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ESSE É UM BLOG PARA QUEM PRETENDE LER E APRENDER RACIOCINANDO, SOBRE TEMAS COMO UMBANDA, MEDIUNIDADE EM GERAL E AUTO-AJUDA. SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, ACREDITE, NÃO FOI POR ACASO. TALVEZ AS RESPOSTAS PARA ALGUMAS DE SUAS DÚVIDAS ESTEJAM EM ALGUNS DOS TEXTOS POSTADOS.

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segunda-feira, 29 de outubro de 2007

UMBANDA E SEUS PERSONAGENS

Entendamos bem isso.

As Linhas de Trabalho da Umbanda são, desde o início: Crianças, Caboclos e Pretos Velhos, todos com suas contrapartes femininas.

Baianos (linha que era inicialmente composta por feiticeiros/quimbandeiros), Mineiros (que deveria ser o povo de Mina e não de Minas Gerais), Malandros (que não se precisa explicar, porque o nome já fala tudo), Boiadeiros (não necessariamente caboclos porque essa definição foi dada, originalmente, aos que hoje chamam de Caboclos de Pena), Ciganos, Marinheiros e talvez outras que eu esteja esquecendo no momento, fazem parte de grupos AGREGADOS e não necessariamente Umbandistas (a gente pode explicar melhor isso numa outra ocasião).

Dentro das três classificações para ENTIDADES DE UMBANDA existem não só espíritos que foram índios, escravos e até mesmo morreram crianças, mas muitos outros tipos de Espíritos e Elementais.

Dentre os que são Espíritos (eguns) podem estar TODOS OS "EX" AQUI NA TERRA: LIXEIROS, MÉDICOS, ALFAIATES, ÍNDIOS, ESCRAVOS, MANICURES, PEDICURES, ADVOGADOS, MÉDICOS, COVEIROS, PADEIROS, CAIPIRAS, BOIADEIROS, VAQUEIROS MESMO, MAGOS, MAGAS, ETC.

Nas verdadeiras Linhas de Umbanda todos esses espíritos se apresentam numa das três características antes citadas, DESPERSONALIZADOS mas de acordo com o trabalho espiritual que irão desenvolver ao longo do caminho que ainda têm que percorrer, caminho este relativo à EVOLUÇÃO ESPIRITUAL pretendida.

Essas três CARACTERIZAÇÕES da UMBANDA, visam EXATAMENTE ACABAR COM AS DISTINÇÕES SOCIAIS que existem aqui no Plano Terra, ao tempo em que coloca todos linearmente caracterizados.

O que isso quer dizer, pra ficar melhor explicado?

Quer dizer que para a UMBANDA VERDADEIRA (todas as que realmente se prestam à caridade, fé e amor fraternal, não se levando em conta aqui o tipo de ritual utilizado) NÃO PODEM EXISTIR DIFERENÇAS POR DESNÍVEIS SOCIAIS CRIADOS AQUI NA TERRA e que, quando se trata de CARIDADE MESMO, pouco importa se quem a está fazendo é um ex-lixeiro, um ex-advogado, um ex-papa, um ex qualquer coisa. O que importa é o TRABALHO QUE ESTA ENTIDADE TEM QUE FAZER E FAZ.

Se vc entendeu o que expliquei acima, entenderá também que NA UMBANDA VERDADEIRA e não na UMBANDA ANÍMICA, não cabem essas diferenciações de falanges e falanges que "estão se apresentando" por aí porque o simples fato de se declararem "de uma certa posição ou grupo social" (seja qual for) já demonstra que são espíritos que não pertencem às reais hostes UMBANDISTAS. Poderiam ser até Kardecistas (se tivessem condições), já que ali os espíritos costumam se declarar doutor isso ou aquilo, mestre aquilo outro, etc, mas não Umbandista Verdadeiro, pelo que já deixei explicado.

Que fique bem claro: Crianças, Caboclos, Pretos Velhos são as caracterizações permitidas pela VERDADEIRA UMBANDA. todas as outras são de ESPÍRITOS AGREGADOS (de baixo ou de cima) ou INTERMEDIÁRIOS que são aceitos COMO AUXILIARES mas não aceitaram, de certa forma, assumir CARACTERÍSTICAS UMBANDISTAS e, dessa forma, não poderiam ter ORDENS DE COMANDO SOBRE QUALQUER TERREIRO VERDADEIRAMENTE UMBANDISTA.

Vamos voltar rapidamente ao caso do CDSE, só para exemplificar?

Não seria até mais fácil pra ele, se apresentar como PADRE MALAGRIDA (já que os padres eram muito respeitados) e com isso implantar a sua Umbanda, o que a faria, desde o início, um Culto muito mais Respeitável pela sociedade de então?

Por que então ele se apresentou em características de ìndio pra fazer isso? Já pensaram todos sobre isso?

Raciocinemos então!

UM REMENDO AQUI: O fato de alguém ter sido lixeiro, mendigo, catador de latas antes, não quer dizer que tenha que estar, depois, nas falanges de Exus, como alguns podem pensar. Entre lixeiros, carvoeiros, cata-latas, etc, PODEM EXISTIR PESSOAS DE UM GRAU EVOLUTIVO MUITO MAIOR QUE O MEU E O DE QUALQUER UM DE NÓS.

Pensemos também sobre isso, ok?

Exus também não eram personagens de Umbanda e sim de Quimbanda - lá era e é o Reino deles.

Na Quimbanda eles chefiam giras, dão ordens para funcionamento de Terreiros, batizam, etc. - mas alguns espíritos dessas falanges foram se infiltrando e sendo aceitos nos Terreiros, como auxiliares - AQUELES QUE PRETENDIAM TRABALHAR DE OUTRAS FORMAS E PELA AJUDA AO PRÓXIMO TAMBÉM.

O que confunde muito é que os Terreiros de antes do CDSE, que não eram de Umbanda, até porque essa palavra não existia como culto, já misturavam os "cumpadres", as "cumadres", os pretos e brancos feiticeiros, os índios "demandeiros", etc e tal.

OBSERVEMOS QUE, pela descrição de como aconteceu a Umbanda no Estado do Rio de Janeiro (Niterói, Bairro - Neves), percebe-se que a idéia inicial era a de, exatamente, SEPARAR AS ENTIDADES QUE VIRIAM TRABALHAR PARA O BEM E A CARIDADE DAQUELAS QUE ANTES NÃO ESTAVAM NEM AÍ PRA ISSO e eram usadas, em sua maioria (não em todas, é claro) para trabalhos de feitiço, amarrações, demandas, encomendas de mortes ...

Com a posterior AUTO ROTULAÇÃO DE UMBANDA assumida por esses mesmos Terreiros foi que houve a maior confusão, a ponto de hoje (e até muito antes), uma grande parte dos seguidores não saberem mais discernir o que é entidade de Umbanda, de Quimbanda, de Candomblé, e por aí vai. Se bem que eu não sei não! Acho que essa "ignorância" é um tanto proposital por parte de uma boa parte.

Os Exus que vinham da Quimbanda para a Umbanda eram doutrinados (ensinados) DE ACORDO COM AS NOVAS REGRAS DE TRABALHO e estavam sempre sob direção de Caboclos ou Pretos Velhos como seus orientadores. Isso na Umbanda mesmo, PORQUE OS QUE APENAS ASSUMIRAM O RÓTULO continuaram a trabalhar da mesma forma, inclusive criando demandas entre Terreiros e filhos de Terreiros, o que acontece ainda até hoje em menor escala.

Quem viveu a Umbanda(?) de muitos anos atrás sabe muito bem disso.

Quantas histórias rolavam sobre "visitas" de Terreiros a outros Terreiros que na verdade tinham o propósito de criar demandas ... Quanto não se ouvia falar que o Terreiro de Mãe "tal" estava em demanda com o Terreiro de Pai "qual" ... Que fulana ou fulano só ia no Terreiro de Cicrano ou Cicrana pra soltar lá os seus pós ... E MESMO ASSIM SE CHAMAVAM "DE UMBANDAS".

Existe uma fórmula certa (uma delas apenas) pra se saber se a entidade que se apresenta é de Umbanda mesmo ou está se infiltrando e isso vem de muito tempo. Se ela se apresenta em público com títulos honoríficos, pode ter certeza de que de Umbanda mesmo não é. Pode até ser aceita, mas sempre com reservas e vigilância porque, só pelo fato de se sentir PUBLICAMENTE (perceba bem isso) um príncipe, barão ou doutor, já faz com que fuja do princípio maior da Umbanda - A HUMILDADE!

O problema que acontece aqui é que muitos médiuns se sentem "homenageados" por estarem "recebendo" um "doutor", um "rei", uma "princesa" ... entende, né? Aí, se você tentar explicar esse DETALHEZINHO da Umbanda, vão acabar dizendo até que você discrimina os "entitulados".

Se a entidade foi mesmo um expoente qualquer quando em vida (isso pode ter acontecido) ela pode até, na surdina, confessar isso a seu médium (e isso é caso raro), mas mesmo assim RESERVADAMENTE e não PUBLICAMENTE porque, alardear-se através de títulos que auferiu quando em terra, já é sinal de VAIDADE DA ENTIDADE. Já é sinal de que pretende impressionar o público pelos títulos que possa ter tido E ÀS VEZES ATÉ NÃO - está apenas inventando pra impressionar os ingênuos.

Em contrapartida, espíritos que se metem na vida particular de consulentes, ainda que não chamados para isso (a não ser que seja esta a mola-mestra para a resolução de um problema), espíritos que estão sempre encomendando festas, espíritos que gostam de ser louvados, que pretendam manter seus seguidores à base de medos e ameaças, que gostam de ser invejados em suas atitudes, que gostam de desafiar encarnados e desencarnados (demandas) devido a seus instintos bélicos ainda não controlados, espíritos que se metem na vida amorosa de seus médiuns e/ou consulentes (a não ser que isto seja importante para o equilíbrio psicológico dos mesmos), espíritos que vêm sempre com aquelas "receitinhas de amor", de amarração do ser pretendido, espíritos que gostam de se exibir com pompas e circunstâncias, espíritos que "alugam" sua assistência para ficar cantando loas às sua possíveis vitórias astrais ... Qualquer deles, guardadas as devidas proporções de suas atitudes, NÃO SÃO ESPÍRITOS DA LEI DE UMBANDA E SIM AGREGADOS que podem e devem sim, ser bem recebidos, já que a Umbanda está aí pra isso mesmo. MAS O QUE TODOS TERIAM QUE ENTENDER, é que DEVEM SER BEM RECEBIDOS PARA QUE APRENDAM com as VERDADEIRAS ENTIDADES DE UMBANDA e seus MÉDIUNS, a trabalharem de acordo com a LEI E NÃO AO CONTRÁRIO, quando acontece de espíritos que claramente estão ENRAIZADOS EM SEUS ANTIGOS ANSEIOS MATERIAIS chegarem em Terreiros ditos de Umbanda e, por razões que não cabem nesse momento a análise, PASSAREM A COMANDAR GIRAS, DITAR NORMAS E ATÉ COROAÇÕES de novos filhos.

Meus irmãos ... cuidado! Custa alguma coisa vocês peneirarem certas entidades nem que seja apenas por seus comportamentos nada espiritualizados em certos casos?

E parem com essas idéias implantadas "convenientemente" na cabeça de alguns que afirmam "NÃO SEREM DÍGNOS DE JULGAREM OS ESPÍRITOS"... Desculpem-me mas isso nos parece mais FALSA MODÉSTIA ou POUQUÍSSIMOS CONHECIMENTOS sobre o mundo Astral. Volto a afirmar peremptoriamente (decisivamente): NÃO É PORQUE UM ESPÍRITO LARGOU A MATÉRIA PARA TRÁS QUE VIROU ESPÍRITO SANTO NÃO!

Só aqui entre nós, que ninguém nos leia (Rss)

Tive a oportunidade de ser convidado uma vez, para assistir aos trabalhos do tal de Dr. Fritz que, nessa ocasião, "baixava" no irmão do Zé Arigó.

Esse médium vinha a Niterói, me parece que uma vez por mês e dava suas consultas na casa da mãe de uma amiga professora.

Como eu não sou nem um pouquinho curioso, é claro que fui.

Resumindo: Desde a incorporação (a forma de), até a energia que trazia essa entidade que esteve bem pertinho de mim, deixava claro que ali estava UM BAITA KIUMBÃO, de tão pesada que era.

Mas para a platéia era o DR. FRITZ e nunca ninguém parou pra analisar (e se parou deixou pra lá sem levar em consideração) o porquê de todos os seus médiuns, ou terem MORTES DEPLORÁVEIS (inclusive este sobre quem escrevi) e/ou se verem totalmente enrolados na justiça por falcatruas. Os iguais se atraem, lembra-se?

E perceba mais uma coisa: Se você (ou todos) teve a oportunidade de ver essa entidade, mesmo que pela televisão em outros médiuns, também teve (ou tiveram) a oportunidade de vê-la "rendendo homenagens a Jesus", como qualquer entidade (desencarnada ou encarnada mesmo) da pior à "mais pior" (exagero proposital) que pretenda impressionar seus seguidores, faz com o maior cinismo, DESDE QUE TENHA PLATÉIA PARA ISSO.

Só por esse exemplo (e eu teria muitos mais) já se pode perceber que uma apresentação por "títulos" ou "podêres" pode ser MUITO PERIGOSA, na medida em que, impressionados, TODOS ABREM SUAS GUARDAS, entendeu?

Essa é minha preocupação com os médiuns EMPOLGADOS e os ANÍMICOS. Os MISTIFICADORES têm mesmo é que enfrentar um psiquiatra e até a camisa de força - não podem ser normais.

Como antes, quero deixar bem claro que meu interesse NÃO É INVENTAR UMA NOVA UMBANDA, mas o de deixar bem claro que UMBANDA NÃO É BRINCADEIRA e que LIDAR COM O MUNDO ASTRAL PODE SER MUITO PERIGOSO PARA QUEM SE DESLUMBRA COM OS EFEITOS ESPECIAIS QUE ALGUMAS ENTIDADES SABEM MUITO BEM CRIAR.

Que Zambi nos mantenha sempre os olhos bem abertos e voltados para a LUZ!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

EM BREVE


NOVO TEMA EM ESCOLHA
(INFORME BREVE)
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Qualquer visitante que tenha acesso aos textos aqui postados e achar por bem copiá-los para informações ou debates em grupos ou comunidades tem, de imediato, a permissão para fazê-lo, desde que não esqueça de citar a fonte. Quaisquer melhores informações ou apoios para debates relativos aos textos, podem ser solicitados no ítem "COMENTÁRIOS" que fica sempre ao final de cada texto. Tenha uma boa leitura. Esperamos que algumas "luzes" possam ser lançadas, através do raciocínio, sobre muitas coisas que ficam ou ficaram veladas para uma grande parte.
Meu sincero e fraterno SARAVÁ A TODOS !!!

C.Zeus


MEDIUNIDADE - MISTIFICAÇÃO - ANIMISMO

ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

Eis aí mais um tema que alguns pretendem fazer polêmico e, embora possamos vislumbrar sua importância, ela normalmente é deixada de lado em função de um pseudo "respeito que se deveria ter para com o animismo alheio".

Antes da abordagem gostaria de explicar, sendo bem claro para todos os que aqui chegam, que o propósito deste Blog não é o de ficar "batendo cabeça" para uma grande parte de IDÉIAS SEM FUNDAMENTOS divulgadas até como "EVOLUÇÃO DA UMBANDA" que vemos serem espalhadas em livros e na própria internet. Nosso propósito é exatamente o de tentar explicar, em linguagem mais clara possível, o porquê de certos rituais, como acontecem certos fenômenos, e, se podem ter fundamentos ou não.

Nossa idéia é mesmo a de confrontar certos "axiomas"com a razão, para chegarmos a conclusões (ou até mesmo não), de que podem ser mesmo axiomas ou ...

Já está mais que na hora da Umbanda sair do MUNDO DOS CONTOS DE FADAS e se tornar mais RACIONAL; de deixarmos de divulgar procedimentos e teorias como "MISTÉRIOS" e os demonstrarmos, ainda que apenas pela prática, através das quais poderiam se tornar COROLÁRIOS (afirmações deduzidas de verdades demonstradas); de ficarmos aceitando tudo o que inventam como prática ritualística de Umbanda; de aceitarmos PURO ANIMISMO como MEDIUNIDADE, o que acaba por nos levar a situações até mesmo bizarras frente a pessoas que tenham um mínimo de raciocínio lógico e, principalmente aqueles que têm sede em dizer que tudo não passa de atuação do "Grande Irmão"(*) ou de mentes doentias.

Não raramente vemos pessoas criticarem práticas religiosas alheias, mas sempre à luz de suas próprias verdades. Mas o pior é que, quando lhes pedimos para exporem suas verdades com alguma base racional, também acabam entrando naquela história de que "não pode ser explicado por ser eró (segredo, mistério), mas também não é como estão dizendo" ...

Ora, se a idéia é criticar por criticar, então é melhor que se fique de boca fechada. Apelar para os erós (segredos), na maioria das vezes é saída pela tangente DE QUEM NÃO TEM RESPOSTA MAS TAMBÉM NÃO QUER ACEITAR O RACIOCÍNIO ALHEIO. E veja bem que isso não é uma crítica destrutiva. A idéia é de que seja um CONVITE AO RACIOCÍNIO, já que EM UMBANDA NÃO HÁ OVELHAS (ou pelo menos não deveria haver) e sim pessoas que pretendem (ou deveriam pretender) compreender um pouquinho mais, que seja, de todas essas práticas e ritualísticas, seus próprios objetivos a serem alcançados, ou seja, o máximo que se possa aprender para, futuramente, "ANDAR COM SEUS PRÓPRIOS PÉS".

O que for considerado "fundamentado" através do raciocínio e verificação prática, então que se pratique, enquanto o que não for ... que se "enxugue".

A afirmativa de que "temos que respeitar todas as ritualística alheias" é correta, mas até certo ponto - o ponto em que se demonstre ter essa ou aquela, algum tipo de fundamento.

Veja bem que não ter que respeitar a ritualística alheia NÃO QUER DIZER que TENHAMOS QUE ATACÁ-LAS ou às pessoas que assim agem. O que isso quer dizer é que: Conhecendo-se uma determinada ritualística, têm-se TODOS OS DIREITOS DE ESTUDÁ-LA MAIS PROFUNDAMENTE E, PROVADAS SUAS VERDADES, ACEITÁ-LAS E ATÉ DELAS SE UTILIZAR. Caso contrário, demonstrar suas fragilidades (SIM, POR QUE NÃO?) e deixar para quem quiser ou puder entender, numa forma até caritativa, já que o conhecimento dessas fragilidades poderá ajudar muitos a se reciclarem em seus conceitos iniciais e, com isso ficarem MAIS CONSCIENTES DO QUE ESTÃO FAZENDO E MENOS VULNERÁVEIS.

Estou tocando nesse assunto porque, de tempos em tempos aparecem algumas pessoas alardeando práticas e "FUNDAMENTOS TEÓRICOS" baseados tão e somente em suas próprias experiências pessoais e, se essas pessoas tiverem um bom acesso à rede de distribuição (mídia escrita, televisada, irradiada, etc.), de uma hora para outra parece que as pessoas nem bem raciocinaram e já estão gritando que "essas são as verdades". As Novas Verdades? Será que passam pelos crivos da coerência? Será que passam pelos crivos das contradições? Ou as estamos aceitando simplesmente porque quem as difundiu foi o Pai Fulano ou a Mãe Cicrana que "estão na mídia"?

Vamos raciocinar um pouquinho mais antes de aceitar o tudo que nos cai às mãos?

Até os textos que você encontra por aqui, tentando buscar fundamentos ou explicá-los, devem ser fartamente analisados em busca de possibilidades, razão ... ou não.

Não estou tentando reinventar a Umbanda ou a Mediunidade e muito menos criar uma Nova Umbanda. O que estou tentando é, de posse de informações pertinentes, traçar linhas convergentes e divergentes entre idéias e conceitos para que cheguemos, cada um a seu modo e tempo, a algumas conclusões que nos venham a ser positivas e delas possamos tirar algum proveito.

Minha preocupação maior é com o LIRISMO e o excesso de MISTICISMO com que são tratados certos assuntos por alguns, que, muito longe de virem a ser positivos, podem levar a dificuldades e quedas inconscientes, já que o apoio de práticas e fundamentos em sonhos e fantasias, mais cedo ou mais tarde vai se revelar como uma estrada sem chão. ANOTE ISTO EM SEU CADERNINHO.

Como sempre, estou disposto a debater esse e outros assuntos, educadamente, com qualquer pessoa que assim pretenda e que discorde das idéias aqui difundidas. Não tenho medo de "ter que bater cabeça", mesmo que seja para um neófito, um abiã, ou seja lá que título tenham, desde que suas palavras e idéias demonstrem ter um real fundamento. FAÇO ISSO COM A MAIOR SATISFAÇÃO!
Pela minha prática a Umbanda é simples. É tão simples que se torna um "bicho de sete cabeças" pra quem pretende criar novos conceitos e fundamentos. E tanto é que os que assim agem acabam se contradizendo uns aos outros e contradizendo a si próprios, tal é a profusão de "novos conceitos", novas práticas e até mesmo NOVOS ORIXÁS que estão aparecendo por aí.

Isso dito, vamos ao assunto principal.

Quando iniciei meu caminho pelo Espiritismo, em Kardec como já disse em outro texto, havia, por parte dos dirigentes das Sessões uma grande procupação quanto ao animismo por entenderem eles que: "esse era um "fenômeno" através do qual o médium acabava por transmitir suas próprias idéias a despeito do que poderia estar pretendendo alguma entidade que ali estivesse, sendo que, em muitas vezes, nem estavam - na verdade as "mensagens" eram fruto do consciente ou mesmo inconsciente do médium que, acreditando estar sendo atuado, passava aos demais suas próprias idéias e formas de pensar sobre esse ou aquele assunto".

Essa preocupação foi comigo ao adentrar à Umbanda e começar a treinar novos médiuns - poderia dizer iniciar novos médiuns mas prefiro o termo treinar.

Hoje em dia percebo, por alguns textos, uma aceitação maior e até mesmo - por que não dizer - uma certa permissividade exagerada que, ao meu ver, em grande parte das vezes acaba fazendo com que se aprontem "médiuns" que mais são anímicos do que médiuns mesmo.

Nossa grande preocupação, enquanto médiuns era, quando em atuação consciente (tipo de mediunidade mais utilizada nas mesas Kardecistas) estar o mais relaxados possível e SEM IDÉIAS PRÉ-CONCEBIDAS PARA QUALQUER ASSUNTO, já que esse fato poderia em muito atrapalhar a verdadeira mensagem que deveria ser repassada. Exemplo: Se o médium fosse um Homofóbico não treinado e a mensagem fosse destinada a um(a) homossexual, na maioria das vezes essa mensagem poderia ser "truncada"(mutilada) e cheia de impressões pessoais, perdendo, dessa forma, a real validade para a questão.

Um outro exemplo que era sempre realçado em reuniões de médiuns era a possibilidade de problemas psicológicos enraizados também afetarem as comunicações, bem assim como vaidades e pretensas sabedorias e conhecimentos que em muitas vezes poderiam CRIAR FALSAS MENSAGENS e, por decorrência, FALSOS ENSINAMENTOS.

O que me preocupa, nos dias de hoje, é o aumento dessa permissividade aos fenômenos anímicos em detrimento dos verdadeiramente mediúnicos pois, podem ter certeza: são decorrências de animismo, talvez não em todas, mas em sua grande parte, os Exus Reis, Barões, Duques disso ou daquilo, As Pomba Giras Princesas daquilo outro, os Oguns de capa, capacete e espada, "todos soldados romanos" e muitas outras coisas QUE FOGEM TOTALMENTE À HUMILDADE pregada pela Umbanda quando anunciada ou fundada ou sei lá o que.

Sempre que posso faço essa pergunta e até hoje ninguém me respondeu adequadamente: Será que todos os Exus foram NOBRES ou TODOS os NOBRES viraram Exus do outro lado? Será que Maria Padilha era mesmo uma portuguesa amante do Rei Pedro, o Cruel de Castela, e tinha origem Cigana? Será que todos os Caboclos de Oxossi eram Chefes de Tribo e os de Ogum eram soldados ou Generais Romanos mesmo? Será que só sobraram para os menos nobres (na Terra) as falanges de malandros? Ou na Umbanda ATUAL os sem título não cabem?

Quando comecei Exu Sete Encruzilhadas era só isso - SETE ENCRUZILHADAS (da calunga ou da encruza). Agora já é REI das Sete Encruzilhadas. Isso deve querer dizer que nessa falange só entram REIS da antiguidade ou que se tornaram REIS depois de "mortos" ... ou não?

Exu Veludo era só Exu Veludo. Agora já foi Duque, Barão ... sei lá. As Pomba Giras tinham "nomes" diversificados e não eram quase todas Marias Padilhas ou Marias Molambos e, quando se identificavam se diziam, por exemplo: Sete Saias da calunga ou da encruza, ou da figueira. Mas agora parece até que estão se refinando em suas apresentações. Tanto Pomba Giras como Exus, se apresentam como, por exemplo: Exu tal da terceira porta do lado direito da calunga, Pomba Gira tal do lado esquerdo do cruzeiro, da porta esquerda da fornalha, da terceira catacumba depois da primeira curva à esquerda (isso já foi por minha conta). O que é isso? Evolução da Umbanda? Não meus irmãos. Isso é PURO ANIMISMO! Pura atuação do consciente ou inconsciente humano ou, em caso pior, MISTIFICAÇÃO do "médium" ou da própria entidade no caso de haver alguma.

Meus caros.

Detesto ter que dizer isso mas tenho que fazê-lo: MUITO CUIDADO COM O ANIMISMO, mas MUITO CUIDADO MESMO! Respeitar o ANIMISMO alheio, não tentar corrigir esse defeito que muitos de nós temos, muito menos que ajudar, vai acabar mesmo é criando A UMBANDA ANÍMICA (se é que já não existe) com todas as suas conseqüências.

Só para que tenhamos uma idéia do quanto o animismo está imperando nos dias de hoje, percebam que as Giras em que há maior participação (presença) dos médiuns (pra não falar da assistência) nos dias de hoje são:

As de Crianças; As de Malandros; As de Exus. REPARARAM?

Por que? Porque são essas as giras mais propícias a "empolgações", EXTERIORIZAÇÕES DE EGOS e outros comportamentos "humanizados" e inadequados que poderão ser observados por todos os que queiram fazê-lo friamente, embora sem idéias pré-concebidas.

Por outro lado, as Giras de Caboclos e Pretos Velhos, que em minha opinião são OS VERDADEIROS REPRESENTANTES DA UMBANDA NO BRASIL, POR EXIGIREM MAIOR RESPEITO, menos brincadeiras e"gracinhas", menos fantasias (quando são entidades de Lei mesmo), menos festanças e alvoroços, comportamento mais equilibrado tanto de assistentes quanto de médiuns, em muitas vezes não alcançam a metade do público assistente e, podemos perceber que ATÉ MESMO PELO LADO DOS MÉDIUNS, não são tão procuradas.

Se falarmos então em Sessões de Estudo, é um tal de "tenho compromisso", "infelizmente não vou poder", "mais de uma Gira meu marido não vai deixar" e outras desculpas mais que ... nem dá pra comentar.

E desculpem-me mais uma vez certa radicalização de pensamento pois, se o faço é porque preocupa-me observar que alguns Terreiros atuais (e alguns mais antigos também), principalmente os que vivem em busca de MAIS ASSISTÊNCIA, acabam se transformando em PALCOS TEATRAIS para interpretações pseudo mediúnicas de artistas frustrados com um imenso vestuário, cenários, festas e mais festas e, se deixarem e tiverem dinheiro para tal, poses para fotos e filmagens (nada contra quando acontece às vezes mas SEM POSES DE ENTIDADES, por favor).

O que acontece muito nos dias de hoje é que TEM MUITA GENTE BRINCANDO DE UMBANDA e isso não é nada bom - as conseqüências disto ...

Há pouco fiquei sabendo que, além dos Lampiões e Marias Bonitas (Cangaceiros) e outros, brevemente estaremos vendo disseminadas (e possivelmente até defendidas a ferro e fogo) as falanges de LIXEIROS e de CAIPIRAS com direito a roupas de quadrilha e tudo mais ... E isso porque essas "falanges" já estão "baixando" em alguns lugares por esse Brasil afora. Isso é EVOLUÇÃO DA UMBANDA? Temos que aceitar isso também?

Que vai ter gente tentando justificar mais essas explosões de ANIMISMO ou MISTIFICAÇÕES, lá isso vai, porque, como costumam dizer, a Umbanda recebe a todos em seu seio ...
Agora, pra quem acha coisas como essas "muito normais", provavelmente deverá achar também normal quando as falanges de Cavalos de Ogum, Leões de Xangô, Tigres de Oxossi, Cobras de Oxum etc e tal, forem também mais divulgadas porque: que já tem gente "recebendo" isso aí, também é "verdade" E NÃO É DE HOJE!
Vou repetir o que uma entidade, há muitos anos repetia para nós a título de aviso: "VÃO ABRINDO PORTEIRA, VÃO ABRINDO PORTEIRA!". Entenda quem puder!

Voltando ao assunto inicial e agora mais "academicamente", explicamos que MISTIFICAÇÃO é o fenômeno em que médium ou entidade incorporante (humana ou elemental) fazem parecer ao público que acontece uma coisa que realmente não acontece. Nesse aspecto, pelo lado do pseudo médium, estão incluídos aqueles que, pretendendo se mostrar com o "santo", fingem que estão incorporados repetindo trejeitos e formas de falar de entidades reais - SÃO OS IMITADORES DE ENTIDADES. Não vou me alongar nos porquês alguns assim agem pelo fato de que seja lá qual for a desculpa, o real motivo são suas personalidades deturpadas, já que o fazem CONSCIENTEMENTE - esse é o já famoso EKÊ.

Pelo lado das entidades que assim agem, além de terem suas personalidades deturpadas, podem ter também outras reais intenções, na grande maioria das vezes com fins obsessivos.

Por que digo isso? Porque, por exemplo, se uma entidade qualquer se apresenta como Pai Manoel de Angola, se finge de Preto Velho, age como tal e não é (A NÃO SER EM ALGUNS CASOS PERMITIDOS EM QUE A ENTIDADE ESTÁ SENDO VIGIADA PARA QUE POSSA SUBIR O SEU DEGRAU), pode ter certeza de que, mais cedo ou mais tarde irá demonstrar seus reais propósitos, não só em relação ao médium que lhe dá passagem como talvez, até mesmo em relação ao grupo que venha a chefiar.

Um obsessor (ou kiumba) deste tipo, se não reconhecido rapidamente, costuma ir ganhando terreno através de "trabalhinhos bem feitos" aqui ou ali, de uma forma que, aos poucos, vá ganhando a atenção e carinho, não só do médium como de outros que o cerquem e, a tal ponto, que se amanhã (num futuro) resolver matar um boi nos dentes, todos vão achar perfeitamente normal por se tratar do "querido Pai Manoel" (que me perdoem os verdadeiros), sem perceberem que desde muito tempo atrás já estavam sendo levados, em suas práticas, aos caminhos do Baixo Astral. ANOTE ISTO TAMBÉM!

Como já expliquei antes (ao tocar no tema: obsessores), quando um quer se assenhorear do médium ou de sua "platéia", a melhor técnica que usa é exatamente a de criar vínculos através de "milagres" que possa vir a fazer. Depois que todo mundo já está em suas mãos (crendo sem reservas), o resto é fácil porque ninguém mais quer refutar (desaprovar) o que possa estar caminhando por caminhos tortos - sempre acham que é normal. ANOTE ISTO TAMBÉM!

Há pouco também, tive a oportunidade de ler em um certo debate, que o Exu tal de uma certa pessoa vinha, ora como Tiriri, ora como Marabô ou qualquer coisa parecida. Onde está a lógica disto? Como é que não se percebe que, pelo menos alguma coisa está esquisita nisso aí? Ou será que só eu vejo assim?

Por que um Exu de verdade tem que se apresentar ora como um, ora como outro? Animismo ou Mistificação! Pode ter certeza que não escapa de um desses dois "fenômenos", ambos bastante prejudiciais a esse médium que, infelizmente acreditava ser isso "normal".

E quando vemos (com olhos da razão e não da emoção) certos "Caboclos" e "Pretos Velhos" que "carinhosamente" chegam em terra com os comportamentos mais "kiumbizados"(neologismo rápido) possíveis, com brincadeiras e piadinhas que nem Exus ou Malandros fariam? Seriam Caboclos mesmo? Ou Pretos Velhos?

E ainda tem os famosos "pretos velhos" que viram exu na hora grande ...

Por comportamentos de "entidades" como essas, que uma grande parte crê serem mesmo Caboclos e Pretos Velhos é que já li e ouvi a mais estapafúrdia das crenças: A de que existem Exus mais evoluídos que Pretos Velhos e Caboclos! Mas qual! Generalizam sem saberem com o que estão lidando - essa é a verdade.

Quanto ao ANIMISMO, por tudo o que já escrevi antes, já se pode perceber o quanto pode ser prejudicial, tanto ao médium quanto a seus seguidores, na medida em que TODOS poderão estar recebendo informações ANÍMICAS e não MEDIÚNICAS. Em outras palavras, informações relativas ao inconsciente ou mesmo consciente do médium e não realmente DE ESPÍRITOS PROTETORES e GUIAS.

Existe uma Corrente de Pensamentos através da qual divulga-se que o animismo deve ser aceito porque: "não existe uma dicotomia (divisão) entre fenômeno anímico e fenômeno mediúnico. Na grande maioria das vezes o que ocorre é um estado intermediário com maior ou menor participação do Espírito encarnado no médium em relação ao Espírito desencarnado que por ele se expressa".

Essa mesma Corrente de Pensamentos explica que, admitindo-se a pluralidade das existências (reencarnações sucessivas) o fenômeno anímico pode muito bem se manifestar quando, "em transe", o indivíduo passa a expressar seus próprios conhecimentos mais antigos (de outras encarnações), conhecimentos esses que nem imagina ter na presente encarnação e que, por isso, fica muito difícil sabermos quando uma pessoa está ANÍMICA ou MEDIUNIZADA.

Então vamos por parte e em síntese: Mediunidade MESMO existe em diversos níveis, desde o simplesmente telepático, quando o médium recebe as informações intuitivas apenas através de seu Chakra Coronário e mais raramente pelo Frontal e vai passando por vários estágios. No caso de incorporações, que é o que nos preocupa nesse momento, essa atuação NÃO COMANDA GESTOS E MOVIMENTOS DO MÉDIUM - ele recebe e interpreta o que recebeu e depois repassa.

Na medida em que o treinamento se dá e o médium aprende a se entregar mais (melhora a sintonia espiríto/médium), outros Chakras vão sendo tomados a ponto de irem sendo, inclusive e aos poucos, dominados pelas entidades. A partir daí e dependendo de muitos fatores, ele pode ir perdendo o comando das pernas, dos braços, da fala, etc. No meio disso tudo pode ir perdendo a consciência, ou por alguns lapsos de tempo ou, mesmo tendo estado consciente, ir esquecendo tudo ou quase tudo o que aconteceu antes, como acontece quando acordamos, sabemos que estávamos sonhando e, por mais que queiramos não conseguimos lembrar. Mediunidade totalmente inconsciente e em todo o tempo existe sim, mas em cerca de 1 a 2% dos casos.

Se você que está lendo raciocinar calmamente, perceberá que, na maioria das vezes, esse processo de tomada do corpo (e mente) pela entidade é lento (existem excessões) e que a PACIÊNCIA de uma grande parte de médiuns costuma ser muito curta, o que faz com que muitos deles se achem "prontinhos" com meses de treinamento ( e mesmo assim não diário - alguns até uma vez por mês) ou só porque fizeram um amaci aqui, uma "obrigação" ali ... e outros até porque fizeram um cursinho aqui, outro ali ...

Percebe onde isso tudo pode parar? Percebe que médiuns que sequer incorporam verdadeiramente podem estar saindo e dando uma de "inconscientes" e acabam sendo mesmo é totalmente ANÍMICOS?

"Ah, mas se as mensagens forem positivas, então pouco importa se ele está recebendo uma entidade ou está expressando uma de suas personalidades passadas, não é?" - Ainda poderiam apelar alguns.

Vamos ser o mais claros possível para quem ainda não entendeu as conseqüências disto.

Em primeiro lugar é preciso que entendamos que quanto mais consciente, maior a possibilidade de vir a ser anímico total, principalmente se pretender expor mais suas próprias idéias e atitudes do que as de quem está do outro lado.

Precisamos entender também que, quanto mais anímicos, MENOS ATUADOS por PROTETORES VERDADEIROS estaremos e, por isso mesmo, MAIS VULNERÁVEIS a todos os tipos de influências estaremos.

Se uma pessoa costuma receber "suas próprias personalidades passadas" (ANIMISMO) em detrimento de reais entidades espirituais, na verdade, se ele tiver mediunidade mesmo e estando dentro de um Terreiro ou Centro Espírita, vai acabar virando um alvo de primeira para intercessões do Baixo Astral e, ainda que de início, suas mensagens possam vir a ser positivas para uns e outros (frutos de seu consciente ou subconsciente), com a chegada do Baixo (por falta de proteção de cima) a coisa vai começar a ficar esquisita. Para essa entidades anímicas que aconteciam e que precisavam ser corrigidas é que se dava o nome de "Caboclo ou Preto Velho SUBCONSCIENTE".

Quanto a "ser muito difícil sabermos quando uma pessoa está anímica ou mediunizada" ... Fica não! Somente para os também anímicos e os que, sem preparo algum específico, acham que já podem ABRIR TERREIRO!

Desculpem-me mais uma vez, mas é a verdade e, sobre isso falaremos, ainda mais, talvez, em próxima oportunidade.

Esse texto não está direcionado a ninguém particularmente. São apenas observações minhas ao longo do tempo e, quem quiser, tem todo o direito de discordar em partes ou no todo. E se quiser opinar, sinta-se perfeitamente à vontade.

Meu SARAVÁ sincero a Todos.

Se queremos a Umbanda RESPEITADA, temos antes queTORNÁ-LA RESPEITÁVEL.

domingo, 7 de outubro de 2007

A PREPARAÇÃO DE UM MÉDIUM NA UMBANDA Parte II

CONTINANDO ...

Vamos considerar que um médium procura um terreiro para se orientar no que tange à sua mediunidade e, em lá chegando, percebe-se que sua sensibilidade já despontou e que urge que ele continue a freqüentar as giras de desenvolvimento (quando elas existem).

O que normalmente acontece a seguir é que esse médium passa a freqüentar o terreiro e nem sempre é devidamente orientado pelo(s) seu(s) dirigente(s), para que comece a estudar sobre as coisas que ali acontecem e que podem acontecer quando ele vai abrindo a guarda para "o que der e vier", bem assim como, em conseqüência de um desenvolvimento desorientado, começa a "dar a cabeça" para qualquer tipo de vibração que se aproximar (você pode até rir: eu já vi gente que se dizia mediunizado pelo "cavalo de ogun") sem saber exatamente o que fazer ou como fazer.

Há alguns outros que, estando em giras de desenvolvimento, "não recebem quase nada" mas quando se trata de uma gira de Exú...

Nos dois casos, o primeiro pela ignorância (no bom sentido) e o segundo pela afinidade (perigosa nessa etapa de desenvolvimento) o médium corre perigo de começar "com o pé esquerdo", a não ser que, no primeiro caso, tenha um acompanhamento espiritual bastante positivo que, desde o começo assuma o comando de seu "aparelho".

No segundo caso, aqueles que por afinidade se sentem melhor desde o início em giras de Exús e Bombogiras pode significar que:

1- O médium sofre atuação direta de espíritos dessa categoria sem que para isso concorra sua vontade, o que impede que entidades de maior grau evolutivo se aproximem. O orientador deve, nestes casos, providenciar o afastamento dessa(s) entidade(s) para que os protetores reais possam se revelar.
2- O médium seja um admirador dos Exús e Bombogiras o que o sintoniza bem com essas entidades e facilita-lhes a atuação com conseqüências idênticas ao caso anterior. O orientador deve fazer ver a esse filho que ele está dificultando uma possível ação dos seus VERDADEIROS GUIAS.
3- Durante as incorporações com Exús e/ou Bombogiras o médium se sinta mais forte, mais seguro, o que o faz pensar serem eles os mais fortes e mais seguros. O que ele não sabe é que essa sensação acontece muito mais pelo tipo de energias bastante densas que essas entidades trazem consigo do que pelo seus possíveis "poderes".
4- Há ainda aqueles que, por sentirem o respeito e até o medo que essas entidades costumam induzir nos menos avisados, através da incorporação, dão vazão a alguns possíveis complexos que trazem guardados no recôndito de suas almas - com eles sentem-se poderosos, intocáveis. O orientador nesse caso, deve explicar a esses filhos que esse poder induzido é falso. Essa energia é da entidade incorporante e que o poder verdadeiro só chega para aqueles que alcançam o domínio da própria vontade, do próprio ser, conseguindo através disso, assumir as rédeas de sua própria vida.

Exús e Bombogiras, como já disse, encontram, não raramente, uma facilidade maior de contato com os seres humanos e desse modo, quando pretendem assumir o comando, o que não é correto, agem como obsessores transmitindo ao médium a segurança e as facilidades materiais que ele espera de uma entidade "positiva" e com isso bloqueiam e fazem com que o próprio médium bloqueie, os canais de comunicação com as verdadeiras entidades guias. Daí a importância do médium estar em contato positivo com seus verdadeiros guias ANTES de começar a "dar cabeça para Exús e Bombogiras".

Mas você poderia retrucar dizendo que isso tudo não é importante porque Exú consegue fazer trabalhos positivos, pode até curar, pode trazer segurança para o seu protegido e através disso tudo pode estar fazendo a caridade que acabará fazendo com que evolua, certo? Só que você estará cometendo o maior dos erros se pensar que Exú e Bombogira, a menos que trabalhem sob orientação superior e/ou já tenham conseguido evoluir a ponto de compreenderem que devem fazer isso tudo em função de uma Evolução que devem perseguir, vão estar trabalhando para você ou quem quer que seja de graça. Fique sabendo que, na essência, tanto Exú como Bombogira são entidades que sequer pensam em evolução. Normalmente estão ligados aos mesmos defeitos que nós humanos encarnados e, como nós, acreditam que o que é feito deve ser pago de alguma forma (lembre-se: eles não são mais evoluídos do que nós e têm os mesmos defeitos e às vezes até mais defeitos do que nós). Como será a cobrança e quando ela virá é um outro aspecto da questão. De início as cobranças dessas entidades podem vir sob forma de oferendas que não raramente vão aumentando em quantidade e qualidade. Se o devedor deixa de fazer seu pagamento a cobrança pode vir por perdas financeiras, litígios em família, doenças etc. etc. A compreensão de um Exú não orientado limita-se ao: "pediu tem que pagar". Somente quando tem oportunidade de receber orientações positivas de entidades mais evoluídas (e isso é um dos trabalhos de caridade que o médium pode fazer desde que mantenha-se sempre em contato com seus Verdadeiros Guias e faça de seu próprio comportamento um exemplo) ele consegue vislumbrar novas realidades até então não alcançadas por estar preso a um Campo Vibratório excessivamente denso. É o contato com essas entidades mais evoluídas que o fará compreender a necessidade do trabalho pela evolução e conseqüente libertação desse Campo Vibratório, e nesse caso, é o médium bem preparado que lhe facilita o acesso e a compreensão necessárias.

No caso do nosso médium iniciante, antes de qualquer tipo de trabalho com Exús e Bombogiras é imprescindível que ele:

1- Esteja em pleno contato com a(s) entidade(s) responsável(is) pelo seu desenvolvimento - normalmente um(a) Caboclo(a) ou Preto(a) Velho(a);
2- Tenha sido constatado pelo(a) dirigente que este médium consegue incorporações realmente positivas com essas entidades e que não use o pretexto da "incorporação" para sair dizendo ou fazendo o que não teria coragem de dizer ou fazer em estado normal (só isso aí já mostra o total despreparo que podemos observar até em muitos médiuns que se dizem "prontos");
4- Tenha em mente que o seu futuro trabalho com Exús e Bombogiras devem seguir orientações dadas previamente por seus protetores e guias (considerando-os positivamente ligados ao médium) e no início, sempre que lhe for determinado qualquer tipo de trabalho por essas entidades, este seja passado pelo crivo de uma entidade superior antes de sua realização.

Esse último item é tão importante quanto normalmente esquecido.

Torno a dizer: Se você está começando a trabalhar com Exú e Bombogira e não os conhece ainda profundamente, bem assim como suas reais intenções quando de você se aproximaram, CUIDE-SE! Já vi muito médium se "empolgar" com a suposta força de entidades deste tipo e que por "se sentirem poderosos" com elas, deixaram seus verdadeiros guias pela estrada da vida acabando por se enfiarem no baixo espiritismo com conseqüências terríveis para suas vidas a partir do momento em que começaram a ver e agir nessa vida pelo mesmo prisma em que seus Exús e Bombogiras desorientados viam e agiam.

Se você é desses médiuns que ao lerem afirmações como essas acham logo que é bobagem ou que é medo, "perca" um pouco de tempo (na verdade ganhe) observando friamente as pessoas que vivem trabalhando mediunicamente sob a influência desses espíritos (e elementais também).

Veja se com o tempo a cobranças (oferendas etc) não vão chegando, chegando, chegando.

Veja se essas pessoas podem ser consideradas felizes ou são pessoas de paz e que por isso possam lhe transmitir essa paz!

Observe principalmente que, se têm um tempo em que gozam de supostas alegrias e possivelmente até riquezas, mais cedo ou mais tarde, se não obedecerem fielmente as ordens de seus "protetores exús", acabam por caírem na mais pura miséria e desespero.

Observe, irmão, observe!

O médium iniciante, e mesmo os não tão iniciantes que já têm incorporações positivas mas que ainda não receberam ordem de trabalho devem ser sempre lembrados de que o trabalho mediúnico, longe da proteção da corrente (egrégora) de seu Terreiro, Templo, etc., deve ser evitado para sua própria segurança (atenderão os que forem realmente honestos).

Não raramente vemos médiuns que mal sabem caminhar por si, acharem que por "receberem" a entidade X ou Y no Terreiro (principalmente se for um Exú ou Bombogira), já estão preparados para "darem consultas" e "desmancharem" trabalhos. Se perguntados sobre o que sabem respondem logo:

-"Eu nada, mas é a entidade quem tem que saber tudo".

Esses são os eternos "CAVALOS DE ENTIDADES". São montados, usados, e não raramente largados mais cedo ou mais tarde por essas entidades que se diziam Esse ou Aquele e que quase sempre não são nem um nem outro.

Sorte a deles se por qualquer motivo ou até mesmo extrema boa intenção, conseguiram atrair para junto de si entidades que sejam realmente positivas e os possam levar por caminhos idem. Infeliz-mente isso não é o que acontece na maioria das vezes, pela inclinação natural do ser humano de querer usar a mediunidade como meio de conseguir notoriedade e até mesmo bens materiais, o que os faz se aproximarem ou atraírem entidades que pensem do mesmo jeito.

Pelo que vimos acima é de extrema importância que um médium iniciante receba informações precisas que, se bem aprendidas, o livrarão de boas emboscadas do baixo astral, não só no início, mas em toda a sua vida mediúnica.

Todo dirigente honesto e que tenha reais conhecimentos no trato com o mundo espiritual, elemental etc., tem que saber muito bem que não basta (para que um médium, e mesmo os que não se acham médiuns, venham a ser realmente positivos) que se cumpram os preceitos físicos (ex: freqüentar as reuniões, ser batizado dentro do ritual específico, realizar suas "obrigações" etc., etc., etc.) de sua doutrina religiosa (seja ela qual for). Se a pessoa não assumir um comportamento adequado com os ensinamentos, não for honesto e leal consigo e com os seres invisíveis (não para todos) estará fadada a grandes infortúnios.

Qualquer um que queira "ganhar o Paraíso" NO GRITO apenas por meios materiais, sem se preocupar com sua própria mudança interna, ESTÁ SE ENGANANDO e enganando a todos os que o seguem.

De nada adiantam os "breves", os "patuás", os "santinhos", os "azeites ungidos", os "dízimos", as "salvas", as "obrigações" as "peregrinações" se o adepto do culto (seja ele qual for) não procurar a melhoria de seu EU INTERIOR através do culto ao verdadeiro amor, e à verdadeira honestidade para com essas entidades positivas que se busca alcançar. Ninguém vai comprar, seja por que meios for, o seu lugar no paraíso. Não é e nunca será por presentes e oferendas que o homem se verá livre das mazelas que quase sempre atrai por seus próprios pensamentos, palavras e atitudes.

Por que nos preocupamos tanto com esses aspectos da religião?

Porque os erros que vemos hoje são ainda os erros que fazem parte do passado de todas as religiões.

Porque as pessoas procuram as religiões ainda nos dias de hoje, ou apenas para se livrarem de males que as acompanham ou para conseguirem através delas e de supostos santos ou seja que nome se lhes queiram dar, os bens materiais, a notoriedade diante de outros por suas "posições de destaque" nos cultos, auferidas por interesses não raramente mesquinhos, e até mesmo em cargos políticos conseguidos pelos votos de pessoas que acham que, por conseguirem eleger seus "representantes" estarão mais protegidas ou terão seus desejos satisfeitos e, em se tratando de Umbanda, Umbandomblé e principalmente Candomblé, muitos são os que se achegam para se exibirem com seus "guias", seus colares, enfeites e o pseudo poder de suas entidades, esquecendo-se que por trás e acima de tudo isso estão entidades que não são meros bonecos que aceitem todas essas demonstrações como atitude de seres que queiram realmente evoluir. Não entenderam ainda que para que haja religação (religião) é preciso que o ser humano saia dessa farsa em que se encontra e pare de achar que os seres espirituais superiores têm que aceitá-los como eles são e que "as portas do céu estão abertas" para todas essas ignomínias que cometem" em nome das religiões".

Entenda irmão, de uma vez por todas, que a verdadeira Umbanda (e acredito que todas as outras) foi criada na Terra para tentar elevar a consciência dos seres encarnados para mundos além desse material a que estamos presos temporariamente, no sentido de nos libertarmos aos poucos, do excessivo apego ao que de material existe, o que leva até mesmo ao fato de existirem desavenças e guerras onde irmãos chegam a matar outros em nome de um "DEUS", que pelo menos ao que se sabe, através dos ensinamentos de Jesus, só quer que as pessoas se compreendam e se amem. Pode haver maior contradição do que essa?

Nos preocupamos com esses aspectos da religião porque é preciso que todos os que nela se iniciam estejam cientes das responsabilidades que assumem consigo e com entidades mais e menos evoluídas que por certo se apresentarão para acompanhá-los pelos novos caminhos, bem assim como cientes devem estar de que, desde que devidamente orientados, cada um é responsável pelas ações comportamentais que os levarão às vitórias reais ou a pseudo-vitórias temporárias com conseqüências às vezes funestas.

Irmão Dirigente, Pai No Santo, Babalorixá ou outro qualquer nome que queira ter em cargo de chefia, desde que o seja de fato, preste atenção:

Mais do que nunca é importante que as pessoas sejam corretamente orientadas nos cultos que envolverem práticas com o "Mundo Invisível". Todos nós sabemos que as armadilhas do Baixo Astral existem, que não são meras lendas e que elas acontecem até com o nome de Jesus diretamente envolvido. Todos nós sabemos que os que hoje vêm em busca de orientação, poderão ser amanhã os que levarão esses conhecimentos a outros, dando continuidade e até melhorando as formas de propagação de nossas doutrinas e cultos, e desse modo, é de suprema importância que os médiuns que nos procuram sejam honestamente orientados, recebam ensinamentos que sejam importantes para aperfeiçoarem seus dotes mediúnicos de tal forma que possam ter acesso positivo às entidades dos diversos Planos Evolutivos e, principalmente, sejam levados a compreender que uma vez iniciado seu caminho dentro da Umbanda ou qualquer outra religião, sinceridade, honestidade, coragem e FÉ deverão ser as companheiras inseparáveis que os tornarão aptos a aprenderem com os que estiverem acima e ensinarem aos que estiverem abaixo.

Cada Dirigente de grupo ou Terreiro deve ter em mente que cada Ser que chega para ser orientado é como ele próprio - um Ser da Criação - e como tal, merece todo o respeito, cuidado e consideração daqueles que se aventuram a serem Líderes.

Cada Dirigente de Terreiro tem o dever de orientar seus dirigidos fazendo-os compreender suas responsabilidades e deveres para com o grupo, as entidades, os rituais praticados, consigo mesmo e principalmente com aqueles que vêm em busca de auxílio.

É muito importante que cada médium do Terreiro compreenda seu valor dentro do ritual e saiba que, se cada um der o melhor de si, todos serão beneficiados. É também muito importante que esses médiuns, iniciantes ou não, entendam que o grupo a que pertencem é tão poderoso quanto o indivíduo mais fraco que ali esteja (em outras palavras e como costumamos ouvir: "a corrente é tão forte quanto o mais fraco de seus elos"), e dessa forma, ainda que o Chefe do grupo "tenha grandes poderes mediúnicos", se houver no grupo pessoas medrosas, vacilantes, despreparadas, pessoas que por qualquer motivo possam ser presas fáceis do Baixo Astral, pode ter certeza : É por essa(s) porta(s) que uma "derrubada" pode começar.

Raciocinando sobre tudo o que foi dito, veremos que:

1- Médium iniciante deverá sempre freqüentar Sessões especiais onde vai começar a aprender a ter contatos positivos com o Mundo Invisível;

2- Médiuns iniciantes não devem participar de Sessões de Trabalho antes de terem preparação adequada, para que não comprometam a segurança do Terreiro e a sua própria.

3- Médiuns iniciantes devem ser "trabalhados" para que consigam real contato com suas entidades protetoras e guias antes de se aventurarem a participar de trabalhos pesados e até mesmo de Giras de Exú.

4- A preparação adequada de um médium iniciante tem que incluir obrigatoriamente a aprendizagem de conceitos como FÉ, HONESTIDADE (em todos os sentidos), CORAGEM (ausência de medo), e PERSEVERANÇA.

É tão importante essa fase de preparação que é a partir daí que se poderá formar médiuns de caráter, conhecimentos e possibilidades mediúnicas exemplares ou pessoas com dotes mediúnicos, conhecimentos e caráter deturpados por medos, prepotências, dúvidas, inseguranças, e como conseqüência, com atuações espirituais duvidosas, tanto no que diz respeito à atuação em si (como no caso de animismo, quando o médium pensa estar atuado e não está), como em relação ao real valor das entidades que realmente atuem sobre ele.

Se o médium é dado como "pronto" e verdadeiramente não está, longe de vir a ser mais um auxiliar positivo para os trabalhos do grupo, ele fatalmente virá a ser o "Ponto Fraco" por onde mais cedo ou mais tarde poderão se infiltrar elementos do Baixo Astral com todas as conseqüências.

Em relação a si próprio, o médium enganado (há também os que gostam de se enganar), pensando contar com a presença positiva de entidades idem, poderá vir a cometer erros comportamentais e ritualísticos que acabarão por atrair para ele (e talvez para outros) problemas de grande monta, levando-o até mesmo, na melhor das hipóteses, à descrença e ao abandono do culto.
Não vou me alongar mais por enquanto. Faço isso em um próximo texto.

Vou terminar esse capítulo com a letra de um Ponto Cantado por nossas entidades que por certo merece um pouco de atenção.

"Vai devagar, vai devagarinho... (bis)
Quem caminha com Velho
Nunca fica pelo caminho".

Entenda quem puder e quiser!
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Matéria Extraída do Livro Umbanda Sem Medo Vol I do autor deste Blog
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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A PREPARAÇÃO DE UM MÉDIUM NA UMBANDA Parte I

Nesta primeira abordagem ao tema vamos tratar das partes provavelmente mais importantes e ao mesmo tempo mais esquecidas em certas "umbandas" que infelizmente vemos por aí.
Mediunidade, todos sabemos que é um dote comum a todos os encarnados, embora seja maior em uns e menor em outros.


Sabemos também que através mediunidade (ou sensibilidade mediúnica) o ser encarnado consegue se comunicar com outros seres já libertos da matéria (situação em que a palavra é mais empregada) e até mesmo com seres ainda encarnados que estejam em outros locais. Essa mesma mediunidade também pode nos pôr em contato com o Reino Elemental e em alguns casos, como já se está estudando, com entidades que se apresentam como extra-terrestres e intra-terrestres.

O tipo de mediunidade mais cultivada no meio espiritualista sempre foi o de incorporação em detrimento de um sem número de outras possibilidades que o ser humano tem em potencial como a de captar e emitir pensamentos, orientações espirituais, a clarividência, a clariaudiência e outras mais que envolveriam inclusive menos gastos energéticos no trato com o mundo não físico e poriam os adeptos em contato mais estreito com seus protetores, na medida em que não precisariam estar incorporados para sentirem e entenderem a aproximação destes. Mas já que é assim, vamos nos basear na mediunidade de incorporação lembrando no entanto que, seja o tipo que for a mediunidade, para ser bem utilizada e o médium poder contar com a ajuda de Guias Verdadeiros, ele tem que ter na mente e nas ações os conceitos de HONESTIDADE e RESPEITO, pois sem isso, mais cedo ou mais tarde, acabará por se tornar presa fácil do Baixo-Astral.

Isso posto, vamos adiante.

O que faz uma pessoa procurar o Espiritismo e, em nosso caso, a Umbanda?

Antes de prosseguirmos vamos dar o real significado da palavra Espiritismo para que alguns apressadinhos não venham a dizer que Espiritismo é só o Kardecismo como eu já ouvi falar.
Espiritismo (está até no dicionário) - Espírito + ismo - palavra formada pelo radical "espírito" (alma ou sopro imortal) mais o sufixo grego "ismo" (crença, escola ou sistema). Doutrina fundamentada na crença da existência de comunicações por intermédio da mediunidade entre vivos e mortos ou espíritos encarnados e desencarnados.

A Umbanda portanto, está enquadrada totalmente no conceito da palavra que não é, de forma alguma, privilégio Kardecista.

Veja bem! Se formos analisar os motivos que levam as pessoas a procurarem a Umbanda (e até mesmo outros grupos religiosos) veremos que estarão invariavelmente dentro de uma das seguintes situações:

1- Estão com problemas de saúde (ou têm alguém conhecido nessa situação) e, não procuraram ainda um médico seja por que motivo for ou já o fizeram até insistentemente sem lograrem êxito em suas tentativas;
2- Estão com dificuldades na vida amorosa, financeira ou familiar, provocadas por perturbações inexplicáveis;
3- São curiosos e querem ver de perto esses "milagres" que dizem acontecer no Espiritismo;
4- Estão passando por problemas que já detectaram como de fundo espiritual e precisam de orientação;
5- Sentiram-se atraídos sem que nem bem soubessem o motivo (caso bem mais raro).

Em qualquer caso acima citado, todos precisarão desde a primeira fase de seu entrosamento com o culto, de orientações claras que lhes possibilitem vislumbrar uma possível solução para seus problemas, e para isso, os responsáveis pelo Templo deverão estar cientes das responsabilidades que assumirão a partir do momento em que se predispuserem a serem seus orientadores.

Em se tratando de pessoas que por quaisquer desses motivos tenham realmente que receber treinamento para trabalharem sua mediunidade (o termo é esse mesmo - receber treinamento) há de se convir que a responsabilidade torna-se ainda maior porque, uma pessoa que se entrega em confiança para que um dirigente ou pai no santo venha a tratar de algo que pode mexer com seu EU mais profundo, o que pode inclusive (se mal orientado) levar a pessoa à loucura, tem que ser respeitada, aprender a respeitar, ser tratada com honestidade e aprender a ser honesta com seus protetores, seus semelhantes, seus Guias etc.

A primeira lição que o médium tem que aprender é a da lealdade e da honestidade. Conforme já disse em texto anterior, o médium que inicia seu caminho sem entender o que é ser honesto consigo mesmo e suas entidades já estará iniciando o caminho com os pés na lama e correndo o risco de afundar em bem pouco tempo.

Todo médium deve compreender que as entidades que lhe acompanham não são "gênios da lâmpada" e que o trabalho que vêm desenvolver está diretamente ligado à evolução espiritual deles e a do próprio médium. Deve compreender também que não é só porque estão "do outro lado" que devem ser compreendidos como deuses ou espíritos santos, pois muitos que lá estão têm mais fácil acesso ao mundo material por estarem ainda muito apegados à matéria e possuírem um corpo astral muito denso. Só isso já indica que podem ser até mesmo muito menos evoluídos que o próprio médium.
O respeito a todas as entidades é fator importante, mas a obediência cega, seja à entidade que for, é imperdoável (a não ser em casos muito especiais e quando essa entidade já deu provas suficientes de que é capaz de orientar adequadamente seus discípulos).

Normalmente um dirigente preparado tem condição de identificar logo no começo o tipo de acompanhamento espiritual que o médium traz consigo e até mesmo de dizer quem é mais e/ou menos evoluído que o aparelho e desse modo, quais as entidades que podem realmente ser orientadoras e quais as que têm que ser orientadas antes de tentarem orientar seja quem for. Sob esse prisma, torna-se imprescindível que se fale (embora eu saiba de antemão que vou contra o que já está especificado como normal) na inconveniência de, médiuns em início de desenvolvimento "darem cabeça" a Exú e Bombogiras que como sabemos, são em vias de regra, entidades normalmente menos evoluídas e por isso mesmo não terem capacidade de agirem como Guias de ninguém.

Se um médium vem ao terreiro em busca de orientações positivas para trabalhar sua mediunidade e sua evolução, tem que ter em mente que sua busca só se tornará realidade na medida em que buscar o acompanhamento de entidades que sejam mais evoluídas do que ele, e que nesse caso precisam ser buscadas mesmo, porque já habitam em planos mais sutis e não têm um acesso tão fácil à matéria como é o caso de Exús, Pomba Giras e outros ainda menos evoluídos.

Na verdade, um médium iniciante só deveria começar a "dar passagem" para Exús após ter obtido contatos realmente positivos com seus reais Protetores e Guias, aos quais caberia, por conseguinte, a orientação dos trabalhos que se faria através de Exú quando se fizesse necessário.

Vamos abrir outro parêntese para deixar bem claro que a Umbanda (e eu particularmente) nada tem contra Exú e Bombogira (ou Pomba Gira) pois o trabalho deles é muito positivo quando são orientados por espíritos superiores, mas que de forma alguma podem assumir a orientação de um filho de terreiro sob o risco de se tornarem uma dupla (ou trinca etc.) de cegos, evolutivamente falando.

Um espírito se encontra na classificação de Exú ou Bombogira porque ainda não alcançou méritos para poder trabalhar dentro de uma das caracterizações aceitas pela Umbanda e desse modo, pertencendo ainda ao Reino da Quimbanda como se sabe, (não há necessidade de explicar isso aqui) vem à Umbanda para trabalhar segundo a orientação de espíritos superiores e através disso alcançar sua própria evolução e até mesmo a possibilidade de vir a trabalhar futuramente como um(a) Caboclo(a), Preto(a)-Velho(a) e até mesmo uma criança.

Pense bem e sem achar que tudo o que se faz hoje é correto apenas porque é o que se faz ou porque lhe disseram que é normal, mas colocando um pouquinho de lógica nos seus pensamentos.

Ainda que mal comparando, se você tivesse dúvidas sobre uma determinada matéria na escola, a quem você procuraria para saná-las? A quem entendesse melhor do que você, ou a alguém que estivesse numa série abaixo da sua? O que um aluno da primeira série pode ensinar de positivo (na matéria em questão) para um aluno da terceira série se ele ainda nem chegou lá?

Exús são altamente positivos quando se trata de resolver trabalhos através de energias bastante densas? - Sim!

Exús são capazes de atuar sobre a matéria física muito mais facilmente que uma entidade do tipo "luminar"? - Sim!

Exús são capazes de curas espirituais? - Sim, sempre que estão trabalhando sob a orientação positiva!

Exús conseguem contato mediúnico mais facilmente que enti-dades mais evoluídas? - Sim!

Qualquer NÃO a perguntas como estas seria hipocrisia ou total desconhecimento sobre como as energias mais densas ou menos densas podem atuar sobre a matéria. Se no entanto as perguntas fossem como as que se seguem:

Exú pode assumir o comando da orientação mediúnica de um filho no santo?

Exú pode orientar um médium por caminhos de real evolução espiritual?

Exú pode determinar como deverão ser os trabalhos para a "coroação" de um médium de acordo com seu orixá?

Exú pode assumir a "coroa" de um médium como se fosse seu orixá?

Para todas estas perguntas a resposta certa é NÃO!

A despeito de todo o carinho que devemos ter para com essas entidades, é preciso que fique bem claro que Exú vem na Umbanda como auxiliar das verdadeiras entidades deste culto. Se hoje em dia vemos por aí, Fulano de Belzebu, Cicrano de Lalu e outros mais, pode ter certeza de que, ainda que queiram se dizer umbandistas jamais o foram ou serão. Exú só assume comando quando o templo é de Quimbanda. Nem nos rituais Afro de raiz, Exú tem permissão para assumir a orientação de quem quer que seja, pois lá eles são considerados mensageiros dos Orixás.

Mas porque estou falando de Exú quando o assunto é preparação de médiuns? Muito simples e um tanto complicado como vamos ver.

CONTINUA ...

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Matéria Extraída do Livro Umbanda Sem Medo Vol I do autor deste Blog
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