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sábado, 5 de setembro de 2009

Umbanda e a Torre de Babel - Parte IV

CONTINUANDO SOBRE O TEMA ORIXÁS

Comecemos pelo que seria Orixá pelo lado dos Candomblés que, como já expliquei, são, em resumo, adaptações de diversos CULTOS A ORIXÁS AFRICANOS, INKICES E VODUNS, dependendo da tradição que as Roças, Ilês, Abaçás, etc., sigam.

Por que usei o termo ORIXÁ AFRICANO? Ora, por que ...

Isto já está e estará mais ainda, implícito no contexto daqui pra frente.

Três correntes básicas: Uma que diz serem os Orixás Encantados ou Espíritos da Natureza (neste caso Espíritos Elementais), outra que diz serem as próprias manifestações da Natureza (trovão, raios. fogo, águas, etc.) e outra mais ainda que diz serem Ancestrais Divinizados, também Encantados porque não chegaram a morrer, mas foram, de certa forma, "transformados" de humanos para divindades. Mas .... (e esse mas tem eró ou awô) ao mesmo tempo, consideram "receber", "incorporar" ou entrar em ESTADO DE ORIXÁ (o que neste caso poderia ser entendido como um transe anímico, nada espiritual ou mediúnico) após as devidas "feituras".

Como ninguém incorpora, recebe ou entra em "estado de" qualquer tipo de Força da Natureza ou, em outras palavras, ninguém recebe, incorpora ou entra em estado de vento, fogo, trovão, etc., cai por terra, acredito eu, a hipótese de serem essas entidades incorporantes, qualquer tipo de Força da Mãe Natureza.

E para quem conhece mais a fundo os rituais de "feituras" nas diversas tradições, comparando-os aos rituais de criação de Elementais Artificiais nas diversas Escolas Ocultistas, verá que praticamente as bases são as mesmas. Além disto, sabe-se que essas entidades incorporantes a que também chamam "orixás" (o "meu" orixá, como costumam dizer) são totalmente particulares e intransferíveis, o que significa que não "baixam", incorporam ou colocam em "estado de" mais ninguém que não seja a própria pessoa que fez o pacto tendo-os "feito" ou criado em parceria com seus Babás ou Yayás. Importante que se diga aqui que o ritual de "feitura" é considerado o ritual de "NASCIMENTO" do ORIXÁ PESSOAL, ou seja: é por esta ritualização que esse tipo de orixá nasce e passa a acompanhar o seu Yawô, protegendo-o até o fim da vida, ocasião em que é separado dele ou dela pela cerimônia do AXEXE.

Comparando essas características às de Elementais Artificiais criados nas seitas ocultistas, veremos semelhanças indiscutíveis – eles costumam ser criados para acompanhar e proteger o "mago" e devem, ou deveriam ser "despachados", desagregados, por ocasião do falecimento.

Se é coincidência ou não, deixo a seu cargo concluir. Se tiver vidência, melhor ainda.

Sob esse aspecto, qualquer umbandista que diga que "recebe" esse mesmo tipo de "Orixá Africano", só pode mesmo é estar errado pois, como já disse antes, esse tipo de "orixá" não nasce, se cria ou é feito sem ejé. E volto a afirmar que qualquer um que diga que sim, ou está totalmente enganado por "novos conceitos" que se espalham bizarramente (com insolência e arrogancia) ou está, subliminarmente, querendo passar atestado de bobo para qualquer praticante das raízes africanas de verdade.

Já pensou, você que conhece os rituais de "feitura", se os neo-umbandistas "receberem de verdade" esses mesmos "orixás" sem aqueles rituais e aqueles sacrifícios pessoais?

Brincadeira, não é não?

Aí, quando são "xoxados" (gozados) pelos africanistas, querem pular que nem pipocas em panela quente achando um ultraje a seus "conhecimentos", ritualizações e práticas.

Irmãos Umbandistas, mas Umbandistas mesmo, parem com isto!

Querem "receber" ou ostentar Orixás de Nação ou Africanos? Então sejam humildes, saiam da Umbanda e vão "fazer" seus orixás em uma boa Casa de Nação e depois, por experiência própria, voltem dizendo se é a mesma coisa. Vocês não sabem o que estão falando quando dizem ser "tudo a mesma coisa", apenas cultuados por formas diferentes.

Mas não é dar só um borí não! É "fazer o santo" meeeesmo!!!

Desculpem-me mas alguém tem que lhes dizer isto para que acordem os que puderem e quiserem!

Saindo dos Orixás Particulares (os que "descem" nos médiuns) e passando ao conceito de Orixá = Forças ou Elementos da Natureza, há aqueles que crêem poderem oferendar esses elementos com objetos materiais no intuito de "estarem de bem" com esses elementos ou forças e com isto alcançarem seus objetivos, normalmente também particulares.

Mas aqui entre nós. Será que vento, água, trovão, etc., vai receber em oferenda qualquer tipo de objeto material, mesmo uma flor que seja? Já pensou numa "arriada" pra fazer chover ou parar o trovão? Ou para pedir que uma pedreira não role sobre a casinha que você comprou sob risco?

Que tal dar flores às águas achando que Yemanjá é a própria água do mar e não um ser elemental ou divinizado que pode até controlar essas águas, conforme o conceito a nós passado, lá em cima, pelo escritor Pierre Verger?

A não ser por muita insistência, fica difícil entender ou aceitar esse conceito de que Orixás são os próprios Elementos ou Forças da Natureza e ao mesmo tempo quererem oferendá-los sob qualquer circunstância ... Ou não?

E agora vamos falar do conceito Orixás = Espíritos da Natureza, Encantados, Elementais Naturais neste caso.

E aí, os de pouquíssimos conhecimentos sobre o Universo Elemental, ao se depararem com essa possibilidade, que para mim é a menos fantasiosa, aparecem com aquela "base literária" apreendida dos livrinhos de contos de fadas que provavelmente lhes chegaram às mãos em algum período de suas vidas ou até mesmo lhes foram lidos por seus genitores, perguntando, em tom galhofeiro se os Orixás, então, seriam os silfos, salamandras, gnomos, elfos...

Lembrando que estamos falando de Orixás NÃO pessoais e NÃO incorporantes ou NÃO rodantes (como dizem os dos Candomblés), os chamados Espíritos da Natureza ou Espíritos Elementais existem em número e classificações não contáveis e sim: nas Seitas e/ou Escolas Ocultistas são tidos como os controladores das Forças da Natureza ou dos Elementos da Natureza, exatamente o que dizem sobre Orixás aqueles que os crêem como Encantados ou Espíritos da Natureza.

Mais uma coincidência? Será?

Só que essa "coincidência" nos permite entender melhor o porquê de alguns acharem que oferendando às Forças da Natureza estarão oferendando aos Orixás, sendo que, naturalmente, estão mesmo é oferendando aos Elementais que atuam sobre esta Natureza, mesmo que não se dêem conta disto!

Seria muito bom se antes de levarem certas idéias pelo lado da galhofa, procurassem estudar um pouquinho mais sobre esses tipos de Espíritos Naturais e depois fizessem comparações com o que se diz dos Orixás quando o conceito é o de que são Espíritos da Natureza, conceito este também muito difundido.

Ah! Você não acredita em Elementais e por isto não aceita que os Orixás não rodantes cultuados pelos Candomblés como Espíritos da Natureza sejam exatamente eles?

Como eu disse antes, acreditar ou não é problema particular de cada um. Só não se pode é negar sem ter pesquisado a possibilidade, tendo entrado antes "de cabeça" nos estudos sobre o tema. Afinal de contas, não é preciso nem que você acredite que existam Orixás!!!
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AGUARDEM
NA CONTINUAÇÃO, ORIXÁS SOB A ÓTICA DA UMBANDA ORIGINAL
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2 comentários:

  1. Cláudio,
    Aprendi nas casas por onde passei - segundo a sua doutrina - que incorporávamos "caboclos de orixás", ou seja, seres que haviam evoluído e hoje trabalhariam na vibração do orixá correspondente, uma vez que orixá é força da natureza. Exemplo: na incorporação de Oxum, uma vez que haviam vários médiuns incorporadas(o) ao mesmo tempo, seriam várias "caboclas de Oxum".
    E aí, fiquei confusa ... :S
    Abs,
    Renata


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  2. Antes de mais nada, Renata desculpe-me a demora em respondê-la. Tenho estado muito ocupado e quase sem tempo de acessar o Blog.

    Sua resposta é SIM mas, não obrigatoriamente CABOCLAS ou CABOCLOS (índias ou índios), mas sim ESPÍRITOS, que, inclusive podem ser ELEMENTAIS, que atendam ao chamado na LINHA DO POVO DAS ÁGUAS e que existam nos CAMPOS VIBRATÓRIOS dos RIOS E CACHOEIRAS.

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