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segunda-feira, 28 de maio de 2007

OS ESPÍRITOS E OS ENCARNADOS PARTE II

Vamos falar agora um pouco mais sobre os espíritos que transitam pela Lei de Umbanda.

Como já disse antes esses espíritos têm o dever de ajudar aos seres encarnados, sejam eles quem forem, ainda que tenham sido seus inimigos em uma encarnação passada. Essa é a verdadeira essência da Lei : Ajudar a todos igualmente e na medida do possível, crescer interiormente pelo cultivo do amor a si mesmo e ao próximo.
Estranhou essa afirmação de "a si mesmo e ao próximo"? Pois não devia. Essa é uma Lei Bíblica, se lembra? "Amar ao próximo como a ti mesmo".
Como amar ao próximo se você às vezes nem entende bem o que é amar a si mesmo? E é bom que se explique também que "amar a si mesmo" em entendimento espiritual, está longe de envolver qualquer sentimento narcisista, o que seria a apoteose do culto à vaidade. Muito ao contrário, o amor a si mesmo envolve a compreensão de que todos estamos aqui para somar experiências e aprendermos com elas. Envolve também a compreensão de que o crescimento interior é o que realmente interessa alcançar e é esse o principal objetivo das sucessivas reencarnações (até porque após o que chamamos de morte essa será nossa única posse). Portanto, amar a si mesmo, terá sempre como conseqüência imediata a aprendizagem da compreensão e o amor ao próximo.
Nem vou me estender mais porque desse tema pode sair outro livro.
Quando me refiro a espíritos da Verdadeira Umbanda, quero me referir àqueles que realmente foram ordenados para trabalharem dentro dos padrões Umbandistas e que perseguem seus objetivos dessa forma pois, se há mistificação (espíritos querendo se passar pelo que não são) em outros lugares, também os há nos terreiros de Umbanda, Candomblé e até mesmo em determinados grupos que insistem estarem recebendo o "espírito santo" com urros e piruetas que dariam inveja a qualquer produtor de filme de terror de 3ª categoria.
A grande diferença é que os espíritos da VERDADEIRA UMBANDA podem se identificar, como já dissemos, não só pela fala, mas também, e obrigatoriamente, por pontos riscados e cantados.
Se o dirigente de um Terreiro for bem preparado e resolver "tirar a prova" sobre a real identificação de uma entidade, ele terá ao seu dispor para julgamento (estou considerando que o médium esteja bem incorporado, porque senão...), o nome que a entidade diz ter recebido, o que determina de certa forma a vibração original ou raiz, o ponto cantado que funciona como um "cartão de visitas" no qual normalmente confirma a linhagem (ou vibração orixá padrão) e dá mais algumas dicas, e o ponto riscado que é a "assinatura" dessa entidade, pelo qual o dirigente poderá reconfirmar tudo além de verificar o elemento predominante nos trabalho (se água, ar, fogo ou terra). Como? Pergunte ao seu "Pai no Santo"!
Dessa análise pode-se chegar à conclusão de se uma entidade é mesmo o que diz ser, ou é um esperto querendo se passar por, ou ainda uma "baita confusão" da cabeça do médium em estado consciente de atuação (ou até sem atuação alguma).
Pelo amor de Deus !
Cuidado com aqueles "pontos riscados" pré-fabricados que vemos em alguns livros de "umbanda(?)" que quase nada querem dizer e jamais, ainda que fossem corretos, poderiam ser usados por todas as entidades, ainda que se utilizassem dos mesmos nomes.
Vou tornar a dizer : Entidades de Umbanda recebem um "nome fictício" de acordo com a falange ou grupo de espíritos com que vão trabalhar, e, ponto riscado é uma assinatura individual, não podendo portanto, um ser igual ao outro, a menos que a entidade, o espírito ali presente seja o mesmo. Ainda assim, há vezes em que uma mesma entidade atuando em dois médiuns diferentes modifica seu ponto em função apenas da "COROA" do médium em que está incorporada, ou seja, coloca em seu ponto riscado um ou alguns sinais referentes à coroa daquele médium em que está atuando.
Numa certa ocasião, fui visitar um Terreiro "muito bom" no dizer de um amigo que me levou. Na gira seguinte haveria confirmação de entidades conforme anunciou o dirigente. Nesse dia, determinados médiuns teriam que estar aptos a permitirem que seus protetores pudessem riscar e cantar seus pontos, já que todos tinham dado seus nomes de falange. Teria sido até louvável se esses mesmos médiuns não tivessem à mão, para consulta, um belo exemplar de um certo livro com 1500 pontos riscados e cantados para que naturalmente, pudessem procurar ali o ponto riscado das entidades que diziam receber.
Você duvida que isso aconteça ? Pois saia por aí em visita a alguns terreiros, leve consigo um livro destes e compare os "pontos riscados" de certas entidades. Alguns pontos lhe darão a impressão de que ali está incorporado o desenhista do livro, ou talvez o gráfico que o imprimiu.
Se os Umbandistas querem ser respeitados, têm que começar por respeitarem as pessoas que deles dependerão um dia e, principalmente às VERDADEIRAS ENTIDADES DE UMBANDA.
O que acontece em casos como esses é que os espertos enganam a muitos despreparados como ele e fatalmente afastam de si os verdadeiros protetores que, com certeza, não compactuam com esse tipo de atitude até porque, se o indivíduo quer enganar a si e a outros nesse ponto, com certeza quererá enganar em outros mais.
Os Verdadeiros Espíritos de Umbanda se afastam como já disse pois, seja na Umbanda, no Kardecismo, no Candomblé ou qualquer outro tipo de culto, o Livre Arbítrio de cada um tem de ser respeitado. Observe que você só conhece verdadeiramente uma pessoa se a deixa agir por conta própria. Enquanto existir alguém ao seu lado ditando regras de comportamento e conduzindo seus passos, o verdadeiro Eu jamais será revelado. A partir do momento em que os grilhões se rompem, se essa pessoa vai seguir ou não o que lhe foi ensinado, estará por conta do que foi realmente aprendido e principalmente compreendido, além é claro, da própria índole que poderá ser boa ou desviá-la para o uso do que aprendeu erroneamente com todas as conseqüências posteriores.
De qualquer forma, estar com as rédeas do caminho de quem quer que seja, determina que a pessoa em questão não esteja progredindo por seus próprios meios e sim alavancada por alguém (matéria ou espírito) que lhe dirige os passos.
Verdadeiros espíritos de Umbanda compreendem isso perfeitamente.
Sabem que os ensinamentos devem ser passados, os conselhos devem ser dados, mas sabem também que somente "o filho" poderá, por suas próprias atitudes, mostrar-se merecedor ou não de maiores e melhores ensinamentos, além é claro, da presença junto a si, de entidades de maior ou menor grau evolutivo.
O que acontece quando os reais protetores se afastam? É simples ! Basta raciocinar!
O "Baixo Astral" está fervilhando de entidades "doidas para poderem se manifestar" seja de que forma for. Com o afastamento dos protetores cria-se um vácuo que será naturalmente preenchido por qualquer uma ou várias dessas entidades, principalmente as que comunguem com o tipo de comportamento assumido pelo médium. Para não espantarem, comportar-se-ão de forma semelhante aos antigos protetores (até porque nem precisarão riscar o ponto - se for preciso o médium riscará por eles). Dependendo de seus objetivos, começam como todo obsessor a transmitir ao médium em questão uma certa sensação de poder através de alguns feitos até "miraculosos".
Se forem espertos farão tudo para fazerem crescer no médium a VAIDADE de ter consigo entidades "tão poderosas", ao mesmo tempo em que irão, sem que se torne perceptível a princípio, sugando o incauto de diversas formas podendo levá-lo futuramente a atos totalmente inconseqüentes com perdas materiais, afetivas e familiares.
O mais interessante nesse processo é que, estando uma pessoa nessas condições, por mais que você lhe chame à atenção dando-lhe conselhos (se conseguir) ou reprovando-lhe atitudes fora dos padrões de correção e justiça e até mesmo de lógica, para ele o errado será sempre você, até que um dia "acorde" e saia por aí em busca de outros grupos pondo a culpa de sua ruína NOS ESPÍRITOS que ele mesmo desmereceu. Aliás essa tem sido a prática de muitos ex-adeptos não só da Umbanda mas também de outros grupos religiosos que hoje, GRAÇAS A DEUS, estão se enganando em outros lugares.
É muito mais fácil culpar uma religião ou a uma outra pessoa do que aceitar ser ele mesmo o culpado de sua queda.
Como falamos de falange, é bom que expliquemos aqui como é que funciona esse negócio.
Falange em Umbanda é o nome que se dá a um grupo de espíritos que trabalham juntos, uns auxiliando os outros. Essas falanges formam-se normalmente pela semelhança do tipo de trabalho que deverão desenvolver, de idéias e ideais etc. Na espiritualidade, como na matéria, as entidades tendem a formar grupos que compactuem em forma de ver, pensar e agir - "os iguais se atraem", lembra-se?
Unidos pelos mesmos ideais, grupos de um sem número de espíritos assumem para trabalho o nome de sua falange. Isso quer dizer por exemplo que, quando um espírito se identifica como Pai Francisco, ele está dizendo o nome da falange que assumiu por ter se identificado melhor com esse grupo.
Quando digo um sem número, é porque em toda a andança que tive em 34 (agora 38) anos de pesquisa por vários Terreiros, nunca tive a confirmação absoluta quanto àquela história de que o primeiro da falange dá origem a sete e que cada um dos sete dão origem a mais sete etc, etc.
Se alguém tem provas disso que levante a sua bandeira.
Compondo essas falanges estão espíritos de diversos graus evolutivos. Alguns são mais evoluídos do que qualquer ser encarnado, outros têm evolução correspondente e outros mais são ainda menos evoluídos chegando-se aos classificados como Exús que quando trabalham seguindo a Lei de Umbanda e respeitando àqueles que lhes são superiores são auxiliares de grande valia. Um médium terá sempre acesso mais fácil aos espíritos que se assemelhem a ele em grau evolutivo, podendo, por esforço próprio, alcançar alguns níveis acima do seu e, por estar no plano terra a terra, alcançar facilmente qualquer espírito mais inferior.
Quando tudo acontece dentro da normalidade, os espíritos mais inferiores (mas não só eles) de uma falange trabalham como auxiliares daquele que está incorporado. Quando você vê aquele caboclo realizando seus trabalhos ou aquele preto velho (na verdade você vê mesmo é o médium) sentado no toco, não imagina que à sua volta, e prontos para trabalharem em conjunto, estão vários outros auxiliares. Mas é o que acontece. É por isso que não raramente, por ocasião de sua chegada, uma entidade faz saudações ao local e à sua falange, ou seja, os amigos que vão trabalhar com ele (ou ela).
Aí você vai lá e "tira sua consultinha!"
Se o médium é realmente preparado (seja consciente, semi-inconsciente ou inconsciente) e você está se dirigindo à entidade, acontecem coisas imperceptíveis (aos que não têm sensibilidade para a captação) mas importantes para serem analisadas
Não sei se alguém já escreveu sobre isso, mas não estou tentando inovar nada.
Tenho certeza de que, mesmo que não se tenha escrito, muitos já devem ter percebido o que vou descrever.
De acordo com o trabalho que deverá ser executado ali naquele momento, embora o médium permaneça com quase as mesmas características da entidade que o acompanha, muitas vezes há uma troca de entidades (normalmente entre espíritos da mesma falange). Para o consulente parece que nada mudou, mas aquele que "tem olhos de ver" ou sensibilidade mais trabalhada percebe perfeitamente a transição. É realmente linda essa forma de trabalho. Você pode inclusive estar se dirigindo a um Exú dessa falange sem se aperceber disso.
Muitas vezes, em debate com médiuns honestos que trabalham em estado de consciência e semi-inconsciência obtive deles confirmação para o acima exposto. Alguns até sentiam essa transição mas não entendiam e não comentavam "por medo de estarem falando besteiras". Quando viram que não acontecia só com eles, puderam se sentir mais aliviados.
Mas se cada falange tem mesmo um sem número de espíritos, como se dá a escolha de um determinado espírito para trabalhar com um determinado médium ?
A resposta ainda aqui está Lei das Afinidades.
Vamos tentar exemplificar para que fique bem clara essa "história" sem que tenhamos de entrar ainda pelas explicações mais científicas. Observe no entanto que tudo isso é relativo, ou seja, não é regra fixa, até porque depende da EGRÉGORA do ambiente em que vai se dar o desenvolvimento mediúnico do indivíduo.
Numa situação normal, onde a egrégora é positiva e favorável, durante o período de desenvolvimento (ou treinamento mediúnico) um médium costuma ter um espírito que chamaremos "desenvolvedor" que começa a se apresentar como que abrindo os canais mediúnicos para futuros melhores contatos. Esse espírito pode se apresentar como Preto-Velho ou Caboclo de qualquer falange, mas sempre terá ligação direta com a chamada COROA do médium, ou seja, será uma entidade ligada à Vibração Original que rege a Coroa desse médium. Essa entidade tem um padrão evolutivo quase sempre maior que o do médium (em casos normais, volto a dizer) embora não seja de seu feitio querer fazer demonstrações. Durante esse período o médium receberá também a atuação de outras entidades, mas caberá sempre ao desenvolvedor permitir ou não essas atuações. Se o período de desenvolvimento transcorrer naturalmente, esse desenvolvedor terá condições de trazer sempre as orientações necessárias ao progresso e não aquelas padronizadas em determinados terreiros que têm "uma única fórmula" para todos."
É importante, e muito lógico, que se entenda de uma vez por todas que cada médium é um médium, e que seu desenvolvimento deve seguir, na medida do possível, os padrões que seus verdadeiros protetores determinarem (se existirem protetores realmente incorporando), até porque não existe quem veja melhor a situação mediúnica de um médium que seu próprio protetor. Esse caminho pode ser mais demorado em função do vacilo por medo do próprio médium que, se for grande, acaba por interferir e bloquear as mensagens do espírito (lembra do que contei de mim mesmo ?), mas por outro lado,
se o médium tem medo de transmitir uma orientação dada por seu protetor visando seu próprio bem, como poderia estar preparado para transmitir mensagens a possíveis consulentes?
Cansei de me deparar por aí com médiuns que "davam consultas espetaculares", eram "feitos" na casa de Fulano desse ou daquele orixá, ajudavam às pessoas necessitadas e no entanto, quando precisavam dessa consulta para si, buscavam outros médiuns e até outros Pais no Santo.
Isso não tem lógica !!!
A única explicação, levando-se em consideração que o médium seja honesto, é o medo, pois, se uma entidade sua, estando incorporada seja em que estado de consciência for, tem condição de "dar consultas" e saber do que os outros precisam, é impossível que essa ou essas entidades não saibam o que é preciso para seu próprio aparelho (ou cavalo, como quiser).
Quero deixar bem claro esse aviso aos Chefes de Terreiro : A pressa em "coroar" determinados médiuns para que possam logo trabalhar, pode vir a ser nefasta para ele. Um médium confirmado, coroado, que não consegue se entender com seus protetores, jamais poderia ser considerado um médium confirmado de fato. Isso chega a ser covardia pois lhe dá a falsa impressão de que está preparado para a batalha e ele só vai perceber a falha (se perceber) quando sua vida começa a "virar de cabeça para baixo" em virtude das cargas que receberá por trabalhos mal executados.
Cabe decididamente aos Pais no Santo orientarem seu Filhos no Santo no sentido de que, enquanto as mensagens de suas entidades não se tornarem claras e com real significado dentro dos rituais, enquanto pelo menos um de seus protetores (normalmente o que é responsável pelo desenvolvimento é quem faz isto) não cantar e riscar seu ponto de acordo com a Lei, ele não terá condições de ser considerado médium pronto. Ele não poderá "dar consultas" e muito menos dirigir trabalhos que envolvam demanda. Se o fizer estará correndo riscos por sua própria conta.
É também importante que o dirigente honesto explique a "seus filhos" que,
se seus protetores podem atender aos outros, têm obrigação de atender a eles, pois é a eles que mais conhecem e portanto, podem melhor orientar.
Vou relacionar abaixo algumas atitudes que vemos em médiuns que se dizem prontos para trabalharem e que até mesmo já "abriram terreiros" que são totalmente ilógicas se analisarmos friamente. Antes porém que pessoas de outros grupos possam vir a ler esse capítulo e se acharem no direito de julgar, adianto que essas coisa não acontecem só na Umbanda. Quero deixar bem claro que minhas pesquisa e apreciações foram feitas também em centros ditos Kardecistas e Roças de Candomblé, sempre com os mesmos resultados (não são problemas das Seitas ou Religiões - são problemas dos humanos que dizem "seguir as regras").
O médium é considerado pronto, dá consultas e, para si, prefere "tirar consultas com outros" - Isso já mostra insegurança.
O médium recebe entidades que nunca riscaram um ponto ou se identificaram convenientemente e estão lá dando consultas e passando mensagens.
O médium "está pronto" (ou foi considerado como tal, sabe-se lá porque), abre terreiro (ou Roça ou organiza sua "mesa") e mesmo como "Chefe", procura tirar consultas particulares em outros terreiros (ou Roças etc.). Isso tem lógica? Então me expliquem porque eu não a vejo!
O médium "abre terreiro de Umbanda" e depois vai "fazer cabeça" na Roça de Candomblé porque "suas entidades pediram(?)". Não tenho nada contra o Candomblé. Tenho amigos que praticam e dirigem rituais e portanto não estou falando de Candomblé de forma pejorativa, muito pelo contrário. Só não consigo entender essa história de Chefe de Terreiro de Umbanda ter que "fazer cabeça" ou "dar obrigações" seguindo rituais do Candomblé. Isso para mim se assemelha à história de um padre católico ter que receber a "unção" dos evangélicos para continuar rezando suas missas. O que explica esse fato é o total despreparo, o total desconhecimento dos ensinamentos ocultos (esotéricos) da verdadeira UMBANDA que orientariam esse "pai no santo(?)", ainda que ele tivesse que mexer com energias afins, ou então o fato de que ele deveria estar mesmo dentro do Candomblé por serem suas entidades afins, o que deveria ter sido observado antes de abrir um terreiro e dizê-lo como de Umbanda, pois a partir daí, se o Terreiro continuar a funcionar, será mais um dos que chamamos "umbandomblé" pela mistura de rituais que começam a fazer.
O médium "está pronto", sai por aí encarando o baixo astral como se fosse invulnerável e, repentinamente, vê sua vida se "entortar". As entidades que tanto ajudavam aos outros parecem não escutar suas preces, não receberem suas oferendas, etc, etc. Daí ele corre para outro pai no santo igual a ele, "faz obrigações" daqui, dali, sacudimentos, "deita para o santo" e continua se danando todo. Quando isso acontece, pode-se com certeza procurar nas atitudes desse médium (como médium ou simples humano) a razão para essa falta de socorro total. Nem vou me aprofundar muito por aqui. Pelo menos não agora.
Quero frisar que não estou tentando radicalizar coisa alguma. O que vejo nessas atitudes é uma total incoerência se acreditarmos que essas pessoas sejam realmente médiuns preparados e com suas entidades incorporando positivamente. Posso até considerar o fato de um médium ir de vez em quando procurar alguém que ele ache melhor preparado (seu pai no santo por exemplo) para melhor orientá-lo na realização de determinado ritual. Admito que ele possa buscar auxílio na corrente ou egrégora de um terreiro para se fortalecer e permitir um melhor contato entre ele e seus protetores de forma que eles possam se apresentar e lhe transmitir a mensagem apropriada (não está incluído nessa hipótese o médium que se considera "pai no santo", tem seu terreiro ou abaçá e portanto dispõe da egrégora deste para se beneficiar, a menos que não seja tão pai no santo como pensa), já que às vezes trabalha em casa, apenas com consultas o que fatalmente lhe é prejudicial. Agora, admitir situações como as acima enumeradas.... não dá para acreditar !
Médium Umbandista (e acredito que de outros grupos também) para se meter a dirigente ou pai no santo, tem que saber sobre a responsabilidade que está assumindo. Tem que ter não só a preparação mediúnica (incorporação ou outros dons positivos) mas conhecimento suficiente para livrar a si e, desde que abriu terreiro, seus seguidores também, dos ataques do Baixo Astral. Tem que saber que, ao abrir um terreiro que objetiva o trabalho para o bem, automaticamente adquiriu inimizades no astral inferior daqueles que objetivam outras coisas e, para isso, ele tem que estar preparado e muito firme com sua "banda". Tem que saber que se não for totalmente honesto com seus protetores, mais cedo ou mais tarde vai se ver livre deles e muito bem acompanhado por outros imitadores com sabe-se lá que intenções.
Texto Extraído do Livro "Umbanda sem Medo Vol I", do autor desse blog

OS ESPÍRITOS E OS ENCARNADOS PARTE I

Eu sei que a esta altura, já enchi sua cabeça com diversos conceitos e forma de observação bastante inovadoras. Talvez não ! Talvez tudo sobre o que escrevi antes já tenha lhe chamado a atenção em algum momento da vida. Não importa. Meu principal objetivo é fazer com que você raciocine enquanto vai lendo. Quero que você pense!
Vamos falar agora sobre esses espíritos que transitam pela UMBANDA e outros grupos de espíritos.
Já vimos que na Umbanda, tenha sido o espírito um grande senhor ou um pequeno lavrador, terá que se apresentar numa das três formas escolhidas pelo "Comando Superior", o que de certa forma despersonifica a entidade e evita (ou deveria evitar) a vaidade do médium e a tentativa de determinadas entidades de se apresentarem como grandes "medalhões" e com isso influenciarem e dominarem os incautos seres encarnados, pela tendência que temos normalmente de MITIFICAR (transformar em mitos) as grandes personalidades.
Só para ilustrar, preciso contar aqui um episódio por mim assistido quando ainda nos primeiros anos de peregrinação pelos meios espíritas, que envolve exatamente esse tipo de mitificação de espíritos que se apresentam como "luminares".
Freqüentava eu em determinada época, um grupo espírita dirigido por pessoas muito bem intencionadas, porém (como se poderá notar) com pouca experiência no trato com os espíritos e principalmente, vulneráveis aos valores que certas entidades alardeiam serem detentoras.
Certa vez foi-nos anunciado que teríamos uma visita ilustre (um amigo de uma das pessoas que dirigiam o grupo) que ostentava o título de Comendador. Para espíritas experientes e voltados tão somente às causas espirituais, esse fato não deveria ser de alarde pois como já vimos, nada importa ao espiritismo ou aos espíritos o "status social" de qualquer indivíduo.
Lembre-se disso : Se em qualquer lugar onde se prega a religiosidade você perceber que há por meio dos praticantes e (no caso de serem espíritas) às vezes até de "supostas entidades", uma tendência a valorizar o "status social" de um ser encarnado, comece a colocar sua "barbas de molho"! Diante dos verdadeiros Emissários da Luz não há e não pode haver diferenciação por condição social entre os encarnados. Essa diferença existe sim, mas nas camadas inferiores (ou planos inferiores, como quiserem) de evolução, jamais nos planos mais elevados.
Voltando à nossa história, o Comendador (vou chamá-lo assim para evitar nomes) foi convidado, mesmo sendo sua primeira visita, a fazer parte da MESA.
Abro aqui outro parêntese para explicar que eu, "engatinhando ainda pelos meios espíritas", não tinha conhecimentos suficientes para analisar o que se passou, e também não via o trato com os espíritos da forma que vejo hoje.
Iniciada a Sessão como de costume, era feita uma pausa para que todos "dessem passagem" (como era dito) aos seus protetores - uma tática normalmente utilizada para preparar o ambiente e o "corpo mediúnico".
Qual não foi minha surpresa quando, atuado (e em estado consciente) pelo Preto Velho (nessa mesa era permitida a presença de entidades de Umbanda) comecei a perceber uma agitação estranha em meu sistema nervoso. Era como se a entidade que atuava em mim estivesse incomodada com alguma coisa que eu não alcançava.
Repentinamente, do outro lado da mesa, o comendador "deu passagem" ao seu protetor. A agitação aumentou.
Consciente, eu buscava controlar a vontade que tive de ir desacatá-lo e, compreendendo cada vez menos aquela sensação que não podia ser minha, passei a dar mais atenção ao que se passava ao redor.
Nada demais! O comendador, atuado por seu protetor, identificava-se como "fulano de tal" vindo do oriente e saudava as "energias divinas" que de lá estariam sendo trazidas por sua falange.
Pensei cá comigo : - "Tem alguém maluco aqui - ou eu, ou esse Preto Velho".
O fato é que, o Preto Velho que normalmente me trazia muita calma e permanecia atuando por muito pouco tempo, nesse dia parece que demorou uma eternidade. Só me deixou quando o tal "oriental" se foi. Em continuidade nada mais aconteceu de anormal naquele dia, mas é lógico que eu fiquei com "a pulga atrás da orelha".
Mais um parêntese (eu sou mestre nisso) !
Vou tentar dar uma explicação simplificada sobre esse estado de mediunização consciente em que me encontrava porque sei que será interessante para muitos que passaram e passam por essa experiência sem se darem conta de que estão parcialmente mediunizados (ou incorporados) e que isso é bastante normal até mesmo em pessoas com anos e anos de prática mediúnica.
Embora nesse estado consciente eu pudesse sentir as emoções da entidade, identificar sua energia, ouvir o que se falava ao redor, eu não conseguia me livrar da atuação, mas conseguia evitar que falasse por mim, e desse modo acredito que estava criando um certo conflito pois, enquanto eu raciocinava e ouvia o que me parecia bonito e normal (a fala da entidade) meu pé direito batia no solo sem controle, como se "eu" estivesse reprovando aquela fala. Enquanto meu consciente aceitava as frases do "oriental" como vindas de um ser celestial, uma energia se agitava dentro de mim como se quisesse dizer : "Não é nada disso"!
Taí ! Deu pra entender ? Se não, eu espero explicar melhor quando me aprofundar no tema.
Continuando.
Tudo isso voltou a acontecer numa outra Sessão em que o comendador esteve presente, só que desta vez a agonia foi tão grande que, como o comendador ia continuar a freqüentar o grupo, achei por bem eu me afastar, até porque poderia perder o controle e sem saber porque, sair dizendo sei lá o que para a tal entidade.
O que mais incomodava é que eu não tinha nada contra a presença do comendador que era até uma pessoa agradável.
Bem, como se diz na gíria : "Cantei prá subir"! Afastei-me do grupo dando por desculpas a falta de tempo, indisposições etc.
Passado algum tempo, lembro-me de ter encontrado na rua a filha de um dos dirigentes e também freqüentadora que me relatou o acontecido em uma das reuniões. Parece que o tal "oriental" que saudava "os focos de luz do oriente" resolveu se trair e, como saudação final deixou escapar um "Salve a minha Quimbanda"!
Estava então explicado para mim, a suspeita que já tinha mas que não admitia : debaixo daquela aparência celestial havia um Exú . Isso mesmo ! Um Exú que "entrou na gira", passou-se por luminar, foi respeitado como tal, mas era um Exú.
E aí ?
Como os protetores do local deixaram-no fazer isso?
Por que nenhuma entidade que atuava sobre médiuns muito mais experientes que eu sequer deu o alarme?
Poderia ser um "baita Quiumba" e provavelmente teria sido acolhido como espírito elevado pelo teor de sua fala. Se mal intencionado, sabe-se lá que carga de bobagens poderia ter ensinado.
Por que eu digo que era um Exú?
Porque nenhum "medalhão espiritual" faria saudações à "sua Quimbanda" que como bem sabemos é Linha de Trabalho Mestra de Exú e Pomba Gira ("abrasileirado" de bombogira que é a palavra correta).
Ainda bem que nesse episódio o mal maior apenas serviu de lição para aqueles que vão "abrindo guarda" para entidades aquilatando-as pelas palavras que muitas vezes são ocas (como diria um certo amigo).
Aliás esse fato comporta uma segunda lição que tem a ver com a presença do comendador na mesa que, como se sabe, funciona nessas reuniões como o foco central de energia e por isso deve ser constituída por pessoas treinadas e preparadas para tal. Nessa ocasião o comendador só foi convidado para compor a mesa porque era comendador e amigo de um dos dirigentes, ou seja, foram levados em conta seu "status social" e sua amizade com o dirigente em detrimento de sua preparação ou não para ali estar.
Um outro fato que demonstra bem o perigo desse encantamento com possíveis "luminares" aconteceu bem antes, quando eu ainda estava pensando se entrava ou não nesta Seara.
Estávamos se não me engano, no ano de 1969 e eu freqüentava como assistente às Sessões de um Centro Espírita de raízes Kardecistas (porta pela qual eu entrei no espiritismo). Havia uma reunião às quintas feiras dirigidas por um senhor, dono de uma clarividência e clariaudiência realmente invejáveis. Vamos chamá-lo de Senhor M.
Senhor M era capaz de colocar várias pessoas da assistência sentados em duas fileiras de cadeiras e sair dizendo sem errar, o problema que as levava até ali. Senhor M descrevia o problema que era em seguida confirmado pelo freqüentador e, na medida do possível, dirigia os trabalhos no intuito de ajudar às pessoas em questão. Posteriormente ele dava explicações sobre o ocorrido a todos. Era uma verdadeira Escola da qual eu sinto saudades !
Numa dessas reuniões, foi levada por uma freqüentadora, uma amiga que passava por grandes perturbações emotivas. Médium não preparada, ela recebia em casa uma entidade do tipo "luminar" que inclusive falava em três ou quatro línguas. É isso aí ! Uma entidade poliglota !
Paralelamente a isso, sua vida era um inferno! Problemas, problemas e mais problemas!
Colocada em uma cadeira especialmente deslocada para ela, foi de pronto alcançada a mola-mestra de seus problemas: Era justamente a tal entidade que se tornou seu obsessor e que, a despeito de todo o seu potencial lingüístico, queria a senhora só para ela.
Essa entidade foi chamada, tentou-se convencê-lo de que estava errado (se apresentava como homem) em se meter na vida material dessa senhora e decidindo sobre o que ela poderia fazer ou não, ou com quem poderia estar ou não, infelizmente sem muito êxito.
Antes de prosseguir : É importante se dizer que o fato de dar incorporação a uma entidade poliglota, de uma certa forma preenchia o Ego dessa senhora pois, afinal de contas "era um ser tão iluminado que era capaz de falar diversas línguas". Esse fato, o de se sentir "aquinhoada pelos deuses" que lhe permitiram "tão grande honra(?)", e o provável sucesso que fazia quando atuada, alimentava-lhe a vaidade fazendo crescer mais e mais os elos que os prendiam (entidade espiritual e ser encarnado). Ora, tentar convencer a alguém que a razão de seus problemas é justamente o que acha ser o melhor de sua vida é como dizer a um esfomeado que o único prato de comida que conseguiu está envenenado. Ele não acredita! Ele vai comer!
Ela foi orientada no sentido de não dar prosseguimento às incorporações. Foi-lhe recomendado também que retornasse na semana seguinte porque o trabalho de doutrinação (como era chamado) deveria continuar.
Para encurtar a história.
Na quinta feira seguinte, quando ainda nem havia iniciado a Sessão, a amiga que levara a tal senhora chegou trazendo a notícia de que a tal entidade, estando incorporada, (ela não acreditou e por isso não obedeceu) fez com que a senhora se atirasse pela janela do edifício onde morava, matando-a consequentemente.
Veja bem!
Qualquer obsessor, por mais burro que seja (e normalmente eles não são nada burros) se tem em mente dominar uma pessoa, vai facilitar-lhe sempre aquilo que ela ache que mais precisa - nesse caso a admiração de tantos quanto cercavam essa senhora. É desse modo que ele ganha confiança! É desse modo que ele vai conseguindo aos poucos estreitar os laços que o unem ao ser encarnado até chegar ao ponto de se tornar imprescindível em muitos casos a sua presença. Anote isso!


Texto Extraído do Livro "Umbanda sem Medo Vol I", do autor desse blog

sexta-feira, 18 de maio de 2007

UMBANDA - UMA SEITA AFRO?

POR QUE É IMPORTANTE SABERMOS QUE O TERMO UMBANDA, COMO CULTO OU RELIGIÃO, PERTENCE AO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS

A importância da divulgação desse tema se prende a fatores que, embora possam parecer fúteis, a uma primeira vista,(e apenas a UMA PRIMEIRA VISTA) na verdade coloca freios em muita gente que insiste que faz Umbanda e que, além de não conhecer suas orígens, NADA FAZ DE UMBANDA - é isso que incomoda e faz com que muitos tentem MINIMIZAR ou até mesmo DESQUALIFICAR a importância que Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas tem para o que ELE chamou UMBANDA.
Vou tentar explicar os meandros e as segundas intenções desse tema de debate que muito se vê pelas comunidades do Orkut, MSN e outros..
1º PONTO - NUNCA, NINGUÉM HAVIA CHAMADO DE UMBANDA A NENHUM TIPO DE CULTO ANTERIORMENTE. O que tentam fazer hoje, é aproximar o termo embanda (afro) que quer dizer curandeiro para uns (e chefe de culto para outros) e NÃO ALGUM TIPO DE CULTO como esse que o Caboclo chamou UMBANDA - O CULTO;
2º PONTO - O Caboclo deixou algumas informações precisas sobre o que seria UMBANDA, e isso é o que incomoda mais porque, se observarmos essas diretrizes, aí sim, veremos que alguns grupamentos não poderiam se chamar de Umbanda, o que leva alguns outros a "desconhecerem", muito propositalmente, o texto que será apresentado abaixo e chegarem a dizer que o que o Caboclo fez foi apenas uma "socialização" do que já havia antes, o que, para qualquer um que saiba ler (e nem precisa interpretar) vai perceber que não poderia ser.
Vamos ver o que o Caboclo nos deixou de informações sobre o CULTO que ele mesmo dizia INICIAR-SE NAQUELE DIA.

PRESTE ATENÇÃO PORQUE AQUI SE DEFINE O QUE É A UMBANDA DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS :
(PALAVRAS DO CABOCLO)

"Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".

Percebemos então, nestes 3 trechos em azul que:

a) Esse era UM NOVO CULTO - O Caboclo afirmou SER UM NOVO CULTO E NÃO UMA CORRUPTELA DE ALGO JÁ EXISTENTE;
b) Que esse NOVO CULTO se distanciava das seitas negras deturpadas e dirigidas para a feitiçaria, porque os próprios Pretos Velhos africanos e os índios Nativos de nossa Terra (Os chamados Caboclos) não encontravam Campo de Ação (possibilidade de trabalharem) nesses grupamentos - Isso era o que existia antes e era disso que a UMBANDA, ENTÃO CRIADA, DEVERIA SE DISTANCIAR.
c) Esse seria UM CULTO EMBASADO NO EVANGELHO DE JESUS, reconhecendo-o, inclusive, como "MESTRE SUPREMO".

Por que eu lhe afirmo que DIVULGAR ISSO, inclusive até mesmo a existência de Zélio e do Caboclo, não se torna interessante para uma grande parte?

Porque, após a CRIAÇÃO e não SOCIALIZAÇÃO OU CODIFICAÇÃO DO QUE JÁ EXISTIA, muitos dos inúmeros grupamentos já existentes, (como acontece até hoje), passaram a se auto-denominar UMBANDA, mesmo passando por cima desses PRECEITOS DEIXADOS PELO CABOCLO, criando-se então, a confusão que encontramos hoje, inclusive com alguns afirmando que a Umbanda tem que se afastar dos ensinamentos cristãos e abraçar mais os fundamentos afro.... Mas como isso poderia ser, se a UMBANDA foi criada em cima de bases Cristãs?

O que se percebe então? Percebe-se que há um movimento deturpatório do que foi deixado pelo CDSE, em função das "vontades" daqueles que resolveram ir fazer cabeça no Candomblé e depois vieram "bater Umbanda", como gostam de dizer. Ora ... bater Umbanda, como se Umbanda fosse Candomblé?

Em Candomblé sim, "se bate para os orixás" porque os Xirês são nada mais do que festividades, TOQUES, como também chamam, em louvor aos orixás e nunca foram giras de CARIDADE. Todos os atendimentos em Candomblés de Raiz só são feitos pelo Babalorixá ou Yalorixá e através dos jogos de buzios, opelês (em menor quantidade) e obis. Não há consultas dentro dos Xirês e, nos que HOJE há, é porque já se modificaram e se distanciaram de suas raízes, até porque, quem bate papo e dá consultas são os EGUNS ou CATIÇOS, como são chamados alguns tipos de Caboclos e entidades intermediárias. E vejam que até hoje, os PRETOS VELHOS, que seriam remanescentes dessa mesma crença, por "terem sido escravos, negros e africanos" ainda não são aceitos na maioria dos Candomblés. Alguns aceitaram alguns Caboclos porque muitos ainda crêem que eles também são ENCANTADOS.

Minimizar, ou não divulgar o que era a VERDADEIRA UMBANDA, a DE RAIZ, a DO CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS é, e sempre será importante para os que têm medo da verdade e pretendem abrir Terreiros com fundamentos estranhos, de matanças, feitiçarias, amarrações, etc, e se anunciarem como Umbanda.

No meu entender, o mais honesto seria que cada grupamento que hoje se diz apenas de Umbanda, se intitulasse, como outros que já o fazem, por exemplo: Umbanda Omolocô, Umbanda Cabula, Esotérica, de Angola e outras mais, já que fogem às Regras básicas que o Caboclo deixou para o SEU NOVO CULTO (ou seja: não são de bases cristãs), para não deixarem aqueles que nada entendem disso sem saberem, afinal, a que tipo de Umbanda estão adentrando.

O que essas pessoas têm que colocar na cabeça é que o nome UMBANDA, COMO CULTO, pertence ao CDSE (ainda que ele não a tenha registrado) e mesmo eu ou você, que praticamos a UMBANDA TRAÇADA (que é diferente da UMBANDOMBLÉ embora muitos confundam), temos que reconhecer que não seguimos a linha doutrinária determinada pelo CDSE - UMBANDA COM BASE TOTALMENTE CRISTÃ - o que não nos tira qualquer valor ou mérito, já que os objetivos finais - CARIDADE E AMOR FRATERNO - também são buscados, apenas por caminhos diferentes.

O que essas pessoas têm que pôr na cabeça é que devem assumir o tipo ou sub-grupo de Umbanda que seguem e, jamais quererem mudar o principal da Umbanda que é a fé, a caridade, o amor ao próximo e, principalmente, também devem assumir que, se estão ligados a espíritos e encarnados que só sabem fazer feitiçarias, mandingas, amarrações, intrigas, então, nem o nome UMBANDA deveria ser usado em seus cultos, já que, desde a criação, isso foi contrariado pelo Caboclo.

Escrevi acima que Umbanda Traçada é diferente de Umbandomblé e, para muitos isso pode parecer estranho, mas não é. Acontece que existem, generalizando, três tipos de umbanda e as explico abaixo:
1- UMBANDA - A que foi criada pelo CDSE, com bases claramente CRISTÃS - até os Terreiros que foram criados pelo Caboclo tinham nomes de SANTOS CATÓLICOS. Os praticantes dessa Umbanda não admitiam (e acho que ainda não admitem) bebidas ou atabaques em seus rituais. Quando muito, o fumo das entidades;
2- UMBANDA TRAÇADA - A que admitiu (a princípio ou posteriormente) a presença (como trabalhadores) dos Exus e Pomba Giras, personagens da QUIMBANDA que eram até temidos no início e hoje já viraram guardiães, e outras entidades intermediárias, trabalhadores de excelente performance, sempre visando a CARIDADE, porque, se assim não for, não podem se considerar Umbanda. É chamada de TRAÇADA ou CRUZADA porque nela existe o cruzamento (ou entrelaçamento) de dois tipos de trabalhadores: os de UMBANDA (Caboclos - índios nativos - e Pretos Velhos) e os de QUIMBANDA (Exus, Pomba Giras, Bugres, malandros, etc.);
3- UMBANDOMBLÉ - Todas as Umbandas que praticam em seus cultos, os ritos absorvidos dos Candomblés, seja de que nação forem. Nessas Umbandas há "toques" para orixás, costumam usar brajás ao invés de guias, recolhem "filhos de santo", usam quelês, sacrificam e colocam "oxu" nos oris de seus adeptos ... e por aí vai. O que as assemelha à Umbanda original e as afasta do Candomblé de Raiz é o trabalho com entidades tipo Pretos Velhos e Caboclos e mesmo Exus infiltrados (porque esses não são os orixás-exu das nações) que vêm, ...... aí sim, trabalhar para a CARIDADE.

As Umbadas TRAÇADAS ou CRUZADAS não absorveram, necessariamente, ritos e práticas afro, e essa é a grande diferença delas para a Umbandomblé. Algumas até absorveram mais algumas entidades de Catimbó e outros grupamentos de raizes nordestinas e outras ainda, preferiram "cruzar" seus ensinamentos com os dos "mestres orientais".

Eu colocaria ainda, como sub-grupo das Umbandas Traçadas ou Cruzadas, as Umbandas Esotéricas e mesmo as Iniciáticas, já que nelas, além dos trabalhos com as entidades já citadas, existe a adaptação de ensinamentos e até mesmo de entidades tidas como "orientais" e sábios de outras nações que não as africanas.

E diria mais ainda: Em termos de abertura para novas aprendizagens, a Umbanda Traçada é a que mais se encontra nessa posição, já que as outras duas tendem a se prender muito em suas raízes (ou cristãs, ou afro) e desmerecerem alguns dos conhecimentos mais modernos que nos chegam através de outras correntes de espíritos e mesmo da ciência.

Que isso não seja tomado como desmerecimento para qualquer tipo de Umbanda pois, guardadas as devidas proporções e se o culto visa A CARIDADE, O AMOR FRATERNO E A FÉ, então todas têm em si a semente de UMBANDA, ainda que não sejam exatamente a que o CDSE CRIOU.

Agora, se alguém cria um agrupamento para misturar cultos "ao deus dará", explorar a caridade, impingir medos aos seus seguidores, sair matando cães e gatos pra saciar suas sedes de sangue e de impressionismo ... aí, pelo amor de deus, ....... isso não pode ser chamado de UMBANDA!!!

Custa muito as diversas Umbandas se identificarem por suas Raízes ou suas doutrinas para que nem tudo seja apenas Umbanda? Vão ficar menos Umbanda por causa disto?

Vamos a um raciocínio?

Imaginemos que você que agora me lê, através de uma entidade ou não, venha a criar amanhã, um NOVO CULTO espiritualista, digamos ... ALABANDA, e nos diz que este será UM NOVO CULTO que só fará trabalhos através dos CIGANOS E BOIADEIROS, por exemplo e também será voltado EXCLUSIVAMENTE para as práticas ciganas e a magia dos boiadeiros.
Depois de alguns anos você vê que alguns outros grupos passaram a se auto-denominar ALABANDA, trabalham com mineiros, com orixás de Nação e suas "obrigações", com Exus, Caboclos, Pretos Velhos, baianos, malandros, tentam decifrar o que seria ALABANDA mas não ousam perguntar a você, que foi o(a) criador(a), o que seria, e ainda por cima, depois disso tudo ainda começam a discutir porque acham que Alabanda deveria "voltar às raizes afro" já que os "orixás" são afro.

O que você diria, HONESTAMENTE?

Foi isso o que aconteceu com a Umbanda criada pelo Caboclo das Sete Ecruzilhadas.

Não seria melhor que cada Alabanda dessas que se formou após, se identificasse convenientemente?

Eis aí o porquê de, desde muitos anos atrás (isso não é de hoje), já se falar de codificação de Umbanda e até hoje, ninguém saber exatamente qual das Umbandas se vai codificar - todas não dá mesmo!

De minha parte posso lhes dizer que a Umbanda que eu pratico é totalmente Cruzada e praticamente nada nela existe de Ritual de Nação Afro, embora tenha que conhecer alguns fundamentos para casos em que certos problemas mediúnicos tenham origem em entidades específicas . Talvez a melhor descrição para ela seria de UMBANDA ABERTA. Sempre aberta para melhores conhecimentos e aprimoramentos ritualísticos que realmente possam ter fundamento, venham de onde vierem.

Aceito comentários, críticas e complementações.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

REENCARNAÇÃO


Mas o que é isso de Reencarnação ?
Será que isso existe mesmo, ou morreu se apaga ?
Vamos por etapa !
Se você acreditar que morreu se apaga e continua a ser espírita de que corrente for, no mínimo "há uma leve (10.000 Toneladas) incoerência" no modo de ver as coisas à sua própria volta, porque, se morreu se apaga, que espíritos são esses que falam através dos outros e talvez de você mesmo(a)? Não vai me dizer que você que está nos lendo agora tem aquela mentalidade retrógrada que o faz pensar que do "outro lado" só existe Deus e o Diabo?" Você pegou o blog errado, amigo(a) ! Você ainda deve estar acreditando que a humanidade surgiu de Adão e Eva que tiveram dois filhos HOMENS (nenhuma mulher que pudesse dar continuidade à raça), e que um matou o outro, ficando nesse caso apenas um HOMEM ! Interessante nessa história é que, depois de matar o irmão, Caim saiu pelo mundo, encontrou uma mulher e com ela teve filhos. Se Deus não havia criado mais ninguém, de onde saiu essa mulher ?
MISTÉRIO...!
Eu confesso minha "ignorância" nesse aspecto, até porque não foi explicado qual era o aspecto físico de Adão e Eva. Não sei se eram brancos, pretos, ou tinham os olhinhos meio fechados como nossos irmãos chineses, japoneses, ou se tinham aspecto indígena. Mas isso não importa. Tenho certeza de que você encontrará respostas para essas pequenas(?) dúvidas em outros blogs. Nesse não!
Quanto à Reencarnação, ela deveria ser crença obrigatória para todos os que professam a crença em um Deus de Amor como era o caso de Jesus (ou não era ?). Afinal de contas, se o Deus de Amor que Jesus apregoava era (e deve continuar sendo) um Deus que ama sua criação, como se explica o nascimento de cegos, tetraplégicos, portadores da Síndrome de Douwn e outras anomalias congênitas ? Será que um Deus de Amor CRIA PROPOSITALMENTE esses seres ? Mas acaso não é ele também um Deus da perfeição? Já pensou que esses seres teriam que carregar suas deficiências "criadas por Deus" (que Deus?) até o tal "Julgamento Final", sem terem uma chance de, como você e eu, poderem caminhar livremente por onde escolherem ou raciocinarem claramente ou até mesmo enxergarem ?
Que Deus de Amor seria esse se não permitisse que um filho seu pudesse voltar outras vezes e desfrutar do mesmo potencial de todos os outros ? Ou será que você acredita que esses não sejam filhos de Deus e sim do Diabo ? Cuidado porque amanhã você poderá ser levado a acreditar que deve extirpar o diabo da face da Terra e querer começar pelos "seus filhos", heim !"
Para casos como esses só há uma explicação que não ponha em dúvida esse Amor Divino - A Reencarnação (isso se você acredita mesmo em Deus). Além do mais as pesquisas no campo da Hipnose têm revelado descobertas importantes em relação a isso.
Nenhum membro honesto, seja de que seita ou religião for, pode estar alienado em relação às pesquisas científicas no campo da paranormalidade ou da indução de estados alterados da consciência. Não se pode fechar os olhos e fingir que o sol não existe a não ser que o intuito seja o de permanecer no obscurantismo da própria insensatez. Afinal de contas, nesse campo, praticamente tudo o que o espiritismo sempre apregoou está sendo provado. Lentamente, é claro, mas provado !
Mas tem que ser muito lentamente mesmo, sabe por que ? Já pensou se amanhã alguém ligado às pesquisas viesse a público e começasse a despejar provas contundentes sobre por exemplo :
A vida após a morte;
A reencarnação;
A possibilidade de contato visual com espíritos através de aparelhos de laboratório;
A interação energética entre os seres e o próprio planeta em que habitam;
E outras "coisinhas mais"?
Mesmo nos dias de hoje seria considerado um herege, seria excomungado e no mínimo, para alguns mais fanáticos, ainda que pudesse provar cientificamente. : Um inimigo de Deus.
Querendo ou não, Umbandistas, Kardecistas e membros de outros grupos religiosos, deveriam ler O NOVO TESTAMENTO, onde se pode focalizar várias passagens em que o próprio Jesus se referia (entendesse quem pudesse, como aliás era seu modo de ensinar) ao retorno do espírito à matéria.
Em Mateus XVII : 10 - 13 e Marcos XVIII : 10 - 12, há a seguinte passagem :
"E os discípulos lhe perguntaram dizendo: Pois por que dizem os escribas que importa vir Elias primeiro ?
Mas ele, respondendo lhes disse : Elias certamente há de vir e restabelecerá todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio, e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram. Assim também o filho de Homem há de padecer às suas mãos. Então compreenderam que de João Batista é que falara".
A Igreja Católica, quando organizou os escritos durante o 5º Concílio Ecumênico por volta do ano 553, esqueceu de tornar esse texto um Apócrifo, assim como fez a outros testemunhos.
Há também uma outra passagem muito interessante, veja só:
Lucas XXI - 7 - E perguntaram-lhe dizendo: Mestre, quando serão, pois, estas coisas? E que sinal haverá quando isto estiver para acontecer?
8 - Disse então ele : Vede não vos enganem porque virão muitos em meu nome, dizendo : Sou eu, e o tempo está próximo; não vades portanto após eles.
9 - E, enquanto ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis. Porque é necessário que isto aconteça primei-ro, mas o fim não será logo.
10- Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino;
11- E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilência....
12- Mas antes de todas estas coisas lançarão mão de vós e vos perseguirão.
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20- Mas quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação.
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32- Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça.
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Observe que Jesus fala durante todo o tempo como se os ouvintes de então fossem presenciar suas profecias, e chega a dizer que: "esta geração não passará até que tudo aconteça", o que inclui o seu retorno "numa nuvem, com poder e grande glória".
Como isso ainda não aconteceu até hoje, fica difícil entender que ele esperasse que seus seguidores presenciassem os fatos, a não ser que estivessem reencarnados na ocasião.
Mas aí você poderia retrucar dizendo que Jesus não falava realmente aos seus contemporâneos, mas àqueles que viriam após e portanto outras pessoas e portanto outros filhos de Deus que não aqueles que ali estavam, certo ?
Só que se você pensou assim, é porque não leu sua Bíblia corretamente, porque ele também diz : "Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima". E também diz : "Vigiai, pois em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que irão acontecer, e de estar em pé diante do Filho do Homem".
Ora, para se olhar para cima e levantar a cabeça enquanto as profecias acontecem, é preciso que se esteja encarnado na matéria, ou vivo após ter "morrido", pois morto e enterrado (ou dormindo aguardando a tal ressurreição como querem alguns) não enxerga, não pode orar nem vigiar em tempo algum (pelo menos deve ser o que acreditam aqueles que não crêem na reencarnação ou na vida pós-morte). E repare que a redenção só virá para estes que puderem seguir essas orientações, ou seja, que de alguma forma estejam VIVOS.
Sugere também Jesus, que poderão estar diante do Filho do Homem aqueles que passarem por essas provas a que ele se refere, orando e vigiando. O que será então de seus contemporâneos que, não terão essa oportunidade por estarem segundo alguns, MORTOS E ENTERRADOS, aguardando apenas serem julgados nos últimos dias? Ou será que seus contemporâneos e outros mais antes e após eles, também deveriam ter o privilégio de estarem vivos, encarnados ou não nesses momentos ?
O que será que ele quis dizer com : "não passará esta geração até que tudo aconteça"?
Se considerarmos geração como normalmente o fazemos, (descendência, filiação, linhagem etc.), veremos que após sua estada na Terra, várias gerações já se passaram e outras foram totalmente extintas. Mas se considerarmos, como naturalmente ele o fazia, que a geração a que se referia era a de espíritos que habitavam o plano Terra (encarnados e desencarnados), aí sim, começamos a entender até mesmo porque os costumes, os vícios, os fanatismos sociais e religiosos de outras épocas tendem a se repetir de tempos em tempos na matéria, ainda que disfarçados por outros nomes, acontecendo em outras regiões do planeta e com supostamente, outros personagens.
Uma outra coisinha é preciso que fique bem clara.
Se cada vez que nasce uma criança é sinal de que Deus criou um novo ser, não lhe pareceria lógico que gerasse seres cada vez mais puros, mais perfeitos, mais condizentes com seus princípios e sua própria grandeza? Afinal de contas, esse trabalho ele já estaria realizando há milhares de anos, antes mesmo da vinda de Jesus, o Cristo, e a tendência, até para nós que somos imperfeitos, é sempre de melhorarmos nossas obras cada vez que a repetimos.
E é isto o que você observa ?
São as crianças de hoje, mais puras e perfeitas que as de ontem (qualquer ontem) ?
São por acaso as crianças de hoje, pelo menos mais educadas que as de antes ?
Vou deixar esta para você pensar.
A Reencarnação, para os espíritos que freqüentam a Umbanda, é fator imprescindível para o aperfeiçoamento moral e intelectual do ente espiritual. Sem ela, em apenas uma passagem pelo que chamamos "vida" jamais teria o espírito condições de aprendizagem suficiente para sua evolução (você já pensou, por exemplo que os "homens das cavernas" e mesmo outros após eles, sequer tiveram a oportunidade de ler sobre Jesus ou outro qualquer líder religioso? Como será que eles seriam julgados? Teriam chance de se defenderem sem mesmo terem aprendido a falar? Ou segundo alguns "iluminados(?)": "Sem terem sequer ouvido "a palavra"?
Não podemos encarar a Reencarnação como fator de obrigatoriedade de um espírito vir para pagar suas dívidas ou seu Carma, como querem alguns. Isto acontece porque durante a passagem pela "vida" o espírito comete um sem número de sandices em virtude de má orientação, ou má índole. E a tal ponto que determinados espíritos chegam a viver toda uma vida em função das injunções cármicas que provocaram em existências anteriores, deixando muitas vezes de aproveitarem esse período para a própria elevação, a própria evolução - apenas sofrendo e quase sempre se revoltando com isso.
Mas o que é evolução? Quando um espírito evolui?
Na maioria das vezes, a evolução é confundida com progressão material, ou seja, se o ente consegue alcançar posições de destaque, títulos etc, durante sua vida, pensa-se que ele tenha evoluído.
Do ponto de vista material até pode ser, mas do ponto de vista espiritual, nem sempre, até porque como já dissemos, os títulos e posições que tiveram na vida, pouco importam.
Um espírito evolui realmente quando passa a ser capaz de amar a todas as criaturas de Deus. Se você compreender realmente o que é amar sem se perder pelos meandros do amor carnal a que todos estamos acostumados, já terá aí uma grande chave para sua evolução.
O difícil dessa lição é pô-la em prática! Falar que ama é até fácil, embora nem todos sejam capazes.
Mais difícil ainda é compreender que para "amar ao próximo como a ti mesmo", é preciso antes que se entenda o que é amar a si mesmo.
Somente através de diversas vindas ao Plano Terra, um espírito começa a entender a profundidade que há nesse único mandamento deixado pelo mesmo Jesus quando disse : "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis".
"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". (João 13 : 34 - 35)
E aí ? Será que um Pai que manda seu filho vir à Terra ensinar amor seria capaz de criar seres fisicamente incapacitados para terem a oportunidade de "existirem" ou "viverem" apenas uma vez? Será que morreu, acabou?
Há algum tempo atrás, (abril de 1996) em um debate pela Rede Manchete de Televisão cujo tema era a situação de duas meninas que nasceram com os corpos unidos, um dos debatedores, defendia a crença de que elas haviam nascido nesta situação devido a prováveis injunções cármicas adquiridas em encarnações passadas, o que foi compreendido por uma das debatedoras como se tivesse sido castigo de Deus, ao que ela retorquiu dizendo que: "aquele não seria por certo o seu Deus".
O que não foi explicado é que resgate cármico não é castigo de Deus, mas ainda que fosse, a incauta debatedora esqueceu-se de que o Deus Bíblico, como é descrito no Antigo Testamento, por análise lógica era um deus vingativo que punia seus filhos com doenças e até mesmo extermínio de populações inteiras que "não rezavam segundo sua cartilha", e que se ela era católica, evangélica ou seguia qualquer outra seita baseada nos preceitos bíblicos, estava automaticamente ligada a esse Deus. E ainda mais: Se esse Deus estava certo em seus atos, seria capaz de impor qualquer outro tipo de pagamento para as supostas dívidas dos humanos, até mesmo aquele a que ela se referia.
Voltaremos a falar sobre carma em outra parte deste blog, mas veja bem : Não espere ler aqui que Deus, ou o Pai, como Jesus o chamava, determina que alguém pague por suas dívidas com o famoso "olho por olho, dente por dente".
Na verdade, o carma existe porque nós humanos o criamos e aceitamos em nosso subconsciente (só essa afirmação já seria matéria para um outro livro).

Apenas para atiçar seu raciocínio, pense em qual seria o carma a ser cumprido por um espírito que estivesse em sua primeira encarnação (sim, porque tem que haver uma primeira). Se você chegar à conclusão de que, por ser a primeira encarnação não deverá haver carma para este espírito, então concluirá que também não haverá sofrimento para ele, enquanto aqui na Terra, certo ?
Partindo daí eu lhe perguntaria : Qual o ser que ocupando lugar na matéria, sendo ele o mais puro dos mais puros dos seres, não sofreu, sofre e sofrerá todas as vicissitudes dos demais meros "pecadores"? Será que esse ser seria poupado, ou entraria no mesmo turbilhão que todos nós e se arriscaria a, aí sim, começar a colecionar atitudes que lhe gerassem o futuro carma, ou como alguns pensam, castigo de Deus ?

Texto extraído do livro "Umbanda sem Medo Vol I", do autor desse Blog

segunda-feira, 14 de maio de 2007

A BUSCA PELA SABEDORIA


Dois "filhos", candidatos a uma iniciação maior, procuraram um velho sábio inquirindo-o sobre como alcançarem os conhecimentos que verdadeiramente os elevaria acima do saber comum e seriam para eles a chave para os caminhos da elevação espiritual.
O velho sábio fitou-os com carinho e, após muito pensar expôs-lhes o seguinte:
-"Bem sei que o que ora me pedem parece ser um grande segredo escondido no recôndito de algum lugar inexpugnável. Talvez o seja e, provavelmente, somente a ele terão acesso aqueles que tiverem o preparo adequado. Vou lhes mostrar dois caminhos a escolher dentre os tantos desse bosque. Um deles é áspero, rico em tortuosidades, aclives, declives, dificuldades e nele provavelmente encontrarão algum perigo que sempre poderá ser sublimado pelo que até agora trazem de experiências.
O segundo é mais suave. Não tem tantos aclives, declives, dificuldades e é praticamente uma linha reta entre nós e seus objetivos.
Ambos os caminhos poderão levá-los a um ponto. O ponto final: a sabedoria.
Pelo livre arbítrio que lhes cabe e visando o objetivo maior, vocês devem escolher por qual caminho deverão caminhar".
O primeiro, sem pestanejar, sempre atento às explicações, nem deixou o velho terminar e disse:
-"Se tenho de alcançar o objetivo proposto, que seja rápido, pois quanto mais depressa tiver esses conhecimentos em minhas mãos, mais depressa poderei com eles ajudar ao meu próximo, livrando-os das possíveis dificuldades e consequentemente alcançando minha elevação espiritual. Desse modo, vou escolher esse caminho mais curto".
O segundo, ainda meio confuso com a rapidez de pensamento de seu companheiro, parou, pensou e, depois de algum tempo disse ao velho:
-"Vou escolher o caminho mais difícil".
-"Mas por que?" Inquiriu-o o primeiro.
-"Não sei, mas tenho a impressão de que há algo nele que ainda não percebemos".
-"Mas, e nosso objetivo?" Tornou o primeiro.
-"Talvez um dia eu chegue lá. No momento sinto necessidade de vencer esse desafio de minha curiosidade".
Embora não conseguindo entender, por já se fazer tarde, após as novas explicações do velho sobre como chegarem ao início de ambos os caminhos, empreenderam suas caminhadas.
Enquanto o primeiro, tendo iniciado o caminho mais suave, podia quase que correr, e até o fazia quando se sentia disposto, o segundo, por saber que o caminho escolhido seria árduo, tinha cada movimento medido. A tudo observava e nem pisava firme sem antes se certificar de que o chão não lhe trairia.
Ambos encontraram grupos de pessoas que habitavam naqueles bosques.
O primeiro parava, se orientava e retomava o caminho. O segundo parava, se orientava e, quase sempre pernoitava e buscava com os moradores, aprender os segredos que envolviam a sobrevivência nos locais.
Nesse ritmo iam se passando os dias e a caminhada de ambos progredia, até que, no quinto dia, exausto, cheio de fome e sede, sem ter se apercebido de que não comera, bebera ou dormira adequadamente por todo o tempo, na ânsia de dar por terminada sua missão, o primeiro viajante viu-se desgastado, febril, todo arranhado pela vegetação nativa, pés ensangüentados, de forma que, àquele ponto tinha de dar por encerrada sua aventura – não podia dar mais um passo sequer.
Deixou-se cair na estrada e, por mais que tentasse, seu corpo já não lhe obedecia o comando.
Ficou dessa forma, não se sabe por quanto tempo, tendo mesmo perdido a consciência por várias vezes.
Em um dos poucos momentos de consciência que ainda sobrevinham, repentinamente viu ao seu lado o companheiro que empreendera viagem por outra estrada. Sem forças, entregou-se novamente à inconsciência.
Muito mais tarde, tendo sido tratado, alimentado e aquecido por seu companheiro e já meio refeitas suas forças, quis saber como poderiam estar juntos se haviam escolhido caminhos diferentes e, principalmente, como podia ser que ele, tendo empreendido o caminho mais suave, estivesse naquele estado enquanto o outro, tão calmo, tranqüilo, jovial, se estivera por caminhos tão mais tortuosos.
Nesse momento, ouviu-se um barulho entre os arbustos e dali viram sair o velho sábio que lhes indicara os caminhos.
Aproximando-se da dupla exclamou:
-"Muito bem, vejo que ambos chegaram ao ponto final!"
-"Como ponto final?"- retrucou o primeiro .
- "Será que é aqui que vamos encontrar a sabedoria?"
-"Na verdade – respondeu o velho – devo dizer que cada um a seu modo e nível alcançou os conhecimentos básicos para chegarem à sabedoria."
-"Olha velho – disse o primeiro – você já nos enganou uma vez quando disse ser o caminho que escolhi o mais suave, e agora vem com essa conversa de que a sabedoria está aqui, no meio desse mato?"
-"Na verdade, meu caro, devo lhe dizer que houve sim um grande engano, mas foi de sua parte quando pensou que a sabedoria poderia ser como um amuleto, um troféu ou um grande livro onde se pudesse saber sobre tudo o que existe.
A sabedoria está realmente no todo. Em cada passo que se dá, na própria vida, em cada atitude que se toma, em cada caminho por que se passa, em cada experiência que se faz.
Ao tentar encurtar seu caminho, o que você realmente conseguiu foi deixar de vivenciar as experiências que a estrada lhe oferecia e, na pressa, foi deixando para trás os diversos ensinamentos de que ainda tinha necessidade e, a tal ponto, que até mesmo as necessidades mais básicas como: comer, beber e dormir, foram deixadas de lado sem que se lembrasse de que provavelmente de nada valeria todo o conhecimento do mundo, se não houvesse um corpo são para propagá-lo
Quanto aos caminhos, eles só eram diferentes no início. Após algum tempo ambos se uniam, tornando-se o mesmo, até aqui onde vocês vieram a se encontrar.
Na verdade, pelo seu modo de ser, de agir, de pensar, foi você quem fez de seu caminho um inferno.
Quanto à verdadeira sabedoria, cada um teve a oportunidade de adquiri-la durante a caminhada, em cada momento dela e, a seu modo, cada um absorveu aquilo que era capaz."

Que tal pararmos, de vez em quando, refazermos nossos corpos e mentes cansados, pedirmos orientação de quem tem mais vivência nos caminhos que escolhemos e, através dessas experiências, unidas às nossas próprias, podermos trilhar mais suavemente os caminhos de nossas vidas ... que tal?


Besteiras? Não! SABEDORIA !!!


Texto extraído do livro "Umbanda sem Medo Vol II", do autor desse Blog

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Ação das Obsessões e o Combate que Exigem

Meu fraterno SARAVÁ a todos os visitantes.
O texto desse momento não é meu ( infelizmente desconheço o autor ou a autora porque gostaria de parabenizá-lo(a) mas, pela preciosidade de certos aspectos, resolvi colocá-lo para apreciações.
Leiam com atenção, principalmente os destaques, porque há aí, muitas verdades que temos que levar em conta, verificando-as, talvez, em nosso dia a dia ou mesmo no dia a dia de outras pessoas.
Ainda voltaremos, talvez muitas vezes, a esse tópico no decorrer de novas postagens, pela importância que tem para a vida mediúnica DE QUALQUER UM, independentemente da raíz Espiritualista com que mais se afine.

ATRAVÉS DA COLABORAÇÃO DO NOSSO AMIGO ALEX DE OXOSSI, DESCOBRI QUE O TEXTO ABAIXO PERTENCE AO SENHOR BENJAMIM TEIXEIRA, DITADO PELO ESPÍRITO QUE SE APRESENTA COMO EUGÊNIA EM 24 DE JANEIRO DE 2006 E, UM LINK PARA ELE É ESTE: http://www.caboclopery.com.br/acao_das_obsessoes.htm

C.Zeus em 21/09/2008

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Ação das Obsessões e o Combate que Exigem

As obsessões fazem você:

- Ver dragões onde há minhocas;
- Impacientar-se a troco de nada;
- Interpretar com malícia as intenções alheias;
- Ficar a todo tempo tenso, como se houvesse perigos em toda parte, e qualquer um fosse atacá-lo a qualquer momento (impulso paranóico);
- Desejar fora de hora ou medida ou de alvo;
- Ter surtos de raiva, inveja, posse ou poder em relação a pessoas, acontecimentos e posições sociais ou propriedades materiais;
- Sentir pena de si, colocar-se como vítima ou ao contrário: com culpa por tudo e condenado inapelavelmente;
- Ter medo, além do razoavelmente esperado, e sentir-se continuamente ameaçado, pela velhice ou pela doença, pela crítica ou pela pobreza, pela injustiça ou pela ingratidão dos outros;
- Sentir-se caso perdido, sem esperanças ou meio de resgate e salvação, sem acreditar em si mesmo, em Deus ou em ninguém, impelindo-o a render-se, por fim, à total desesperação.

Claro que há momentos em que o perigo e a traição são reais, em que o ataque de fato acontece e em que o impulso de agir imediatamente está certo e oportuno. Falo, porém, do estado de estresse, angústia, medo e desconfiança sistemáticos, que confundem a psique, infelicitam-na, atrapalham as percepções e avaliações que se façam de eventos e pessoas e que por fim levam a alma a um estado de negatividade e de mesquinharia que acaba por se instalar no comportamento do indivíduo, com variantes concorde a personalidade do envolvido pelos tentáculos do mal.Outrossim, importante observar que aludi a "obsessões" e não a "obsessores", visto que, amiúde, todo processo perturbador tem nascente e escoadouro no próprio psiquismo do indivíduo; e pelo fato de que, além do mais, ainda que haja agentes externos (encarnados e desencarnados: e muitos há, mais do que se gostaria de admitir) a insuflar padrões patológicos de pensamento e sentimento, são as estruturas conceituais e emocionais do próprio "obsediado" que entram em ressonância com a vibração do inimigo exterior, para, então, colher-lhe as sugestões telepáticas, induzidas ou verbalizadas.
Para imunizar-se deste assalto constante das forças constituídas do mal, lembre-se de que o mundo em que está encarnado é bastante rico de expressões contrárias ao impulso do bem, como de patógenos com relação à vida orgânica complexa, multicelular, e que somente com um sistema psico-espiritual de defesa eficiente é possível proteger-se das constantes tentativas de invasão e controle por parte dos "inimigos espirituais", da mesma forma que um sistema imunológico é imprescindível ao corpo físico, para sua defesa.
Importante ainda distinguir invasão de controle. Sempre há elementos destrutivos pervagando a mente saudável e sob auto-domínio, apesar de tais agentes não determinarem seu comportamento, nem lhe dominarem seus fluxos de raciocínio e emoção. É o mesmo que acontece com a enormidade de microorganismos potencialmente fatais, que pululam na corrente sangüínea, no aparelho digestivo e na pele de seres humanos e animais, nem sempre causando enfermidades, pelo contínuo combate levado a efeito pelo sistema imunológico. E o que seria o sistema de defesa psico-espiritual, espécie de sistema imunológico psicológico-moral? Um conjunto de reações condicionadas altamente lúcidas e espirituais, com aspectos intelectivos e emocionais, em perfeita comunhão com a fé, que canaliza para o indivíduo o socorro de inteligências mais avançadas e bondosas, representantes de Deus, no intuito de vencer no embate com os agentes da desagregação e da decadência.
Oração, auto-disciplina, estudo constante, auto-crítica, um consolidado sentido de responsabilidade por tudo que acontece consigo ou em torno de si, generosidade, devoção, paz - tudo isto em regíme de esforço permanente, esforço paradoxalmente sereno (para que não haja pane, colapso, em uma psique sobrecarregada), como uma fortaleza que se erigisse dia a dia, portas a dentro de si mesmo, assim como o sistema imunológico que se fortalece, em contato com agentes nocivos, como se dá com criancinhas que andam de pés descalços ou profissionais da saúde que trabalham horas por dia em ambientes infectados sem contrair enfermidades graves, freqüentemente, como seria de se esperar.
Assim, em vez de mal-dizer as obsessões, entenda que constituem seu maior auxiliar evolutivo; e que, através da relação ativa que desenvolva com elas, no sentido de ininterruptamente processá-las, empenhando-se, quanto possível, em não se render às suas sugestões, estará não só fortalecendo, amadurecendo e enobrecendo seu caráter e sua personalidade, como ainda gerando meios e poder de auxiliar seus entes queridos e todos que puderem usufruir de sua influência pessoal. Percebe-se, assim, mergulhados como estão os encarnados em verdadeiro oceano de energias e freqüências mentais díspares, por motivo algum, se pode relaxar no seu esforço de vigilância. Não por acaso sugeriu o Mestre Amado que vigiássemos e orássemos para não cairmos em tentação, porque, de fato, a todo instante, está-se, quando encarnado, sob saraivada contínua de forças deletérias e em desajuste, um bombardeio constante de vibrações desencontradas, que exigem permanente determinação e combate da alma devota e da mente lúcida, no sentido de manter o equilíbrio, a paz e a operacionalidade em seus vínculos, compromissos e responsabilidades assumidos, até mesmo em atividades de lazer, repouso e interação descontraída entre companheiros. Cuidado, em particular, com toda forma de vaidade excessiva, orgulho ferido, medos contínuos ou prevenção sistemática com relação a certas pessoas (pode, mais do que imagina, estar sendo hipnotizado para mal-querer alguém, ou projetando questões íntimas suas, inconscientemente), pessimismo ou depressão, desejos, iras, invejas, ciúmes ou ambições desmedidas, complexo de culpa, vítima ou inferioridade, bem como puritanismo ou fanatismo (com ímpetos de "caça às bruxas" ou à perseguição de "bodes expiatórios") porque, sem dúvida, por suas portas - mais do que se costuma supor no plano físico, em discursos bem elaborados pela racionalização do ego-razão, que sempre encontra motivos para justificar o injustificável e construir uma realidade paralela de significados para pretextar o que deseja viver - as obsessões adentram e, amiúde, infiltram-se nas mais profundas entranhas da alma, enovelando-a em sufocantes cipoais de mesquinharia, ódio, desejo de vingança, maldade e desconfiança, que, não raro, consomem séculos e encarnações sucessivas, para que seja propiciada libertação de seus cativos semi-voluntários, semi-zumbis, condenados pela loucura parcial de infelicidade a que se confiam...

terça-feira, 8 de maio de 2007

O que é Umbanda (continuação)

Retornando ao problema do espírito evoluído.
Uma entidade espiritual em evolução, como essas que se vê através de médiuns, para trabalhos de caridade, quando se apresentam na Umbanda verdadeira, passam antes pelo crivo de espíritos superiores, dos quais recebem instruções, um nome fictício pelo qual será reconhecido posteriormente, um brasão (ponto riscado) pelo qual poderá ser identificada (e é por isso que o ponto riscado completo só é dado ao próprio médium, e só quando este está totalmente preparado: isso evita que outros médiuns se dizendo incorporados, o imitem ou mesmo outras entidades com sabe-se lá que pretensões, tentem se passar por quem não são) e um conjunto de sons (ponto cantado) que o ligará mais firmemente ao "aparelho" com quem vai trabalhar. Isso independente de ter sido esse espírito um doutor, professor, recepcionista, lixeiro etc. Se como caboclo tal ou pai qual ele desenvolverá curas ou fará pinturas é um outro problema. O certo é que sua identificação será pelo nome no Culto, pelo Brasão e pelo Ponto Cantado. E mais certo ainda é que, faça o prodígio que fizer, o "milagre" que puder, seu trabalho não estará completo
se através dele, não puder ensinar a tantos quantos o seguirem, que tudo na vida é transitório. Que de nada adianta o ser humano estar preocupado em conseguir as riquezas da matéria se ele não souber usá-las sabiamente.Que a mensagem maior deixada por Jesus e outros mestres que por aqui já passaram : a mensagem do Amor ao Próximo (que discutiremos em outro capítulo) e da auto-construção de um ser realmente equilibrado e consequentemente SÃO, material e espiritualmente, através da prática de uma autodisciplina (orai e vigiai) ainda é válida e é a que deveria ser a mola-mestra de todas as ações de qualquer ser encarnado.
Pense bem ! Se antes que se declarassem as guerras, se antes que se cometessem as injustiças, se antes que se corrompessem, os homens lembrassem das verdadeiras mensagens deixadas por iluminados e pacificadores, quantos males não teriam sido evitados ? Quantas vidas deixariam de ter sido ceifadas, quantas injustiças deixariam de ter sido cometidas ?
Enfim, se por trás dos "fenômenos" não houver uma mensagem que norteie o encarnado, pelo menos tentando fazê-lo ver que deve trabalhar sobre si mesmo, sobre seus pontos fracos, sobre suas idéias pré-concebidas, sobre suas emoções desenfreadas e sentimentos, todos esses fenômenos passam a ter valor de um mero espetáculo que visa muito mais a alimentar a vaidade dos médiuns envolvidos, mantendo sobre si (entidade ou médium) as atenções de um número crescente de espectadores e admiradores. Isto é MEDIUNISMO, não é ESPIRITISMO e muito menos UMBANDA ! Quando falarmos de OBSESSORES e OBSEDADOS retornaremos a esses aspectos.
Umbanda é caridade, sim ! Umbanda é amor ! Umbanda é uma Seita ou Religião (como quiserem) que visa a auxiliar aqueles que necessitam de socorro espiritual, e como tal deve ser respeitada por entidades e médiuns que se dizem Umbandistas.
Não é só porque veste branco e sai "dando consultas" incorporado ou não com um Pai X, Caboclo Y, Criança Z, que um médium pode se dizer UMBANDISTA, assim como não basta que uma entidade chegue e se diga Pai Tal, Caboclo Qual, para que se possa considerá-la de imediato, uma VERDADEIRA ENTIDADE DE UMBANDA. Não é pelos ‘FENÔMENOS" QUE POSSA PROVOCAR que se mede o grau de EVOLUÇÃO de uma entidade, até porque, por estarem ainda em Corpos Densos e mais próximos da matéria, esses "fenômenos" são muito mais fáceis de serem produzidos por entidades de BAIXO GRAU EVOLUTIVO, pois todos sabemos que
quanto mais evoluído um determinado espírito, menos densa é a matéria de que se utiliza e, nesse caso, para que possam provocar um fenômeno físico (em nossa matéria muito mais densa), necessário é que passe por um processo de condensação de energia, normalmente bastante cansativo para ele, o médium e possivelmente tantos quantos estão assistindo.Você estranhou esta última informação ? Isso não era de seu conhecimento ?
Pois fique sabendo que em qualquer reunião onde se processa o fenômeno mediúnico (principalmente se houver fenômenos físicos), e mesmo onde não haja fenômenos do tipo "incorporação" como em rituais religiosos de qualquer crença, reuniões de orações etc, sempre há e haverá o desprendimento e mescla das energias de todos os presentes formando o que chamamos EGRÉGORA, de onde é retirada a energia pelas entidades (espíritos, "espíritos santos", santos ou seja lá o nome que se lhes queiram dar) e usada da forma conveniente (para o bem ou para o mal). É através da força dessa EGRÉGORA que os fenômenos se processam, e, sendo ela uma energia bastante próxima à nossa, é muito mais facilmente utilizada por entidades que como ela, estão "vivendo" em planos ainda bastante próximos ao nosso. Você está estranhando ? Não havia pensado nisso ou a instrução espiritual que teve não abordou a temática da ENERGIA ?
Só para finalizar com uma ilustração bem marcante, cito aqui os "FENÔMENOS POLTERGEIST" que são os fenômenos que ocorrem no seio de determinadas famílias que são apedrejadas, têm seus pertences queimados, filhos agredidos por não se sabe o que, objetos que se deslocam no ar etc.
Em todos os fenômenos reais registrados e estudados (leiam literatura apropriada), havia a presença de "entidades galhofeiras" ou "vingativas" que se aproveitavam da energia de alguém que, normalmente, mas não obrigatoriamente, estivesse em fase de adolescência: período em que há uma intensa movimentação energética interna , por conta das transformações por que passa o organismo, para poderem provocar os fenômenos físicos, ou seja : era através da utilização dessa energia que lhes era cedida, que essas entidades podiam atuar no mundo físico em que vivemos.
Através da utilização dessa energia e outras mais, só que canalizadas de forma diferente, são realizadas as curas espirituais, as curas das Igrejas Evangélicas e tantas outras. O importante é que fique bem entendido que sempre há um ou mais doadores de energia (ainda que inconscientes disso) para que os fenômenos ocorram.


Voltaremos a esse assunto quando falarmos de EGRÉGORAS.

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Texto extraído do livro "Umbanda sem Medo Vol I", do autor desse Blog
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Chefes de Terreiros honestos, de QUALQUER ESTADO DO BRASIL, que acreditem na Umbanda que praticam e que gostariam de ajudar às pessoas que procuram bons Terreiros e Centros para desenvolverem suas mediunidades e/ou trabalharem, também honestamente, sob as Leis de Umbanda, acessem este link (DIVULGAÇÃO DE TERREIROS ) e anunciem lá, GRATUITAMENTE, suas Casas.

E se não for incômodo, acessem também este link PESQUISA SOBRE OS LIVROS os que já conhecem os livros da série UMBANDA SEM MEDO e depois votem na pesquisa sobre se os livros devem ou não devem ser publicados via alguma editora.

Agradeço por antecedência.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

O QUE É UMBANDA ?

Embora muitos afirmem ser a Umbanda apenas uma seita derivada dos Cultos Afro-Brasileiros que deram origem aos Candomblés, na verdade, a verdadeira Umbanda, muito pouco tem a ver com eles. Nosso irmão, W.W. da Matta e Silva, por exemplo, fez extensa pesquisa visando trazer a público a origem da palavra em seu livro Umbanda de Todos Nós. Esse não é o propósito de nosso trabalho atual. Importante é frisarmos que UMBANDA foi o nome dado ao culto criado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, cujo médium era o Sr. Zélio de Moraes, em 16 de novembro de 1908, no bairro de Neves em Niterói. Destaque para o fato de que um caboclo, por ser considerado EGUN (alma de um ser que já viveu na terra ) não era entidade cultuada em nenhum candomblé. Posteriormente a coisa ficou meio confusa e criaram até os chamados Candomblés de Caboclos. Antes desta data, não há registro algum da palavra UMBANDA em qualquer seita Afro, como também ficou claro nas pesquisas feitas pelo retrocitado autor, na mesma obra e em outras. Se quisessem saber mesmo a origem da palavra, deveriam ter perguntado ao Caboclo, ao invés de ficarem especulando por aí.
O que é importante sabermos ?
Importante é sabermos que :
a) Umbanda não é culto Afro - é BRASILEIRO!.
b) A Umbanda sofreu várias modificações, tanto em seus objetivos como em sua práticas e rituais quando se mesclou e absorveu dos cultos Afro, do Catolicismo e até de filosofias orientais, certos parâmetros e conceitos básicos, a ponto de hoje entrarmos em certos terreiros ditos como de Umbanda e vermos lá os já conhecidos sacrifícios de animais e coisas equivalentes.
c) Umbanda foi o nome com que o Caboclo das Sete Encruzilhadas batizou o movimento espirítico criado por ele com regras básicas de trabalho, cujo objetivo principal seria o da "manifestação de espíritos (EGUNS NO DIZER DOS CULTOS AFRO) para a caridade".
Originariamente foram traçados planos para que três tipos de entidades pudessem se manifestar através de seus "médiuns" nas reuniões Umbandistas. Foram elas :
1) Crianças - Espíritos que teriam vivido e desencarnado nesta condição (EGUNS portanto) e que através de brincadeiras pudessem realizar trabalhos que trouxessem alegria, que despertassem o lado criança de todo ser humano - o lado puro (lembra-se do "Deixai vir a mim as crianças...?").
2) Caboclos - Espíritos que teriam vivido ou não na condição de índios (portanto EGUNS) nos primórdios da civilização(?) imposta pelos portugueses. Essa caracterização coincide com a segunda fase do crescimento do ser humano encarnado, quando ele deixa a infância, atinge a adolescência e se torna um adulto. Nessa fase, o vigor, o destemor e até mesmo uma certa destemperança são comuns.
3) Pretos Velhos - Espíritos (EGUNS) que teriam vivido ou não na condição de escravos negros, também nos primórdios da tal "civilização" imposta. A caracterização revela a terceira fase da vida do ser humano na terra - a idade madura, que neste caso revelaria também um dos principais atributos
que o homem deveria estar lutando por alcançar : a sabedoria.
A sabedoria daqueles que muito viveram e por isto, muito têm a ensinar.
Observemos que no caso dos espíritos que se apresentam como crianças, não há alusão à raça ou cor (na verdade em se tratando de espíritos esta distinção realmente não existe), mas no caso de caboclos (índios) e pretos velhos (negros), as caracterizações envolvem distin-ção de raça. Por que isso ?
Na verdade, a Umbanda verdadeira nasceu entre os humildes, e os planos de seus organizadores, visava a homenagear essas duas raças ou grupos étnicos que foram e são até hoje tão discriminadas sofrendo tantas perseguições. Uma forma também de mostrar ao "civilizados brancos" que, fossem índios, pretos, amarelos, verdes ou de qualquer outro tipo, todos, indiscriminadamente, eram e são seres da criação, e portanto, após o desencarne, as classes sociais, as cores de pele e o possível poderio econômico deixam de existir, e as lições que o espírito tem de aprender estão muito mais relacionadas ao amor, ao desprendimento e à sabedoria.
O que um bom vidente poderá enxergar (se lhe for permitido), é que não raramente, sentado ali no toco, com ares de um humilde velhinho, não está apenas um ex-escravo, mas certamente um grande sábio (preto, branco, marrom etc.) exercitando uma característica que somente os iluminados alcançaram em sua plenitude : a humildade.
Mas aí você pensa: "Por que então toda essa palhaçada ?"
Preste atenção !
Quando o Comando Superior (nome que daremos temporariamente ao Conselho Espiritual que estabeleceu as normas da Umbanda) decidiu por essas caracterizações, visava :
a) Representar as três fases por que passa o ser encarnado durante sua estada na matéria.
b) Demonstrar que crianças não fazem distinção de cor, raça ou qualquer outra, superestimando umas e subestimando outras. São espíritos desprovidos de discriminações, por serem os mais puros, (ingênuos) ou mesmo porque esqueceram-se deste preconceito daninho por ocasião da reencarnação (Graças a Deus).
c) Mostrar àqueles (dentre os quais eu mesmo) que hoje se "vestem" com uma matéria de cor clara, que mesmo perseguidos, expulsos de sua terras e escravizados, índios e negros também são seres da criação e como tal devem ser respeitados porque todos, mesmo os menos civilizados (no entender dos brancos), têm muito para aprender e ensinar.
d) Mostrar que por ser a UMBANDA um movimento espiritual brasileiro, envolveu em suas caracterizações grupos étnicos que passaram por grandes sofrimentos aqui nessas terras.
e) Mostrar que o homem evolui verdadeiramente quando vivencia em todo o seu potencial, cada uma das três etapas de sua vida e chega à idade madura dono de seus pensamentos e atos, conseguindo alcançar a verdadeira sabedoria, o que envolve muito aprendizado e prática do autocontrole, pois na medida em que vai aprendendo o significado de sua existência, consegue olhar o mundo como expectador. E aí..!
f) Permitir a manifestação de entidades familiares e/ou até mesmo grandes personalidades (no caso de serem suficientemente humildes para se apresentarem na "roupagem fluídica" de um Caboclo ou Preto Velho) quando encarnados, sem que isso traga para os médiuns e possíveis assistentes alguma perturbação emotiva.
Na verdade, essas formas de se apresentarem algumas entidades na Linha de Umbanda, visam muito mais a proteger os encarnados das perturbações emotivas que seriam provocadas nas situações em que por exemplo o médium ou assistente descobre que uma entidade que está se apresentando em um determinado Terreiro é um parente próximo seu, ou mesmo a vaidade que brota na maioria dos médiuns quando a entidade incorporante se apresenta como alguém que teve na terra uma posição de destaque ou fama (um grande pintor ou músico, reis ou princesas, por exemplo).
Por parte da entidade que se manifesta, a obrigatoriedade da caracterização faz com que o espírito seja forçado a não revelar uma situação que viveu como encarnado, tenha ela sido boa ou ruim. Não importa o que ou quem foi. O que importa é a mensagem que traz, o trabalho que vem realizar em benefício de outrem e de sua própria evolução.
Em minhas peregrinações pelos mais diversos terreiros de Umbanda e até "Umbandomblé", tive a oportunidade de presenciar curas "milagrosas" efetuadas por caboclos, pretos velhos e exús (há inclusive alguns bons livros que descrevem vários tipos de trabalhos realizados nesse sentido) sem que nenhum deles tivesse se identificado como Dr. "esse" ou "aquele". Seguindo a linha da HUMILDADE exigida pela Umbanda, todos se apresentaram de acordo com as características que adotaram desde o início de seus trabalhos. Até porque, se esses espíritos se apresentassem como Dr. ‘esse" ou "aquele", estariam se referindo a condições que tinham quando encarnados (na melhor das hipóteses), o que fatalmente demonstraria o quanto ainda estão apegados ao mundo material e às distinções sociais que ele impõe.
Raciocine comigo : De que valem os títulos obtidos na terra após o desenlace ? Aliás, quais serão os reais valores de certos títulos auferidos a tantas e tantas pessoas que já passaram e que ainda estão por aqui ? Será que um Doutor será mais bem visto aos olhos de Deus do que aquele que não conseguiu sequer aprender a ler ? Haveria justiça Divina caso isso fosse verdade ? Ou será que essa distinção só é válida aqui no Plano Terra onde os valores estão proporcionalmente ligados à situação financeira e/ou social de cada um ?
Raciocinou ?
Vamos reforçar seu raciocínio !
Se títulos e posição social fossem valores espirituais levados em conta pelo Criador, o próprio Jesus, considerado até mesmo Deus por muitos, deveria ter nascido em berço de ouro ou ter almejado durante sua breve estada na matéria, pelo menos algum cargo político de realce, não acha? E foi isso que se deu? Foi isso o que ele pregou?
Neste ponto eu torno a lembrar que, se você ainda está arraigado a conceitos e preconceitos, medos etc, não é bom que leia este BLOG, pois vamos abordar assuntos realmente polêmicos à luz da lógica e não de ERÓS ou DOGMAS. Nossa idéia é realmente tentar explicar esses "segredos" velados à luz pela ignorância e medo. Se você não se sentiu à vontade quando leu nossa primeira abordagem ao mito Jesus Cristo, então não leia o que vem pela frente. Você não está preparado(a).


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Texto extraído do livro "Umbanda sem Medo Vol I" do autor desse Blog

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Agradeço por antecedência.

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