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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

IMOLAÇÃO NA UMBANDA?

Volta e meia nos deparamos com aquela velha ladainha de que a Umbanda é africana, tem raízes africanas e cultua orixás (que também são africanos) e ainda mais: por cultuar "orixás" tem o direito (ou seria dever?) de imolar animais de 2 ou 4 patas em louvor a estes. É claro que essas afirmativas nos são apresentadas por pessoas, ou que praticam o africanismo (candomblés, umbandomblés) ou que deles são simpatizantes, e mesmo os que nada entendam do que pretendem pregar, mas acham tudo um fascínio e pretendem justificar imolações como um Culto à Natureza Divina dos "Orixás".

Se eu tiver que voltar ao assunto "Umbanda no Brasil e sua Criação pelo CDSE" a leitura vai ficar enfadonha, mas quem nos acompanha já percebeu pelo menos alguns pontos básicos:

1- A UMBANDA ORIGINAL foi criada e fundamentada em bases cristãs e espíritas com alguma conotação africana relativa tão e somente ao nome DAS LINHAS DE TRABALHO que tiveram como PATRONOS, nomes de alguns "Orixás"assemelhados imediatamente a Santos Católicos;

2- Que mesmo tendo sido usados nomes de alguns "Orixás Nagôs" como PATRONOS das Linhas de Trabalho, não existia qualquer tipo de CULTO A ORIXÁS determinado pelo CDSE;

3- Que essa correlação primeira que o Caboclo fazia entre "Orixás" e "Santos", provavelmente tinha como objetivo criar uma espécie de ponte entre duas religiões totalmente distintas mas que poderiam, ao longo do tempo, tornarem-se irmãs, além do fato claro de que naquela ocasião, tudo o que não fosse cristão (como o espiritismo de Kardec, por exemplo) era perseguido política e policialmente. Inclusive o fato que levou o Caboclo a batizar suas primeiras tendas de TENDAS ESPÍRITAS e não de TENDAS UMBANDISTAS (observaram isto?), se prendia ao fato do Espiritismo não ser tão perseguido (tinha até Federação - FEB) e depois, durante a ditadura Vargas, isto SER OBRIGATÓRIO, sendo o Espiritismo, que era Cristão, até apreciado por Vargas, segundo o que se conta.

4- Que desde o início qualquer tipo de sacrifício animal era combatido pelo CDSE e seus seguidores de UMBANDA;

5- Que como já afirmamos antes, após a divulgação do nome UMBANDA, seu fortalecimento através da Federação (1936), do primeiro Congresso (1941), ou até antes, muitos foram os cultos que se rotularam como tal, possivelmente até mesmo para escaparem da perseguição policial que invadia terreiros e casas de cultos, animalescamente, como estão tentando fazer ainda hoje alguns fanáticos pseudo cristãos, acontecendo no entanto, que mesmo se rotulando como de Umbanda, permaneciam nas práticas africanistas e até mesmo outras (sei lá) que nada tinham a ver com o que foi determinado pelo CDSE.

Foi bem a partir desta auto-rotulação, que começaram a acontecer o que hoje chamamos as "diversidades umbandistas". Não que a Umbanda Original permitisse tantas, pelo que já se pôde ler aqui, mas como se proliferaram os "CULTOS UMBANDISTAS POR AUTO-ROTULAÇÃO", todos acabaram sendo reconhecidos como Umbanda - é aquele fato de que se repetirmos e repetirmos, quase tudo acaba virando "verdade".

No meio destes "cultos umbandistas" (as macumbas) existiam (e ainda existem) aqueles fortemente africanizados que não pretendiam deixar suas raízes culturais e seus Cultos a "Orixás" da forma que aprenderam e sempre cultuaram. Esse fato, se não me engano, foi um dos que induziu o famoso Tata ti inkice, senhor Tancredo da Siva Pinto a trazer para o Brasil, como dizem, o Culto Omolocô que em sua base já era um culto onde havia trabalhos com entidades ditas de Umbanda (Caboclos, Pretos Velhos) e Culto aos Orixás através dos rituais ensinados pelos africanos, com direito a imolações, borís, feituras, etc. - provavelmente o primeiro Umbandomblé oficial verdadeiro no Brasil.

Nos dias de hoje, até mesmo o Omolocô Original sofreu tantas modificações, tanto em seus rituais como em sua filosofia, que já vemos alguns Terreiros ditos de Omolocô até mesmo meio "esoterizados", com culto aos elementais e mais alguns que se rotulam de Umbanda Omolocô - isto não é uma depreciação e sim uma constatação, já que em minha opinião pessoal seria até melhor que todos os tipos de culto de raizes afro que se rotulassem Umbanda, deveriam se rotular também com suas raízes (Umbanda Omolocô, Umbanda Jêje, Angola, etc.) evitando essa generalização que confunde a maior parte, tanto de iniciantes como de antigos.

Por que disso?

Porque está exatamente aí a confusão que se faz quando se diz que em UMBANDA (generalizando) existe imolação de animais. É devido a essa generalização aplicada ao vocábulo UMBANDA que acontece essa confusão, e para que não aconteça para quem nos lê, vamos deixar bem claro que em UMBANDA NÃO AFRICANIZADA (acho que fica melhor assim) NÃO EXISTE IMOLAÇÃO DE QUALQUER TIPO DE ANIMAL, seja para trabalhos de demanda, de saúde ou outros quaisquer, principalmente para Culto a "Orixás" ou Feituras que também não existem nessas Umbandas.


Quando você encontrar uma "Umbanda" em que o elemento sangue (ejé, menga) por imolação esteja presente em qualquer um de seus rituais, pode ter certeza de que você estará de frente para uma Umbanda Africanizada ou Umbandomblé com raíz em alguma "Nação Afro" ou até mesmo uma Quimbanda auto-rotulada de Umbanda.

E por que não se usa imolação nas outras Umbandas?

Em primeiro lugar, exatamente pelo fato delas não seguirem tradições dos cultos afro e se adaptarem mais a outras filosofias e técnicas de trabalho em que o ejé e a energia contida nas vísceras deixam de ser necessários.

Em segundo lugar, porque, mesmo que alguns creiam assim, não cultuam "ORIXÁS NAGÔS OU VODUNS JÊJES" que têm suas formas de serem cultuadas bem definidas pelos africanos e sempre ou quase sempre com a presença do ejé. Neste caso, para que cultuassem Orixás Nagôs ou os Voduns Jêje teriam, obrigatoriamente, que fazê-lo como o fazem os africanistas, ou será que podemos acreditar que cultuamos um Ogum Nagô sem lhe oferecer sangue no seu assentamento?

Será que ele (o Ogum Nagô) entende que o umbandista é diferente e por isso passa a aceitar assentamentos ou firmezas sem sangue? Só com flores e velas? Perfumes? Seria muito estranho, não?
Vamos raciocinar?

A respeito disso, li um comentário sobre o Jeová Bíblico que era um adorador de ejé da melhor qualidade, para o qual se matava não UM animal, mas DEZENAS de cada vez, sendo inclusive a bíblia, (Antigo Testamento) um almanaque em que até o ritual de imolação nos é ensinado.


Dizía-nos o postulante, tentando nos fazer crer que seria possível cultuar os mesmos "orixás" mas sem sangue na Umbanda, que o Jeová Bíblico, que antes adorava sangue, depois do mito Jesus e sua crucificação, deixou de gostar e que os que acreditavam em Jesus como filho de Deus adoravam o mesmo Jeová de antes... sem imolações!

Bem, se for assim, coitados dos israelitas judeus que continuaram dando sangue pra Jeová muito tempo depois da crucificação, não? Estavam matando bois e carneiros pra quem tinha virado vegetariano?

Até a Bíblia pretende confundir seus seguidores quando tenta passar esta idéia de que Jeová e o Deus (ABBA) de Jesus eram o mesmo DEUS. Basta uma releitura dos ensinamentos Crístãos (nos 4 Evangelhos) e uma comparação com o que era pregado como "palavras de Jeová" (Torah ou Antigo Testamento) para percebermos o quanto eram até contraditórios, sinalizando claramente a troca de "deuses", bem assim como da própria doutrina.

Sintetizando então: nem o Deus-Pai de Jesus era o mesmo Deus dos Judeus e nem Umbandistas não africanistas cultuam orixás nagôs ou voduns jêje. Tudo é muito diferente e afirmar isto é pura "forçação de barra"!

Agora nos prendendo especificamente à Umbanda, vemos que a maioria entende serem os "orixás" seres ou energias de "muita luz", querendo dizer com isso que são seres ou energias de um padrão vibratório muito além do nosso em evolução ou proximidade com o criador. Estou certo?

Pois muito bem. Com essa idéia acima, como podemos então entender que esses seres iluminados, essas energias quase que vizinhas ao próprio Deus Maior, aceitem ou peçam, como oferenda, sangue animal que como todos devem saber (ou deveriam) entra em decomposição quase que imediatamente após sua retirada e por seu padrão energético vibratório atrai os elementais mais elementares - vampiros astrais - para sugar-lhe a "energia viva"?

Como entender que "meu orixá"(o senhor de minha cabeça), sendo um iluminado (segundo a crença acima citada), precise ser fixado com sangue, tanto na minha cabeça como em suas "ferramentas" (assentamentos)? Se eu aceitar isso como natural, vou ter que aceitar também que todos os "iluminados" (espíritos e elementais) que estão do outro lado têm também essa necessidade e que, no futuro, quando EU (ou você que lê agora) estiver lá na luz, também terei essa necessidade e provavelmente estarei, servindo de encosto e pedindo que me matem umas galinhas, uns patos ...

E mais ainda: Se for verdade que os "iluminados" precisem de sangue, acho que podemos afirmar que se não fôssemos nós e os animais a serem imolados, eles (os "iluminados") provavelmente não existiriam ou teriam que caçar suas próprias vítimas e por isso nos mantém aqui, encarnados, para serví-los ...!

Mas será que não podemos RACIOCINAR junto com nossos irmãos UMBANDISTAS passando pela premissa de que, se formos considerar que os nossos GUIAS, os Espíritos de LUZ, os ORIXÁS, os "Medalhões do Espaço", os que se dizem MAIS EVOLUÍDOS, MAIS "ILUMINADOS", OS QUE JÁ TERIAM ALCANÇADO A GLÓRIA DOS CÉUS precisam receber oferendas de sangue para poderem atuar, então é porque os instintos animais, as necessidades animais, se perpetuam no espaço e em todos os Planos de Existência, inclusive os divinos?

Estranho, não?

Com todo o respeito pessoal a quem pretende continuar a pensar assim, mas nada vejo de verdade nisso aí. Nada há de racional, em minha opinião, em "possibilidades" como estas.

Deuses, Guias, Mentores, Orixás, Santos ou sei lá mais o que, para que SEJAM REALMENTE e NÃO SOMENTE SE ALARDEIEM COMO TAL, têm que estar DESLIGADOS, NÃO DEPENDENTES, do que de material (terráqueo) existe, até porque, se a matéria de que precisam não está lá onde eles estão, então devemos repensar essa tal de EVOLUÇÃO, não acham?

Mas ainda há uma corrente de pensamento afirmando que não se imola para os "orixás" e sim para nós mesmos e que o ejé sobre o ori seria uma forma de fortalecimento deste ... Não é não!

O ejé e outras coisas mais que compõem o oxu (sobre o que não cabe aqui falar) tem como objetivo (por crença) fazer nascer ou acordar o orixá individual ou o gênio individual (usando-se outra nomenclatura) como pensam alguns, ou atrair o orixá (também gênio particular) individual para aquele ponto sobre a cabeça do iniciando, como pensam outros. Por isso acontecem outros fatos nesse tipo de iniciação, que também não cabem aqui, mas que deixam bem claros seus objetivos.

A "feitura" no Candomblé é uma sintonização vibratória, uma afinação da coroa para que a energia densa do que chamam de "orixá" se conecte ao ori (cabeça) do iniciando que, fundamentalmente, a partir daí, só receberia energias através desta canalização, o que excluiria, naturalmente, a presença de todo e qualquer egun (espírito, catiço) dessa situação - esse é o fundamento e o ejé é um dos elementos sintonizadores.

E ainda há uma outra corrente que nem aceita as Umbandomblés, mas acreditam que às vezes é necessário uma mengazinha aqui ou ali para que determinados trabalhos surtam efeito.

Aqui já encontramos fundamentos de Quimbanda e quem costuma se utilizar desta TÉCNICA DE TRABALHO são os Exus e Pretos Velhos ou Caboclos QUIMBANDEIROS desde priscas eras, já que, na maiorias das vezes, trabalham sob regime de trocas (escambo) - dando ao obsessor vampiro o que ele quer, para afastá-lo e conseguir seu(s) intento(s).

No africanismo do Candomblé, pelo que sei, só se imolava em casos de "feituras", "boris", "assentamentos" e fortalecimento, tanto das "obrigações" quanto dos "assentamentos", nos casos de pedidos a serem alcançados, MAS SEMPRE NA INTENÇÃO DOS DITOS "ORIXÁS". Essa situação de trocas, dando-se ao obsessor para que se afaste, (comprando-se a liberdade de alguém) já é prática proveniente das Quimbandas adotadas por algumas Umbandas e também por alguns Candomblés e Umbandomblés mais recentemente.

Em relação ainda ao sangue, encontramos uma "linha de pensamento" em que afirmam serem também as plantas (ervas) seres vivos e que portanto a retirada destas para banhos e amacis tornar-se-ia também uma forma de imolação na intenção ...

Irmãos! Até onde se sabe, a seiva (que seria o sangue vegetal no entender comparativo) não contém hemoglobina, leucócitos ou outros componentes que fazem parte da composição do sangue animal; não dá vida a um ser claramente mais evoluído, com claros sinais de reações emocionais, direcionais, comportamentais e muitos até mesmo, ainda que rudimentares, sentimentos, e, principalmente, não possibilita a criação (por degenerescência da matéria) da "energia viva" (tipo ectoplasma) que é a utilizada pelos "obsessores vampiros" para, às vezes, até mesmo se materializarem - nunca se soube de obsessores pedirem, por exemplo, um prato do suco de alguma planta para seus "delírios".

Mas vamos ao significado radical da palavra IMOLAR.

Segundo o Houaiss seria "Matar em sacrifício a uma divindade";
Segundo o Aurélio, seria: "Matar em sacrifício; sacrificar, Oferecer em sacrifício";
Segundo o Michaelis seria: "Matar vítimas para as oferecer em sacrifício".

Se levarmos criticamente os significados acima em consideração, veremos que a retirada de uma planta para um amaci, ou banho, por exemplo, NÃO SERIA IMOLAÇÃO, já que, nesse ato, não se oferece a planta a divindade alguma, mas o oferecimento de flores para Yemanjá ou outro santo qualquer, aí já seria, como também seria o oferecimento de frutos a qualquer divindade, já que ao retirarmos os vegetais de suas fontes de vida já os estaríamos "matando" para oferecê-los a "divindades"e nesse caso, nossas passagens de ano, com farto oferecimento de flores no mar, não passaria de um ritual "holocáustico" devido às milhares de "mortes" de flores de todas as espécies ... em oferecimento às divindades.

Se você quiser pensar assim, o lívre arbítrio é seu, mas convenhamos que se continuarmos nessa linha de raciocínio, até matarmos insetos (baratas, cupins, mosquitos, por exemplo) poderá ser considerado um absurdo.

Vamos à conclusão.

1- O sangue cerimonial que é usado ainda quente por quem imola é apenas o do animal que, estando vivo, é abatido na hora, com técnicas específicas - esse sangue deteriora e projeta ectoplasma a ser utilizado ;
2- O sangue frio (a seiva) não atrai elementos do baixo astral, não produz ectoplasma, podendo, no entanto, atrair larvas astrais se a deixarem apodrecer;
3- A Umbanda não africanizada não se utiliza de sangue animal (e portanto não imola) para quaisquer de seus rituais;
4- E os que ainda acharem que ao oferecerem flores e frutos também estarão imolando, então que parem com isso, até porque, se alguma divindade realmente necessitar de flores para sua subsistência, então vamos cair exatamente naquela pergunta: Será que lá no Plano em que estão não existe o material energético que os mantenha existindo? Se evoluirmos também vamos ficar assim, ... dependentes?


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LEIA TAMBÉM : SACRIFÍCIO DE ANIMAIS NA UMBANDA PARTE I (É só clicar no link)
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