes não colaboram.
Em síntese: PROTETORES podem ser mais evoluídos ou não que o médium, enquanto que GUIAS, se forem GUIAS mesmo, SEMPRE SÃO MAIS EVOLUÍDOS que o médium. O problema é saber separar quem é GUIA de quem é PROTETOR.

28- Existem guias mais fortes que outros, ou todos são iguais?
R: O que existem são entidades que têm maiores experiências espirituais, mais conhecimentos ou fazem parte de falanges mais guerreiras ou menos guerreiras em termo de força como tendemos a compreender, porque isso também é bem relativo pois, dependendo do tipo de trabalho que deva ser realizado, haverá entidades e falanges que a uma primeira vista nos parecem frágeis (povo das águas, por exemplo) que realizam trabalhos que as falanges guerreiras não conseguem.
A respeito disso, observando uma vez uma Preta Velha que recebia um trabalho feito na Linha de Exu para ser desfeito, ela simplesmente invocou o povo das águas e com eles trabalhou, o que me causou curiosidade.

Quando pude e perguntei, obtive como resposta: -"Exu não é fogo? Com o que se combate fogo, mô fio?" Calei-me, claro!

29- Você afirma que as entidades de Umbanda são os Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Então o que devemos fazer em relação a outras falanges que se apresentam, como boiadeiros, baianos, ciganos? Devemos repeli-los?

R: Olha só! As falanges diferentes que ora estão já incluídas na Umbanda, vieram, ou dos Candomblés, ou da Quimbanda, exceto essas de Ciganos que, pelo menos nos Candomblés que conheço e nas Quimbandas, nunca se apresentaram. Todas essas entidades, ainda que não se apresentem como tal, trabalham e sempre trabalharam em Giras de Umbanda e até mesmo nas Mesas Kardecistas, su-til-men-te, humildemente, como entidades auxiliares "INVISÍVEIS", sem incorporarem e sem que se fizessem festas ou cultos para eles.
No caso de Terreiros, quem manda é o Chefe Espiritual (aquele que determina as regras) que, se pelo menos tender a ser de Umbanda vai ser, ou um Caboclo e/ou um Preto Velho (e não algum dessas falanges auxiliares). Esse Chefe Espiritual e sua falange é que, através de seus conhecimentos, suas formas de trabalhar, suas preferências, determina que tipo de entidades podem ou não podem fazer parte de sua Egrégora e, nesse caso específico, nem o médium chefe pode se intrometer já que esse tópico é de exclusiva determinação espiritual. No entanto, é preciso que fique bem claro que, sendo aceitas em uns Terreiros e outros não, em qualquer caso essas entidades estão ali para aprenderem e trabalharem de acordo com a Lei de Umbanda e sob comando. O que não pode é quererem ditar regras e passarem por cima do Chefe Espiritual, porque nesses casos, na maioria das vezes as raízes de onde vieram vão "gritar mais alto" e aí ...

Acontece mais ou menos assim: Você tem uma classe afinada (admitindo que seja professor ou professora) com alunos aplicados, de bom comportamento e índole e num determinado momento você admite nesta classe alguns alunos vindo por exemplo, de uma FUNABEM. Não deixam de ser seres humanos e devem ser tratados como tal, mas o principal motivo para que ali estejam é o de que, em contato com os de melhores níveis comportamentais, com eles vão aprendendo e se socializando, ou seja: os antigos e bons alunos (povo de umbanda) são os exemplos em que os novos (os agregados) devem se basear e unir de uma forma que TODOS cresçam por igual.
Se no entanto isso não acontecer e por qualquer motivo O CHEFE (você) não conseguir colocar os freios e passar os ensinamentos que esses novos alunos deveriam receber, torna-se claro que ao invés de SE modificarem tentarão modificar os antigos alunos e tudo mais à sua volta, inclusive os hábitos da classe (os rituais), de forma a que, toda a classe, ao invés de melhorar, desça ao nível deles, com o risco dessa classe acabar virando uma sucursal da FUNABEM, entendeu? Nesse ponto o Chefe (você) já deixou de ser o Chefe e só pensa que é.

30- Meu Exu disse que já podia ter passado para o lado dos Guias mas preferiu continuar o trabalho duro nas trevas porque ali sente que poderá ajudar mais. O que acha disso?

R: Partindo do princípio de que ele esteja agindo assim por esta razão mesmo, existem, tanto Exus quanto Oguns e outros, que trabalham ao nível de umas espécies de UMBRAL (uma porteira ou uma porta dimensional, como queiram) que tanto dão passagem para níveis inferiores, quanto inversamente. Nesses portais existem as entidades que trazem outras das trevas e as que as recebem e encaminham.
Seu Exu tem todo o direito de trabalhar de qualquer um dos dois lados, por que não?

31- Afinal, já existia Umbanda antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas, ou não?

R: Parece-me que essa pergunta é sempre fomentada pela dúvida quando escutamos ou lemos que antes do CDSE já existia UMBANDA NO BRASIL, e isso já está mais que provado que NÃO É VERDADE. Nos tópicos do Blog com títulos: "Umbanda - Uma Seita Afro?" e "Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (Regimento Interno)" creio que já deixei bem explicado. Mas, para reforçar ainda mais, lembremos também o livro de João do Rio, publicado em 1904, no qual descreve todos os cultos e seitas e cujas práticas assistiu, NÃO CITANDO UMA VEZ SEQUER, O TERMO UMBANDA.
Veja bem: O que vemos por parte de alguns é que não conseguem aceitar que o que lhes ensinaram, não condiz com a realidade e, por mais que se provem, por documentos, testemunhos ou quaisquer outros meios, continuarão fazendo "ouvidos de mercador" e afirmando que já faziam uma coisa que não existia antes
O que fazer com os cegos que não querem ver?

32- Os orixás batem em seus médiuns?

R: Para lhe responder a essa questão seria interessante que eu soubesse o que você considera orixás:
a) Se são algum tipo de entidade espiritual ou elemental com raciocínio e forma humanizada própria ou não;
b) Se são energias provenientes da energia criadora (Vibração Original ou de Raíz) e portanto sem forma física e não incorporantes;
c) Se são entidades elementais que nunca tiveram experiências entre os humanos e por isso precisam aprender, com eles, a se comunicarem ...
De qualquer forma, sendo eles entidades ou energias não existe isso de baterem em médiuns. Entidades que "batem" em médiuns, dependendo da(s) besteira(s) que possa(m) estar fazendo, são entidades espirituais em nível ou grau de obsessores, Protetores e muito raramente Guias (observe a resposta à pergunta nº28).
Agora, se você está se referindo àquelas "sovas" que costumam acontecer quando alguns médiuns em inicio de aprendizagem costumam levar, elas se devem a uma não doutrinação das entidades (não orixás) que tentam incorporar à força e também à falta de sintonia entre elas e o médium que, com medo normalmente, acaba criando barreira psíquica e energética para a entrada das energias que tem que receber antes mesmo do processo de incorporação.
Melhores explicações sobre esse tema no Livro Umbanda Sem Medo.

33- O que representa a Encruzilhada para os Umbandistas e os Exus?

R: A encruzilhada é, basicamente, um símbolo da indecisão, de uma inércia à princípio, seguida de uma tomada obrigatória de posição mais adiante. Quando chegamos a uma podemos, nos casos em que não tenhamos certeza absoluta do caminho a tomar, acabar escolhendo a pista errada com conseqüências às vezes desagradáveis. Quando chegamos a uma encruzilhada física ou psicológica em nossas vidas e nos sobrevêm as indecisões, costumamos apelar para uma ajuda física, psicológica e até mesmo espiritual no intuito de nos auxiliar na escolha do caminho ou das decisões certas a serem tomadas para que possamos continuar no rumo certo de nossas vidas.
A figura de Exu e Pomba Gira como "donos das Encruzilhadas" nos remete à ideía de que essa ajuda (no caso dela vir a ser espiritual) nos possa ser revelada por essas entidades que, por existirem em Planos Espirituais bem próximos ao nosso - o físico - também têm maior facilidade de comunicação com os encarnados e, por causa disto, poderem ser eles os que mais facilmente nos encaminhariam para o lado certo a nos dirigir.
Oferendas eram e são feitas em encruzilhadas quando é necessária uma tomada de posição radical em relação a determinado assunto, justamente buscando, ao agradar o "dono" ou "dona", trazer para o nosso lado a amizade e a boa orientação e até, porque não dizer, uma "forcinha". Mas se por um lado podemos encontrar nas encruzilhadas físicas das ruas bons Exus, também corremos o risco de, ao estarmos tentando nos comunicar, o façamos com o que costumamos chamar de kiumbas, rabos de encruza, etc, que por ali também transitam. Por isso, nunca é demais realçarmos que trabalhos em encruzilhadas podem também ser "facas de dois gumes", pricipalmente para ingênuos que acham que só por estarem ali com suas oferendas, já estarão acompanhados de bons amigos ... Não é bem assim não e muita firmeza anterior é bom que seja feita junto aos Guias e Protetores que, aí sim, nos acompanharão até lá, se for o caso.

Ficamos por aqui por enquanto. Quaisquer outras dúvidas e/ou complementações podem ser adicionadas clicando-se no link COMENTÁRIOS, logo abaixo.
Meu Fraterno Saravá a Todos.

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Aceite a sugestão e leia as matérias sob os  títulos abaixo (é só clicar no nome) e participe também:
EXU na Umbanda o Grande Mistério. Um Mistério? PARTE I
EXU na Umbanda o Grande Mistério. Um Mistério? PARTE II
EXU na Umbanda o Grande Mistério. Um Mistério? PARTE III
EXU na Umbanda o Grande Mistério. Um Mistério? PARTE IV
EXU na Umbanda o Grande Mistério. Um Mistério? PARTE V
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE EXUS
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE EXUS (continuação a ser complementada)

ESTA PÁGINA ESTÁ ENCERRADA PARA PERGUNTAS E RESPOSTAS. 

PODE E ATÉ DEVE SERVIR APENAS PARA CONSULTAS A PERGUNTAS JÁ FEITAS POR NOSSOS LEITORES, BEM ASSIM COMO ÀS RESPOSTAS JÁ DADAS.

NOVA PÁGINA DE PERGUNTAS E RESPOSTAS NO SEGUINTE LINK:

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

TENDA ESPIRITA NOSSA SENHORA DA PIEDADE


REGIMENTO INTERNO
PARA MELHORES REALCES, MINHAS APRECIAÇÕES E COMENTÁRIOS, DENTRO DO TEXTO, ESTARÃO EM "VERMELHITO"

A Diretoria da TENDA, usando das atribuições estatutária, por ordem e segundo orientação do nosso "CHEFE ESPIRITUAL" - O Caboclo das Sete Encruzilhadas - resolveu aprovar o presente Regimento Interno, a fim de estabelecer a necessária ordem interna e para atender aos seus associados, trabalhadores e frequentadores, na maior harmonia e o mais completo aproveitamento dos trabalhos espirituais.

CAPÍTULO I
DAS SESSÕES EM GERAL
Art. 1° - As sessões da Tenda, que deverão começar às 20 horas e terminar às 22 horas, com a tolerância de 15 minutos no máximo, sobre a hora de encerrar, dividem-se:

PRIMEIRO APARTE: Observemos que havia tempo determinado para a realização de SESSÕES. A mim foi explicado, quando de meu início, que esse tempo visava cautela para com os próprios médiuns, evitando degastes desnecessários e muitas vezes nocivos, tanto à saúde física quanto mediúnica dos mesmos, incluindo-se aí o possível animismo imperante a partir do momento em que, por estarem cansados, médiuns costumam perder os contatos positivos com seus protetores, principalmente os de fase consciente.

a) Sessões de caridade:
b) Sessões de desenvolvimento mediúnico e de consultas exclusivamente para "trabalhadores do terreiro";
c) Sessões especiais;


SEGUNDO APARTE: Havia orientação para que se fizesse sessões EXCLUSIVAS para médiuns e trabalhadores do Terreiro, fossem elas de atendimento ou de desenvolvimento. Interessante porque você já deve ter lido sobre isso em alguns de meus textos.

Parágrafo único - Essas sessões terão lugar:

a) DE CARIDADE (Sessões públicas}
Às segundas-feiras - Trabalho de "Caboclo";
Às terças-feiras - Trabalhos de "Pretos Velhos" e "Caboclos";
Às sextas-feiras - Trabalhos de "Pretos Velhos".

TERCEIRO APARTE:
Reparou que NÃO HAVIA DETERMINAÇÃO PARA SESSÕES DE EXU em relação à CARIDADE? Perceba que ENTIDADES DE TRABALHO para a Umbanda eram CABOCLO E PRETOS VELHOS APENAS. Essa informação se torna interessante na medida em que muitos afirmam que Exu era Linha de trabalho de Umbanda até para o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Onde estão eles então, na Tenda Nossa Senhora da Piedade?

Para as consultas nesses dias, serão distribuídas aos assistentes, por ordem cronológica de chegada à Tenda à partir das 18 horas, cartões numerados com o nome do "Guia"que os deverá atender.
b) DE DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO E CONSULTAS AOS "GUIAS "EXCLUSIVAMENTE PARA TRABALHADORES DO TERREIRO (Sessões privativas)


1) Só poderão tomar parte nessas sessões médiuns e cambonos matriculados, não sendo permitido assistentes nem consultas por parte dos acompanhantes;


2) Para frequenta-las, torna-se necessário que o Guia chefe do terreiro, após verificar a necessidade de desenvolvimento mediúnico, encaminhe a pessoa interessada, privativamente, a "ORIXÁ MALE" para que este autorize ou não a respectiva matricula;

3)Essas sessões são divididas em duas partes:
1a - Das 20 às 21 horas - Trabalho de desenvolvimento mediúnico;
2a - Das 21 às 22 horas - Consultas aos "Guias", exclusivamente para os trabalhadores os quais poderão falar a mais de um "Guia", conforme as possibilidades do momento.


QUARTO APARTE:
Nota-se claramente nessas disposições a importância que era dada, tanto a médiuns quanto aos demais trabalhadores do Terreiro. Isto é muito importante se ter em mente, já que esses são NA REALIDADE, os sustentáculos para os trabalhos que possam vir a ser realizados - médiuns e trabalhadores (ogãs e demais) mal orientados ou com problemas particulares e psicológicos ACABAM ATRAPALHANDO MAIS QUE AJUDANDO.


c) ESPECIAIS:
Entende-se por sessões especiais:
1 - Sessões do "CHEFE" (Sessões públicas) na primeira Quinta-feira de cada mês. Sessões em que a presença do Chefe Espiritual era garantida
2- Sessões de "descarga" de "ORIXÁ MALE" (Sessões privativas). Na Quarta- feira, véspera da
Sessão do "CHEFE", são privativas dos trabalhadores da Tenda não se permitindo assistentes nem consultas. Sessões que visavam tirar dos médiuns quaisquer cargas acumuladas durante os trabalhos em dias de Sessões públicas e mesmo na vida diária. No grupo onde iniciei elas se chamavam sessões de Expurgo.
3 - Sessões de "demanda" (Sessões privativas) Em dia e hora designados pelo "Guia" que estiver encarregado de executar e dirigir os trabalhos. Só poderão ser realizadas, com autorização especial do "CHEFE", a qual será transmitida por "PAI ANTÓNIO", e nela só poderão tomar parte os trabalhadores e pessoas que foram devidamente escaladas ou autorizadas pelo referido "Guia". Percebe-se ainda aqui a preocupação de só se realizar sessões deste tipo COM A PRESENÇA de MÉDIUNS PREPARADOS, médiuns estes apontados como potencialmente preparados e não com a presença de todos os outros, já que isso poderia (como já expliquei em outros textos) trazer até mesmo riscos à saúde mediúnica destes.

4 - Sessões destinadas exclusivamente ao estudo da doutrina, desenvolvimento de outras mediunidades e aperfeiçoamento de cambonos, etc. Às quintas-feiras, com exceção da 1a de cada mês. Só poderão ser frequentadas por médiuns desenvolvidos e auxiliares, cambonos ou pessoas designadas pelo "CHEFE", não sendo permitido assistentes nem consultas por parte dos acompanhantes. Perceba-se que o CDSE se preocupava também com o desenvolvimento DE OUTRAS MEDIUNIDADES e não somente a de INCORPORAÇÃO e, além disso, preocupava-se também com o estudo da Doutrina. Mas que Doutrina seria essa? Vamos ver mais à frente.
5 - Sessões Festivas (Sessões públicas):

Em 20 de Janeiro - de Oxossi (São Sebastião)
Em 23 de Abril - de Ogum (São Jorge)
Em 13 de Maio - de Pretos Velhos (Pretos Cativos)
Em 13 de Junho - de Santo António e Pai António
Em 15 de Setembro - de aniversário da TENDA N. S. DA PIEDADE
Em 27 de Setembro - de Cosme e Damião (Falange de crianças)
Em 30 de Setembro - de Xangô (São Jerônimo)
Em 16 de novembro - de aniversário do CHEFE
Em 04 de Dezembro - de Inhaçã (Santa Bárbara)
Em 08 de Dezembro - de lemanjá (Nossa Senhora da Conceição)


São sessões públicas comemorativas de datas solenes da TENDA e funcionam com horário especial, que será estabelecido na ocasião pelo CHEFE. Nelas poderão participar médiuns e cambonos de outros terreiros, desde que a tenda a que pertençam tenha sido devidamente convidada.

MUITO INTERESSANTE: Alguém consegue ver nessa relação de Sessões Festivas alguma que fosse para Exu? Acho que não! E mais uma coisinha: Perceba-se também que se formos considerar "ORIXÁS" o que o CDSE considerava, com nomes africanos, veremos somente aqui, nessa relação de festas: Oxossi, Ogum, Xangô, Inhaçã e Iemanjá. As SETE LINHAS DE TRABALHO seriam "fechadas" com Crianças (Cosme e Damião) e Pretos Velhos.



DA DIREÇÃO DAS SESSÕES


Art. 2° - As sessões serão dirigidas por um médium ou cambono designado pelo "CHEFE", o qual será auxiliado pelo cambonos chefe.
Parágrafo único - São atribuições do dirigente:

a) Abrir e encerar as sessões;
b) Organizar a mesa nas sessões de caridade, designando os médiuns auxiliares para campo-la e substituindo-os nas ocasiões que julgar necessário;
c) Cumprir e fazer cumprir por parte de todos, indistintamente, os dispositivos previstos nesse Regimento e ordens em vigor:
d) Resolver todos os casos omissos que chegarem ao seu conhecimento, quer no plano material, quer no espiritual, devendo, conforme o caso , dar ciência da solução adotada, na primeira oportunidade, ao Presidente da Tenda ou ao "CHEFE"- Caboclo das Sete Encruzilhadas;
e) Tomar todas as medidas que julgar necessárias para o bom andamento da sessão e que não estejam previstas nesse Regimento, ouvido, na ocasião, o Guia Chefe do terreiro.

DA REALIZAÇÃO DAS SESSÕES

Art. 3° - As sessões terão início às 2O horas com o defumador, o qual deverá terminar no máximo às 20:20 horas, até quando será permitida a entrada de assistentes e trabalhadores. Isso é muito importante de se anotar porque essa medida visava fazer com que TODOS os presentes tivessem passado pela defumação. Acho que não preciso dizer o porquê.§ 1° - As exceções do presente artigo, no qual diz respeito a entrada após às 20:20 horas, serão da alçada exclusiva do dirigente da sessão, ouvido o Guia Chefe do terreiro; Observar também: existiam exceções.
§ 2° - Nas sessões de caridade, a porta será aberta entre 21:10 e 21:20 horas, para saída das pessoas já atendidas e ingresso dos retardatários. Ingresso de retardatários somente depois da gira firmada e não a qualquer momento com riscos e quebra de corrente.

Art. 4° - A abertura dos trabalhos, que será feita com uma preleção doutrinária conversando, principalmente, sobre assuntos atinentes à LINHA DE UMBANDA, seguida de prece, terá a duração máxima de 15 minutos.
§ 1° - As consultas e passes só poderão Ter início depois de baixar o Guia Chefe do terreiro;
§ 2° - Nos dias de desenvolvimento mediúnico, serão feitas explicações apropriadas sobre pontos cantados e riscados, durante 20 minutos aproximadamente, sendo prestados, na ocasião, todos os esclarecimentos que a esse respeito forem solicitados. Observe-se mais uma vez que a preocupação com a boa orientação dos médiuns em desenvolvimento era marca registrada do CDSE. Acredito piamente que ele entendia muito bem que MÉDIUNS, tanto podem ser muito bons para o Terreiro, quando conscientes de suas responsabilidades e bem preparados, como podem ser exatamente OS PONTOS FRACOS por onde o Baixo Astral pode ir tomando conta.

Art. 5° - As sessões de caridade terminarão, obrigatoriamente, por uma descarga espiritual feita pelo Guia Chefe do terreiro. No meu entender e também como aprendi, isso é FATOR PRIMORDIAL. Médium que volta pra casa carregando nas costas as energias negativas de outros ou do ambiente, com certeza vai se desgastando aos poucos e quando chegar a perceber ...

Parágrafo único: Iniciada essa descarga, cessarão, imediatamente, as consultas aos Guias no ponto em que estiverem, não sendo permitido, sob qualquer pretexto, e a quem quer que seja, se dirigir aos mesmos ou aos demais participantes do terreiro, a fim de que não haja perturbação do trabalho por quebra de corrente.

Quebra de Corrente. Isso é tão importante quanto a própria respiração dentro de um Terreiro.

CAPÍTULO II
DOS TRABALHADORES DO TERREIRO

MÉDIUNS EM GERAL
Art. 6° - Médiuns desenvolvidos:
São os médiuns cruzados que tem autorização de "ORIXÁ MALET", para dar passes econsultas, bem como auxiliar os trabalhos de desenvolvimento mediúnico, e outros quaisquer que se realizarem na Tenda, de acordo com esse Regimento.
Distintivo: FAIXA VERMELHA na cintura.

Art. 7° - Médiuns em desenvolvimento:
a) Auxiliares: São os médiuns de desenvolvimento mediúnico adiantado, já classificados por "ORIXÁ MALET'. São obrigados a comparecer às sessões de Quarta-feira, não podendo, contudo, frequentar o terreiro em outro qualquer dia, a não ser na qualidade de assistente.

MAIS UM DISPOSITIVO IMPORTANTÍSSIMO:
Quem acompanha os textos desse blog já percebeu que sempre que posso, procuro informar sobre a importância de NÃO SE TER MÉDIUNS INICIANTES em giras DE TRABALHO, NEM COMO CAMBONOS, já que, por ingenuidade e falta de preparo, costumam ser os MAIS VULNERÁVEIS a atuações de energias e entidades do Baixo Astral. Existem exceções? Existem, é claro! Mas a Regra é esta até por lógica, e se os médiuns iniciantes forem poupados, pelo menos no início de suas práticas, de estarem entrando em contato com energias e entidades que não conhecem, com certeza só terão a ganhar.


Aí, uma vez me disseram assim: "Que nada, é melhor mesmo que vão encarando "as barras pesadas" de começo e aprendendo, com isso, a levarem tombo e se levantarem".

Um bom conselho, talvez... Mas será que aplicam essa "técnica" também no aprendizado sobre a vida a seus próprios filhos carnais? Será que os deixam, sem medos ou críticas, enfrentarem a vida sem conselhos, ensinamentos e até mesmo reprimendas? E será que se agirem assim não vão acabar se arrependendo como tantos que vemos por aí sabendo depois, pela mídia, que seus "pobres e queridos filhos" estão diretamente envolvidos no comércio de drogas proibidas? Sei não!

O pior é que em caso de médiuns iniciantes, além de poderem SE prejudicar, PODERÃO PREJUDICAR A TODO O GRUPO MEDIÚNICO, na medida em que, fatalmente, serão eles os principais alvos do Baixo Astral com consequentes QUEBRAS DE CORRENTE e até mesmo necessidade de atendimento imediato e particular.
Vamos pensar um pouquinho mais sobre isso?
Art. 8° - Os médiuns em geral, devem dar máxima passividade possível às entidades que se aproximarem, para que essas possam trabalhar com plenitude de irradiação e de força.
Acredito que isso seja norma em qualquer terreiro, até hoje.

CAMBONO EM GERAL

Art. 9° - Aos cambonos cruzados - secretários dos Guias - compete:
§ 1° - Ao Cambono Chefe:
a) Cumprir e fazer cumprir no terreiro, pelos médiuns, cambonos e assistentes, todas as origens vigorantes, velando pela boa e perfeita normalidade e regularidade dos serviços a seu cargo;
b) Fiscalizar o preparo e execução do defumador no início de cada sessão;
c) Superintender todos os serviços atribuídos aos demais cambonos, controlando a distribuição de todo material que se fizer necessário à realização dos trabalhos;
d) Controlar e disciplinar a chamada dos consulentes;
e) Esforçar-se para manter os trabalhadores e assistentes, em constante concentração espiritual, não permitindo que cruzem braços e pernas, que conversem e que procurem ter curiosidade sobre o que se passa no terreiro, além de tudo mais que possa perturbar ou quebrar a corrente fluídica durante as sessões;
f) Levar ao conhecimento do dirigente da sessão, qualquer irregularidade que notar, antes, durante e após os trabalhos;
g) Finalmente acatar e fazer cumprir as resoluções que eventualmente possam ser emanadas do dirigente da sessão ou Guia Chefe do terreiro.

Em relação ao ítem "E", percebemos a importância que era dada à PARTICIPAÇÃO DA ASSISTÊNCIA que, embora alguns não levem em conta, É IMPORTANTÍSSIMA NA FORMAÇÃO DA EGRÉGORA do Terreiro. Uma Assistência dispersiva, não concentrada, conversando entre si, também pode provocar maior CARGA DE TRABALHO para os médiuns com não muito boas conseqüências ao longo do tempo.

§ 2°- O Cambono chefe deverá ser substituído em seus impedimentos por um dos cambonos substitutos;
§ 3°- Ao Cambono Tronqueira: Além das atribuições dos cambonos substitutos e auxiliares, fica especialmente encarregado de:
a) Fazer parte, obrigatoriamente, da mesa nas sessões de caridade, auxiliando os trabalhos de descarga e de doutrinação que se fizerem necessários aos espíritos sofredores que nela baixarem.
§ 4°- Ao Cambono subchefe: Além das atribuições dos cambonos auxiliares, especialmente:
a) Zelar pelo asseio e correção do uniforme dos trabalhadores do sexo feminino;
b) Fiscalizar o vestiário das senhoras;
c) Exercer controle da passagem que dá acesso ao toalete durante os trabalhos.

§ 5°- As funções desse cambono, que está subordinado diretamente ao cambono chefe, serão privativas do sexo feminino e só poderão ser exercidas, em caso de substituição eventual, por pessoa do mesmo sexo, designada pelo "CHEFE", para esse fim.
§ 6°- Ao Cambono Substituto: Além das atribuições dos cambonos auxiliares, especialmente:
a) Substituir os cambonos chefe e tronqueira em seus impedimentos eventuais;
b) Secundar e auxiliar o Cambono Chefe em todas as suas atribuições;
c) Executar as ordens de serviço relativa à subdivisão de trabalhos e atividades que cada um deve superintender durante as sessões.
§ 7° - Ao Cambono auxiliar: Além das atribuições ainda não previstas:

a) Acatar e fazer cumprir as ordens recebidas do Cambono Chefe;
b) Receber das mãos do Cambono Chefe todo material que se fizer necessário ao Guia que assistir, salvo se o mesmo possuir material próprio, caso em que levará apenas ao conhecimento do Cambono Chefe a natureza do material a ser empregado;
c) Dar plena e geral assistência ao Guia com o qual estiver trabalhando, não podendo dele se afastar sem sua permissão;
d) Abster-se de ouvir as consultas, somente intercedendo nas mesmas em caso de ser chamado pelo Guia e apenas para atender ao assunto que por ele lhe for atribuído;

É terminantemente vedado:
1° - Revelar ou comentar a natureza das consultas e bem assim procurar tirar qualquer proveito dos assuntos tratados nas mesmas;
2° - Tomar ou procurar tomar conhecimento das consultas dadas por outros Guias, seja por curiosidade, seja por qualquer outro motivo.
§ 8° Ao Cambono Zelador: Além das atribuições dos cambonos auxiliares, especialmente:
Zelar pelo "Jacotá" (altar), trazendo-o sempre limpo.
Zelar pelo asseio e higiene de todas as dependências da Tenda:
Providenciar para que todos os objetos e utensílio à ela pertencentes estejam sempre limpos, arrumados em ordem e em seus devidos lugares;
§ 9° - Esse lugar será exercido por pessoa do sexo feminino diretamente subordinada à direção da Tenda;
Distintivo dos Cambonos cruzados: FAIXA VERDE na cintura.
O que está acima nem é preciso comentar. São determinações de âmbito puramente material.

CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES COMUNS AOS TRABALHADORES DA TENDA

Art. 10 - Os trabalhadores da Tenda (médiuns e cambonos), indistintamente, são obrigados:
a) Médiuns desenvolvidos e cambonos: Matricular-se compulsoriamente, pelo menos uma vez por semana, em dia que escolher de comum acordo com a Direção da Tenda;
b) Comparecer às sessões em que estiverem matriculados ou escalados, só podendo faltar por motivo justificado;
c) Avisar, com a devida antecedência , a impossibilidade de seu comparecimento à sessão, justificando a falta;
d) Manter a concentração no terreiro, curimbando em voz alta os pontos que forem sendo puxados;
e) Fazer, nos dias de sessão a que se obrigarem, uso de banho de descarga, cuja espécie será indicada pelo Guia que receber (caso dos médiuns desenvolvidos), ou pelo o que der assistência (caso dos cambonos), ou ainda pelo Guia Chefe do terreiro, quando este terminar, sendo que, para os médiuns em desenvolvimento (sessão de Quarta-feira), esse banho será feito com 5 folhas de mangueira.
f) Fazer uso do uniforme adotado (conservando-o limpo) e seus distintivos, não podendo permanecer no terreiro em condições diferentes;
g) Procurar conhecer os pontos riscados e cantados (curimbas), bem como os seus significados, e, quando ignorá-los, pedir esclarecimento ao Guia Chefe do terreiro ou ao dirigente dos trabalhos.

Alt. 11° - Os trabalhadores que sem motivo justificado faltarem a quatro sessões consecutivas, nas quais estejam matriculados, ou para as quais tenham sido escalados, ficarão privados de trabalhar na Tenda, condicíonalmente:
a) Os médiuns: Enquanto "ORIXÁ MALET" não autorizar a sua volta ao terreiro;
b) Os cambonos: Até que suas faltas sejam justificadas pela Direção da Tenda;
Parágrafo Único: Os trabalhadores suspensos, só poderão frequentam as sessões em caráter de assistente, sendo vedado mudarem roupa de trabalho com o intuito de permanecer no terreiro.
Art. 12° - Os médiuns desenvolvidos e cambonos poderão tomar parte nos trabalhos de qualquer sessão na Tenda, ainda que nela não estejam matriculados, desde que para isso tenham o assentimento do Guia Chefe do terreiro.
Art. 13° - Os antigos trabalhadores da Tenda, afastados transitoriamente por motivos independentes de sua vontade, poderão frequentar e tomar parte em qualquer trabalho que se realize na Tenda, salvo o caso de proibição expressa do Guia Chefe do terreiro após o início da sessão.
Art. 14° - Fica terminantemente proibido aos trabalhadores:
a) Afastar-se do terreiro durante as sessões sob qualquer pretexto ou motivo, sem a devida autorização do dirigente dos trabalhos;
b) Trabalhar, sob pretexto algum, fora do recinto da Tenda ( em suas casas ou em outro qualquer terreiro), salvo o caso de autorização especial dada pelo "CHEFE";
c) Fazer comentários de qualquer natureza, dentro ou fora do terreiro, pessoais ou telefónicos, com referência aos assuntos que tenham sido tratados nas sessões, ou sobre outros quaisquer que digam respeito à vida privada de cada um.
O Artigo 14, em seus ítens "b" e "c" eram e ainda são considerados muito importantes porque, trabalhar em casa, sem a proteção da egrégora do Terreiro, é uma forma de se arriscar e trabalhar em outro Terreiro seria o mesmo que estar jogando em um Clube e ir treinar em outro - é claro que se pode antever certos problemas daí advindos.
Proibição quanto a fazer comentários de qualquer natureza etc e tal, era e sempre será norma a ser cumprida por qualquer médium, do Terreiro que for.
Art. 15 ° - A secretária manterá os livros que forem necessários ao registro de matrículas dos trabalhadores e controle de seu comparecimento às sessões.
CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES
Art. 16° - A entrada na Tenda só é vedada:
a) às pessoas alcoolizadas ou embriagadas:
b) às pessoas portadoras de armas ou animais;
c) às pessoas manifestamente mal intencionadas ou a desordeiros conhecidos.
Sem querer mexer com ninguém mas fazendo uma observação em vista de certas permissividades hoje existentes, será que alguém diria que a não permissão de entrada, nesses casos, seria falta de caridade?
§ 1° - São deveres dos assistentes:
a) Munir-se, logo após à sua chegada, do cartão numerado para a respectiva consulta;
b) Procurar acomodação na parte reservada a assistência, onde deverá se conservar até a hora de sair, com o respeito e dignidade devidos a um TEMPLO RELIGIOSO;
c) Acatar as ordens gerais da tenda e as que lhes forem transmitidas pelos cambonos;
d) Manter-se em elevação, si souber, o curimba (ponto cantado que estiver sendo puxado), para possibilitar uma perfeita e harmónica corrente fluídica, desde o início do defumador até o encerramento da sessão;
e) Atender prontamente, sob pena de perder a vez, ao chamado do cambono para a consulta.
§ 2° - É vedado terminantemente aos assistentes, consultarem a mais de um Guia na mesma sessão.
Ops! Já existia isso naquela época. Já existiam os "corre giras" e os "corre guias".
§ 3° - O assistente que tiver necessidade de qualquer natureza deverá dirigir-se ao cambono mais próximo, de preferência de seu sexo e expor o que deseja, para que este providencie como se fizer necessário.
§ 4° - Na ocasião da abertura da porta às 21:10 horas para saída das pessoas atendidas e retardatários, deverá ser observado o mais COMPLETO SILÊNCIO.
Respeito aos médiuns, entidades e à egrégora que deve ser mantida sem desvios de pensamento ou comportamento.
CAPITULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 17 - Por princípio doutrinário e em se tratando de reuniões de caridade puramente cristã, as pessoas que vierem à Tenda, devem se abster de pensamentos e propósitos que contrariem as virtudes exemplificadas por JESUS.
Assim sendo, as consultas não poderão versar sobre assuntos que fujam aos princípios capitulados nas DEZ MANDAMENTOS, constantes do EVANGELHO.
§ 1° - São deveres de todos os frequentadores:
Procurar conhecer o Espiritismo Cristão pela leitura de obras doutrinárias tais como:
O Evangelho, segundo o Espiritismo;
O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns;
O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda.

Esse Capítulo é importantíssimo para que se deixem, de vez, de dizer coisas como: "Umbanda tem que largar o cristianismo e voltar às raizes africanas", ou então, "Umbanda é um Culto Afro", ou mesmo que "Umbanda com orações e leitura de livros espíritas é KARDECUMBANDA", comentários esses muito observados na Internet por conta de pessoas que, claramente, NÃO CONHECEM EM QUE PRINCÍPIOS A UMBANDA DO BRASIL SE FORMOU.
Lendo o acima exposto e observando certos posicionamentos, percebemo-los totalmente inadequados em relação a todos os que agem por esta cartilha, seguindo o que já determinava o CDSE há quase 100 anos atrás.
Será que são eles os "errados", se é que existem erros de ritualística nesse sentido?
O caso é que a UMBANDA é FUNDAMENTALMENTE CRISTÃ e, de acordo com outros princípios e ritualísticas que cada Terreiro achou por bem adotar, pode ter seus rituais mais africanizados, mais puxados para as práticas chamadas de orientais, esotéricas, ocutista, etc. Mas o "miolo", o fundamento maior é o de ter os ensinamentos do Cristo como base para todas as outras aplicações. E que ensinamentos do Cristo são esses: AMOR AO PRÓXIMO - CARIDADE (ajuda ao próximo), sem o que, NÃO PODE SER UMBANDA.

§ 2° - Durante as sessões ou trabalhos de terreiro é expressamente proibido:
a) Palestrar ou tratar assuntos estranhos à doutrina;
b) Fazer comentários maldosos sobre os irmãos da Tenda;
c) Proferir palavras de gírias ou de interpretações duvidosas, obscenas ou provocadoras de risos;
d) Fazer gestos ofensivos à moral ou aos bons costumes;
e) Lançar suspeitas, provocar ódios, difamar ou fazer comentários desabonadores sobre a vida privada de qualquer pessoa;
f) Desrespeitar ou incitar ao desrespeito, os artigos, parágrafos e alíneas do presente Regimento e ordens em vigor na Tenda;
g) Ingressar ou permanecer no recinto onde estão instaladas a Tesouraria e a Secretária da Tenda, com exceção dos componentes da Diretoria e pessoas encarregadas de serviços especiais.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 18 - A Tenda tem como "CHEFE ESPIRITUAL" o Caboclo das Sete Encruzilhadas, também chamado simplesmente - o "CHEFE"- criador de UMBANDA no Brasil no ano de 1908.
"ORIXÁ MALET" é o trabalhador da Linha de "OGUM" (São Jorge), Chefe de Falange, encarregado dos trabalhos de demanda.
"PAI ANTÓNIO" é a entidade que serve de intérprete a "ORIXÁ MALET" e que comumente transmite as ordens do "CHEFE".
"GUIAS CHEFES DE TERREIRO" são as entidades designadas pelo "CHEFE" para dirigir e se responsabilizar pela parte espiritual das sessões.
Art. 19 - O presente Regimento entrará em vigor na data em que for ratificado pelo "CHEFE", em sessão especial, para isso convocada.
TODA PESSOA QUE SE TORNAR ASSOCIADA DA TENDA O FAZ ESPONTANEAMENTE, PARA COOPERAR NA SUA MANUTENÇÃO E PROGRESSO, MOTIVO PELO QUAL, DEVERÁ CUMPRIR À RISCA, TODOS OS SEUS DEVERES E PRINCIPALMENTE MANTER EM DIA O PAGAMENTO DE SUA MENSALIDADE.
Obs.:O Regimento foi enviado por Mãe Maria de Omulu dirigente da Casa Branca de Oxalá. A quem deixamos registrado nossos agradecimentos.
Manoel Lopes
São Vicente, 10 de Setembro de 2005 mLopes eBooks
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COMENTÁRIOS FINAIS: Ao descobrir esse documento colocado em pdf para que se baixe em http://ebooks.brasilpodcast.net/ebook.php?id=762 pude perceber o quanto ele nos mostra, independente de outros textos que já "rolam" na Internet, do que seria e como funcionaria a UMBANDA segundo a concepção do Caboclo das Sete Encruzilhadas e Zélio Fernandino de Moraes já que um REGIMENTO INTERNO é DOCUMENTO escrito ou ditado diretamente pelas pessoas (encarnado e/ou desencarnado, no caso) envolvidas na questão e não apenas fruto de possíveis interpretações de terceiros (sem querer tirar o valor dos mesmos).
E o que pudemos observar de importante nesse DOCUMENTO?
1- Que NÃO HAVIA, na UMBANDA ORIGINAL, trabalhos com as falanges de Exu e nem se firmava tronqueira para eles. Qualquer depoimento em contrário poderá ser tomado como duvidoso em vista deste DOCUMENTO.
2- Que as Sessões (hoje Giras ou Engiras) eram determinadas para as FALANGES DE TRABALHO (Caboclos e/ou Pretos Velhos) e não para as Linhas de Trabalho ou "orixás" para os que entendem melhor assim (Ex: Xângô hoje, Oxossi dia tal, Ogum mais adiante ...). Isso é importante porque em um mesmo dia de Sessão poderiam estar presentes, tanto Caboclos(as) de Xangô, quanto de Ogum, quanto de Oxossi, e até Pretos Velhos, como podemos observar em relação às Sessões de Terças Feiras, tudo DE ACORDO COM AS NECESSIDADES;
3- Que O CDSE determinou realmente LINHAS DE TRABALHO e não de ORIXÁS, utilizando-se de alguns nomes africanos, TODOS DEVIDAMENTE ANCORADOS A LINHAS DE SANTOS CATÓLICOS, talvez apenas LINHAS DE TRABALHO em que os CABOCLOS E PRETOS VELHOS (e suas contrapartes femininas) poderiam trabalhar.
Perceba como ele trata a entidade que se auto-intitula Orixá Malê: "ORIXÁ MALET" é o trabalhador da Linha de "OGUM" (São Jorge). Percebeu? Um trabalhador. E mesmo se auto-intitulando ORIXÁ MALET, não uma DIVINDADE da LINHA DE OGUM ou, como costuma-se falar também, " um Capangueiro do orixá Ogum".
Existe uma sutil diferença em se colocar as entidades como da LINHA DE OGUM (São Jorge) e não como FALANGEIROS DE OGUM (Orixá), ainda que se lhes dê o mesmos nome (Ogum, no caso). No entanto, essa sutil diferença já nos mostra que a Umbanda de CDSE não era Umbanda de Orixás (divindades) e sim de Linhas de Trabalhos através das quais apresentavam-se entidades espirituais - CABOCLOS - PRETOS VELHOS e mais raramente CRIANÇAS.
3- Que o CDSE determinou SETE Linhas de Trabalho sendo elas, pelo que se pode observar nas festas anuais: Iemanjá, Oxossi, Ogum, Xangô, Inhaçã, e segundo alguns, Oxalá e Exu que, no entanto, não são citadas, NEM NOS DIAS DE TRABALHO e nem nas FESTAS COMEMORATIVAS. Encontramos sim, bem citadas, as Linhas de PRETOS VELHOS (Almas) E CRIANÇAS - as demais eram comemorativas dos Guias Chefes, da Umbanda em si e da Tenda Nossa Senhora da Piedade.
Por que ele determinou SETE? Está aí uma outra boa pergunta que deveriam ter feito a ele.
4- Que não vemos aqui a inserção de OXUM, NANÃ, OBALUAIÊ, OMULU, OXALÁ, OIÁ, OBÁ ou qualquer outro considerado orixá nas Nações afro. Se a Umbanda Original fosse de ORIXÁS, seria pelo menos razoável que, já em seu início, considerasse os 16 escolhidos pelo Candomblé dentre tantos outros africanos, não acha?
5- Vemos, por um outro lado, que SANTO ANTONIO, também Santo Católico mas não considerado LINHA DE TRABALHO então, também era festejado em seu dia, já por influência de PAI ANTONIO - ambos eram festejados em 13 de junho.
6- Que a Doutrina básica da Umbanda do CDSE baseava-se em livros Kardecistas e num outro que talvez fosse o único escrito na ocasião: O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda - do senhor Leal de Souza que veio a ser médium da Tenda Nossa Senhora da Piedade recebendo, posteriormente, a incumbência de abrir a Tenda de Nossa Senhora da Conceição (veja bem: não é de Iemanjá ou Oxum).
Aliás, sobre o senhor Leal de Souza, consta na história que ele divulgava ter sido o Caboclo Curugussu aquele que preparara o terreno para que o CDSE viesse, após, anunciar a Umbanda Branca.
Dizia-nos ele numa entrevista publicada no Jornal de Umbanda de outubro de 1952, com o título de "Umbanda - Um Religião Típica do Brasil:
" A Linha Branca de Umbanda é realmente a religião nacional do Brasil, pois que, através dos seus ritos, os espíritos dos ancestrais, os pais da raça, orientam e conduzem a sua descendência. O precursor da Linha Branca foi o CABOCLO CURUGUSSU, que trabalhou até o advento do CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS que a organizou, isto é, que foi incumbido pelos Guias Superiores, que regem o nosso ciclo psíquico de realizar na Terra a concepção do espaço"...
Infelizmente o médium Leal de Souza, que inclusive ensaiou uma codificação das LINHAS DE UMBANDA (que cito abaixo) não deixou claro quem teria sido o médium do Caboclo Curugussu e nem onde ele teria se manifestado.
Segundo ainda Leal de Souza, em 1925, seriam as Linhas de Umbanda como se seguem:
OXALÁ (Nosso Senhor do Bonfim), OGUM (São Jorge), EUXOCE/Oxossi (São Sebastião), SHANGÔ/Xangô (São Jerônimo), NHAN-SHAN /Iansã (Santa Bárbara), YEMANJÁ (Nossa Senhora da Conceição) e ALMAS - utilizei a grafia como a encontrei e a que agora vemos.
Perceba que mesmo aqui NÃO HÁ MENÇÃO A EXUS NA UMBANDA e, para conhecimento de todos, essas linhas de trabalho foram ratificadas no 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo e Umbanda realizado em 1941, no Rio de Janeiro.
O que isso quer dizer? Que para que fosse realmente reconhecido como UMBANDA, todo e qualquer grupamento deveria seguir estas determinações, assumindo estas Linhas de Trabalho. Quer dizer também que, na ocasião, todos os que se auto-rotularam UMBANDA e não seguiam estas determinações, já estavam se valendo de um nome ritualístico do qual não deveriam lançar mão. E também nos posiciona melhor sobre os porquês de hoje em dia existirem tantas diversidades.
O fato é este: O Congresso não teve a força que deveria ter ou, por outro lado, suas determinações não foram reconhecidas por uma grande parte que queria "fazer umbanda" ... mesmo não fazendo.
Mas como não introduzirmos Oxum?
E Exu? Vai ficar fora da Umbanda?
Como diz o popular: "Tudo o que se repete de forma contumaz acaba virando verdade" e, como desde o início à Umbanda foram adicionadas Linhas outras e também outras formas de trabalho, desde que os Princípios Basilares da Umbanda sejam respeitados, cada grupamento espiritual tende a aceitar e adotar mais essas ou aquelas Linhas, esse ou aquele ritual, essa ou aquela liturgia ou mesmo TÉCNICA DE TRABALHO como é hoje a APOMETRIA que, mais rudemente, já era executada em diversos Centros de Umbanda, mormente os que eram (e ainda são) chamados de "Mesa Branca".
O que NÃO VALE MESMO é um grupamento querer "puxar a brasa pra sua sardinha" e dizer que Umbanda tem que voltar às raízes afro que nunca teve, ou que tem que deixar o Cristianismo (observe que não é CATOLICISMO) de lado, como se este não fosse um de seus pilares. Que outras Linhas agregadas não podem ser aceitas na Umbanda. Dentro de padrões, pelo menos racionais, podem sim, dependendo do Chefe Espiritual da Casa de Umbanda (O QUE MANDA MESMO) que obrigatoriamente tem que ser ou um CABOCLO ou um PRETO VELHO, esses sim, MARCAS REGISTRADAS DA UMBANDA.
O que não pode é essas Linhas Agregadas tomarem conta da BANDA e saírem, por exemplo, em louvação à Mãe Lua, à Mãe Terra, etc, ou criando giras e rituais somente seus a ponto de mudarem totalmente os objetivos maiores das Sessões ou Giras de UMBANDA, ou fazerem como Chefe Espiritual do Terreiro: baianos, mineiros, exus, ciganos etc e tal.
Todos podem ser entidades de grande valor nos trabalhos, desde que a eles tenham sido ensinados os objetivos e formas de trabalho da UMBANDA, mas, como são AGREGADOS, AUXILIARES, não têm ordem de comando para dirigirem verdadeiros Terreiros de Umbanda, a não ser sob vigilância de um Verdadeiro Caboclo ou Preto Velho.
E como sei que alguns, ao lerem, vão logo querer defender as falanges de ciganos, deixo bem claro que não há ataque algum a qualquer tipo de falange neste texto e sim constatação de fatos. Vou adiantando aqui que, embora venham sendo aceitos em ALGUNS TERREIROS (não todos) e não há muito tempo, como querem fazer crer outros mais, essas falanges têm suas formas de ver e agir, bem assim como princípios religiosos e de louvação, bastante distintos do que sempre foi preconizado para a Umbanda e, até onde sei, há até mesmo indicações para que seus altares sejam diferenciados do altar mor dos Terreiros - o Congá. E pra reforçar ainda mais, vemos em muitos Terreiros Giras Especialmente organizadas para o dia dos Ciganos e Ciganas, numa clara demonstração (só não percebe quem não quer) de que a ritualística deles tem que ser especial - sem Caboclos ou Pretos Velhos por perto - e, preferencialmente, com louvação a Santa Sara e não a Orixás ou Santos, embora já se veja, por parte de mais alguns, uma tentativa de adaptação dessas crenças para justificarem ciganos como povo de Umbanda.
Tenho nada contra quem faz assim e o que vou dizer não lhes tira o valor quando chegam para trabalhar pela Caridade verdadeiramente. Cada um chama e trabalha com as entidades que achar melhor e até muito positivamente, eu creio. Mas que são entidades fora do contexto de UMBANDA, lá isso são.
Se mais comentários couberem sobre o tema e tenham por mim sido postergados (desprezados), o ítem COMENTÁRIOS pode ser usado para melhores posicionamentos e até melhores interpretações por parte de qualquer um que leia esse artigo.
SAUDAÇÕES FRATERNAS A TODOS.