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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Umbanda e a Torre de Babel - Parte VI

Retornado então e logo de início pedindo até desculpas aos que nos acompanham  pela demora na continuação deste tema, vamos à esta primeira parte do que seriam a compreensão de ORIXÀS como POTÊNCIAS ou ENERGIAS DIVINAS ou CÓSMICAS. Mas adianto-lhes que a nossa demora está diretamente ligada ao fato desse tema ser normalmente conhecido apenas superficialmente e como estamos tentando aprofundá-lo bem mais, ao mesmo tempo que tornando os textos o mais fáceis de entender possível, estamos também tendo dificuldades neste sentido, de forma que eles são escritos, lidos, relidos, modificados, relidos, modificados de novo e ...
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INICIANDO

E agora vamos à última corrente de pensamento abordada anteriormente, a que julga os Orixás como Potências Divinas, Energias Divinas, Energias Cósmicas, Energias de Raiz ou Vibrações Originais que são vários termos para praticamente o mesmo conceito.

Segundo essas Escolas que se inclinam para o lado Esotérico, Orixá seria uma pura ENERGIA (assim como tudo e todos somos) IMPESSOAL emanada da Energia-Mãe que atua e "polariza" diversos Planos de Existências ditas Espirituais, inclusive o nosso Plano Material.

Esses Planos de Existências seriam mais ou menos densos, assim como "seus habitantes" (a partir de um certo momento em que a impessoalidade deixa de existir e as energias tomam formas mais definidas) de acordo com suas maiores ou menores proximidades da Fonte Energética Original – DEUS.

Mas observe a figura abaixo.



 
Isso aí, que parece um disco voador composto de pequenos grãos coloridos é só o que se conhece por Via Láctea – uma parte ínfima do universo e apenas uma de muitas outras galáxias.
 
Viu só aquela setinha apontando para uma coisa que significaria o nosso Sistema Solar dentro desta imensa estrutura? Ele está tão pequenino que nem se vê se não for apontado, não é mesmo? E olha que a gente, daqui da Terra, sabe que esse tal de Sistema Solar é composto pelo nosso sol (que enorme ele é pra gente, não é mesmo?) e eu já nem sei mais quantos planetas (antes eram 9), incluindo-se entre eles a Terra – um pequeníssimo grão de areia perdido nesta imensidão.

Julgam os cientistas que o Sistema Solar encontra-se a cerca de 40.000 anos luz de distância do centro da Via Láctea e que esta teria um tamanho de mais ou menos 100.000 anos luz, o que nos leva a crer que nosso "imenso Sistema Solar" encontra-se mais ou menos por ali, onde a seta aponta e, portanto, bem mais perto da borda da galáxia.

Além da Via Láctea existem inumeráveis outras galáxias, todas com planetas, sóis, luas ... e todos, por um comando energético (inconsciente?) que ninguém sabe de onde vem ou nasce, interagindo: ora atraindo, ora repelindo, aglomerando matéria, aquecendo, esfriando, irradiando energias ainda desconhecidas, absorvendo-as ...

E a ENERGIA DEUS, pra que você se situe dentro dessa concepção, seria a Mãe de todas essa energias, a FONTE GERADORA de todas as galáxias criadas por aglomeração de energias condensadas que formaram matérias em diversos níveis.

Percebeu a pequenez de nosso Sistema Solar, de nosso sol, de nossa Terra e mais ainda de nós mesmos dentro do que intuímos como UNIVERSO?

Em vista disto, segundo essa Corrente de Pensamento, não podemos pensar, sequer, que o DEUS UNIVERSAL, a fonte geradora de tudo o que existe, inclusive nossas vidas, tem a Terra como "menina dos olhos" e só olha por nós, os terráqueos, e mais egoisticamente por você ou eu? Não é mesmo?

Mas vamos a mais uma representação gráfica:


O que você está vendo acima é a representação de nosso Sistema Solar separado da Via Láctea, com o sol à esquerda e uma idéia do posicionamento e tamanho de cada planeta em relação a este. A nossa Terra é aquela terceira "bolinha" à direita, ou seja, uma coisa mínima em relação ao sol, mais ínfima ainda em relação à Via Láctea e menos que um grão de areia no deserto em relação ao Cosmo ou Universo e, conseqüentemente, quase "um nada" em relação ao que se considera DEUS, ainda sob esta abordagem.

Se conseguirmos compreender que DEUS é, na verdade, a ENERGIA DEUS, criadora e mantenedora de todas as estruturas do Universo, ao invés de ser aquele senhor de barbas longas, com aquela roupinha "à la antigamente", começaremos também, a perceber que essa Energia, aí sim, ONIPRESENTE, está e faz parte de tudo o que podemos ver e do que não podemos também, atuando de formas, ora similares, ora diferentes em cada átomo, em cada molécula formadora de Galáxias, Sistemas, Sóis, Planetas e todos os tipos de "seres" que possam existir em cada um deles, desde a mais ínfima.bactéria.

E como, por que meios essa ENERGIA MÃE age sobre tudo isto?

Meios Energéticos! Sempre energéticos e através da interação de diversos tipos de energias, tão diversas que nossa ciência ainda não conhece u'a mínima parte.

Você já deve ter ouvido falar que TUDO É ENERGIA em formas e vibrações diversas, inclusive nós mesmos, não é?

Agora reflitamos: Entender que DEUS consiga condensar energia em matéria densa e daí criar planetas, sóis, sistemas, galáxias, até que não é muito difícil (mais ou menos). Mas a partir do momento em que tentamos entender como é que essa energia gera seres "vivos" como no Reino Animal com seus instintos mais ou menos apurados e depois "ENERGIA PENSANTE" (consciente) que adentra um corpo animal gerando seres pensantes que são capazes de decidirem por si se vão para a esquerda, para a direita, para cima ou para baixo, que desenvolvem outros tipos de raciocínio cada vez mais complexos ...

"Energia Pensante", que decide por si o que fazer, ou não ...

Será que os planetas, sóis, galáxias pensam por si também? Ou somente alguns seres minúsculos que habitam algumas das estruturas galácticas, assim como nós?

De onde nasce essa "ENERGIA PENSANTE"? Que Fonte Energética é esta que gera essa outra Energia que assume LIVRE ARBÍTRIO e toma decisões próprias na medida em que se desenvolve?

Bom tema para darmos "nós nos miolos", não? Mas como não estou aqui pra isto, voltemos ao tema principal e vejamos que, se tudo é Energia interagindo de formas diversas, os "vivos", encarnados como estamos, também sofremos a atuação de diversas energias, sendo que umas perfeitamente observáveis, outras nem tanto e outras, menos ainda.

Pois muito bem. Partindo desta premissa de que todas as energias que atuam na formação dos Sistemas, do nosso Sistema, de nosso planeta e de nós mesmos são provenientes dessa ENERGIA-MÃE (Deus) e passando pelo conceito de que sem essas energias não haveria vida, seja espiritual ou física, teremos que entender que deve haver um certo número de energias específicas que são diretamente ligadas ou atuam mais diretamente na formação de uma espécie de MÔNADA (um átomo pequeníssimo já com atividades espirituais mas de características puramente instintivas), dando origem, a seguir e por "evolução descendente"(7), através de agregação de outras energias, às ALMAS (princípio de vida) que, posteriormente, se revestem de novas energias (quando já mais próximas ao Plano Físico, mas sem formas definidas, normalmente em formas de bolas ou ovóides em princípio) dando origem a Espíritos Elementares(8) (já mais densos) que passarão a ter, um dia, a possibilidade de habitar um corpo animal já antes criado.

Segundo algumas crenças, esses Espíritos, ainda na fase de Elementares e movidos apenas por instintos, começam seus caminhos de "evolução física" habitando corpos vegetais, depois o de animais ditos irracionais, desde os insetos, quando em suas formas mais elementares até chegarem aos mamíferos, tomando-lhes a forma física e mantendo as experiências adquiridas na experiência de vida a cada vez que "morrem" e depois, num certo momento, depois de muitas "encarnações" em diversos tipos de animais ainda do gênero dos irracionais, de apurarem seus instintos mais primitivos e adquirirem algumas potencialidades de comunicação e alguma experiência de vida una – fora de bandos - adquirem a capacidade de habitarem os corpos, também animais, do que entendemos como seres humanos onde, aí sim, por fatores genéticos desenvolvidos neste gênero e conseqüente maior capacidade de aprendizagem, vão apurando seus sentidos, deixando de ser tão instintivos, tão primitivos e vão passando a usar mais a capacidade de raciocínio desde que lhes seja ensinado (sejam treinados) e que estejam dispostos a aprenderem, porque se forem criados na selva, entre animais, aprenderão e agirão de formas tão selvagens quanto qualquer outro animal – instintivamente - tendendo posteriormente, após muitas encarnações já dentro desse gênero humano, a alcançarem suas próprias INDIVIDUALIDADES.

É importante compreender no entanto, que quando já na existência em corpo humano, as experiências vividas, boas ou más e os instintos primitivos, não morrem ou se dissipam totalmente e, pelo contrário, ficam como que guardados numa parte qualquer do inconsciente, sujeitos a "virem à tona" em momentos específicos, desses em que vemos seres ditos "humanos" praticarem atos que nem nossos animais domésticos, desde que adestrados, seriam capazes de cometer. E diga-se de passagem que, seguindo este raciocínio, podemos concluir que quanto menor o número de encarnações e/ou experiências positivas quanto às formas de raciocínio por que passou um certo Espírito, menores serão suas capacidades de autocontrole, e mais achegado aos instintos primitivos (animais) ele será, justamente pelo fato destes instintos ainda estarem bastante aflorados em sua consciência.
 
Esse Espírito Elementar, durante sua primeira encarnação como humano, se amoldaria a esta nova formatação e, ao "morrer" pela primeira vez já levaria consigo esta aparência.

A essas energias que acabam compondo a MÔNADA e depois, por aglutinação de mais energias a ALMA, e depois ainda o Espírito, chamaremos de ENERGIAS ORIGINAIS, em princípio, mas você pode chamar também de ENERGIAS DE RAIZ (já que partem da mesma Raiz ou Deus), RAIOS DA CRIAÇÃO, VIBRAÇÕES ORIGINAIS, ou até mesmo de ORIXÁS que, provavelmente são em número de milhares mas, para que não nos percamos, consideraremos apenas um certo número das que julgamos mais atuantes sobre nossas características humanas.

Até aqui deu pra entender que essas Energias Originais seriam classes de energias que existem dentro da inumerável gama de energias que compõem o Universo? É preciso que isto fique bem claro para o acompanhamento do restante.

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(7) "evolução descendente" – DESCENDENTE no sentido dessa mônada estar se encaminhando cada vez mais para o Plano Material ou Físico, tendo se originado na Energia Matriz ou MÃE. Para que chegue ao nível do Plano Material, será preciso que absorva ou agregue energia dos diversos Planos por que passar o que, por decorrência, fará com que seu PADRÃO VIBRATÓRIO decresça, diminua e, EVOLUÇÃO, no sentido de que é passando por esses estágios que o futuro Espírito irá, um dia, adquirir CONSCIÊNCIA.

(8) Espíritos Elementares – Espíritos (humanos ou elementais) com características energéticas básicas, iniciais, instintivas para existirem em Planos energéticos bem próximos ao Material.


CONTINUA BREVEMENTE

2 comentários:

  1. Um erro comum que se comete quando se fala em "evolução" é pensar que a evolução na Natureza é sempre "para melhor".

    Esse "melhor" pode ser um fenômeno estritamente local. Por exemplo, a pelagem branca dos animais que vivem na neve, seria uma enorme desvantagem se eles vivessem na selva.

    Qulaquer organismo especializado demais fica preso a seu ambiente imediato, a menos que – como a espécie humana – seja capaz de "levar consigo o ambiente"... e mesmo isso atua como desvantagem (que o diga um mergulhador cujo aparato de respiração deu defeito...)

    O gende mal é que as pessoas tendem a tomar o homem como medida para tudo e considerar o que é agradável como "bom" e o desagradável como "mau". Isso leva a contradições, como, por exemplo, a chuva: para um viajante na estrada lamacenta, é uma praga; para o agricultor, é uma benção; um reza para a chuva parar, outro, para chover mais ainda... A quem Deus irá atender?...

    Isso me leva a reflexões sobre a "paroquialidade" dos Orixás...

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  2. Caro Cláudio Zeus,

    Em virtude de toda esta Torre de Babel que desvirtua a razão e a essência da Umbanda, neófitos, como eu, se vêem em dificuldades para compreende-la corretamente.
    Como seu admirador, gostaria de ouvir seus comentários sobre o tema “A Umbanda e a Quaresma”.
    É que, por mais que tente, eu não consigo compreender a razão de ser desta “hibernação” adotada pela maioria das Casas Umbandistas (pelo menos no Rio de Janeiro). Se computarmos este período ao recesso normal de fim de ano, mais o período de carnaval, ao chegarmos no sábado de aleluia, teremos somado uns três ou quatro meses de inatividade (ou quase isto).
    Qual o objetivo e a necessidade de se adotar a quaresma nas Casas Umbandistas?

    Muitos poderão apelar para a tradição. Mas, quem disse que toda tradição está correta? E quem disse que toda tradição deve ser eterna?
    No meu entender tradição é um costume que serve para um certo período da evolução, até que outro costume mais sensato se apresente e o relegue ao passado. Não fosse assim, ainda estaríamos vivendo em cavernas, adorando o sol e a lua.
    Pelo que sei, a quaresma foi criada, pela Igreja Católica, para que a humanidade se penitenciasse por seus antepassados haverem assassinado Deus, quando este se fez homem (não é assim?).
    Tá certo que a Umbanda sofreu a influência do catolicismo; mas, nunca foi um apêndice seu; nem tampouco adota seus dogmas, nem reza por sua cartilha ou faz sua profissão de fé.
    A propósito, alguma de suas igrejas fecha suas portas durante este período?

    Outros poderão alegar que este é um período necessário ao refazimento dos médiuns. (Realmente somos uns coitados! Somos usados como máquinas pelo Mundo Espiritual, que não mede a capacidade e a tolerância de cada um; nem nos deu opção de aceitar ou não esta aptidão antes de reencarnarmos. Um exemplo claro disto foi Chico Xavier – pobrezinho, “morreu” tão moço!!!)
    Sou radicalmente a favor que as Casas respeitem as individualidades, permitindo que os médiuns possam usufruir de seus momentos necessários de lazer.Que não hajam atividades nos feriados e períodos festivos, para que estes possam aproveitar (ou será aturar?) o convívio com seus familiares e amigos; mas, um período tão longo foge ao bom senso.

    Deixando a controvérsia de lado (quem sou eu para julgar a verdade de cada um!), não há como eu não fazer estas interrogações:

    É, ou não é, a prática da caridade a razão maior do surgimento da Umbanda?
    Podem os necessitados, encarnados e desencarnados, esperar a normalização das atividades, ou será que suas aflições também tiram férias?
    Quem irá, neste período, lhes ofertar aquela palavra de alívio e encorajamento? Quem lhes dará aquela orientação necessária, ou aquele “puxão de orelha”, idem?
    Talvez possa ser o padre, daquela igrejinha católica, que não fecha na Quaresma do catolicismo!

    Gostaria de ouvir suas considerações.
    Muita luz no teu caminho!
    Que Deus seja sempre louvado!

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